Uma verdade inconveniente: Terra em pane
“O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades." (Gro Harlem - ex-primeira-ministra da Noruega)
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Ouça o áudio de "Uma verdade inconveniente: Terra em pane", do colunista Júlio Vasconcelos:
Recentemente, tive oportunidade de assistir novamente o Documentário “Uma verdade inconveniente”, de autoria do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, lançado em 2006 e que aborda o impacto das mudanças climáticas com o aquecimento global. O filme teve grande repercussão e ganhou diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Documentário e o Prêmio Nobel da Paz de 2007.
Apesar das manifestações de alguns negacionistas, inclusive do candidato atual à presidência dos Estados Unidos Donald Trump que retirou os Estados Unidos do Tratado de Paris em 2017, as informações apresentadas no filme são assustadoras e os impactos já vem sendo sentidos de forma catastrófica aqui bem perto de nós! Interessante é que em 2017, o mesmo Al Gore divulgou um novo documentário “Uma verdade mais inconveniente”, comprovando suas previsões. Mas, é como já dizia o velho ditado: o pior cego é aquele que não quer ver! …
O Brasil vem enfrentando severas secas, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com a ausência de chuvas em 2024, os níveis de água das principais represas do Brasil estão enfrentando uma situação crítica, com alguns reservatórios operando com volumes abaixo de 40%, como a usina de Furnas, que atingiu 38,6% de sua capacidade em setembro. Outro exemplo é a usina de Emborcação, com 48,4%.
No Nordeste, as secas têm se tornado mais intensas e frequentes, prejudicando a agricultura, especialmente as culturas dependentes de chuva, como o milho e o feijão. A desertificação em algumas áreas também tem avançado.
O elevado nível de queimadas atingiu um nível sem precedentes nos últimos meses, com um aumento significativo de 150% na área queimada em comparação ao ano anterior. Entre janeiro e setembro, cerca de 22,38 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, uma área equivalente ao estado de Roraima. A maior parte dessas queimadas ocorreu na Amazônia e no Cerrado, sendo que a Amazônia, sozinha, registrou mais de 11,3 milhões de hectares queimados, representando mais da metade da área devastada.
Em 2023, várias cidades do Sudeste e Centro-Oeste registraram temperaturas superiores a 40°C, uma situação anômala que afeta a vida cotidiana e os recursos hídricos.
Secas prolongadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e excesso de chuvas no Sul do País. O Estado do Rio Grande do Sul sofreu com fortes chuvas e enchentes em 2024, resultando em uma das maiores tragédias climáticas da região. As inundações deixaram mais de 160 mortos e milhares de desabrigados. Cidades inteiras ficaram submersas, com 90% das áreas urbanas e rurais do estado sendo atingidas. Estradas foram destruídas e o transporte foi interrompido, forçando mais de meio milhão de pessoas a abandonar suas casas.
As regiões costeiras estão começando a sofrer os primeiros impactos. Algumas cidades litorâneas, como Rio de Janeiro, Recife, Salvador, enfrentam problemas de erosão costeira e inundações, o que poderá se agravar nas próximas décadas se o aquecimento global continuar.
Enfim, resgatando alguns pensamentos do Papa Francisco, sem dúvida, o aquecimento global é um dos principais desafios atuais para a humanidade. O planeta terra, nossa Casa, parece se transformar cada vez mais em um imenso depósito de lixo. A mudança climática é um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas. O clima é um bem comum, de todos e para todos!
Não dá mais para se fazer de surdo em nome do capitalismo selvagem e de políticas maquiavélicas! Comprovadamente, as traumáticas evidências apresentadas nos alertam: o futuro climático do Brasil e do nosso planeta dependerá de ações efetivas a serem tomadas e já, tanto nos níveis regionais, nacionais e internacionais, com o risco de tornarmos essa nossa Casa um lugar perigoso e inabitável para as gerações futuras!
Que as Luzes Divinas iluminem as nossas mentes e, principalmente, as de nossos políticos, governantes e representantes públicos em todos os níveis para que implantem e zelem de fato pela execução de políticas públicas que efetivamente garantam a preservação do nosso planeta.
Quem tem ouvidos, que ouça!
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