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Hoje é quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Em nome de Deus! Que Deus é esse?

“Eu creio no Deus que fez os homens e não no Deus que os homens fizeram.” (Alphonse Karr)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “Editoriais”

2024-12-05_Que Deus é esse

Ouça o áudio de "Em nome de Deus! Que Deus é esse?", do colunista Júlio Vasconcelos:

Nos últimos tempos, principalmente agora com a chegada novamente do Natal, venho me perguntando com frequência que Deus é esse que renasce todos os anos e que tanto se prega em altos brados nas famílias, na sociedade, nas redes sociais, nos meios políticos e, de forma contundente, nas religiões, com seus enormes templos e igrejas. Às vezes chego a pensar que se o Menino Deus realmente voltasse a esse mundo nos dias de hoje talvez nem nascesse, seria abortado no seio materno ou, mais tarde, seria condenado à morte por um tribunal de notáveis, não numa cruz como nos tempos das origens do cristianismo, mas numa cadeira elétrica ou em uma outra forma ainda mais cruel de extermínio humano.

De forma traumática, infelizmente, a história nos aponta com clareza os enormes absurdos que já foram cometidos e continuam sendo cometidos em nome desse Deus, ou melhor dizendo, desse deus, com “d” minúsculo, que nada tem a ver com o do Cristo! Alguns exemplos terríveis podem ser destacados.

No ano 380 d.C., o imperador romano Teodósio I promulgou o Édito de Tessalônica, declarando o cristianismo como a única religião oficial do Estado e determinando que todos os súditos do Império deveriam aderir à fé cristã. Os cidadãos que se recusavam, enfrentavam severas punições e restrições, tais como exclusão social e perda de direitos, confisco de propriedades, proibição e criminalização de outros cultos considerados pagãos e heréticos, perseguições, violência e até execuções públicas. Em 415 d.C., a filósofa, matemática e astrônoma Hipátia foi brutalmente assassinada por uma multidão de fanáticos cristãos, incitados por tensões políticas e religiosas. Ela foi atacada, arrastada pelas ruas e morta de forma bárbara. No final, seu corpo todo estraçalhado foi queimado em praça pública.

Estima-se que, do século XII ao XIV, a Santa Inquisição, que de Santa não tinha nada, criada para proteger a doutrina da Igreja Católica e combater heresias ou práticas religiosas consideradas incompatíveis com a fé cristã tenha sido responsável pela morte e morte cruel de cerca de 50 mil pessoas. Os condenados morriam assados nas fogueiras, enforcados ou decapitados em praças públicas na presença de sacerdotes, antes de serem cruelmente torturados.

Adolph Hitler foi batizado na Igreja Católica, durante sua infância frequentava escolas religiosas e, em sua juventude, expressou interesse em ser padre, o que nunca se concretizou. Em seu livro Mein Kampf e em discursos públicos, ele ocasionalmente usava referências religiosas, apresentando-se como defensor de valores cristãos. Foi responsável pelo extermínio de mais de 17 milhões de pessoas.

Em 1978, Jim Jones, um pastor norte americano, fundador de uma religião que misturava práticas do cristianismo com ideias socialistas e marxistas, proclamando-se como um messias que poderia curar as pessoas e criar uma sociedade utópica, foi o responsável pelo suicídio coletivo de cerca de 909 pessoas, incluindo 304 crianças, em uma comunidade na Guiana, na América do Sul, chamada Jonestown. Ele os convenceu a tomar cianeto misturado com refrigerante, em uma cerimônia conhecida como “suicídio revolucionário”, garantindo que assim eles escapariam de um mundo injusto e seriam libertados do sofrimento e da perseguição.

Em 11 de setembro de 2001, a destruição das Torres Gêmeas do World Trade Center nos Estados Unidos foi realizada por terroristas ligados à Al-Qaeda, um grupo extremista que se considerava defensor da fé islâmica. Eles acreditavam que estavam cumprindo uma missão em nome de Deus (Alá) e declararam isso em várias mensagens antes e após os ataques. Os ataques resultaram na morte de aproximadamente 2.977 pessoas.

Em 2018, o médium João Teixeira de Farias, o João de Deus foi acusado e condenado por estupro de vulneráveis praticado contra centenas de mulheres que o procuravam para atendimentos espirituais, por posse ilegal de armas e por outros delitos. Suas sentenças somam atualmente mais de 100 anos de prisão.

Enfim, infelizmente, a história está recheada de inúmeros outros exemplos como os citados acima, caracterizando claramente uma tremenda e terrível contradição! Com certeza, o Deus do Jesus Cristo nada tem a ver com essas tamanhas bestialidades!

O Natal está chegando aí novamente e com ele a celebração do nascimento do Menino Deus! Que Ele de fato possa renascer em nossos corações, mudando assim o rumo da história. Se cada um, individualmente, cumprir a sua parte no dia a dia, por mais simples que seja, colocando verdadeiramente em prática as lições deixadas por Ele, com certeza teremos um mundo melhor. Que pena que ainda temos um monte de surdos zanzando por aí e, o pior, grande parte deles alucinados pelo poder que possuem nas mãos!

Quem tem ouvidos, que ouça!

Picture of Júlio Vasconcelos
Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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