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Hoje é quinta-feira, 13 de março de 2025

Pimenta Biquinho e Jabuticaba no caminho da Indicação Geográfica

O reconhecimento das indicações geográficas, uma designação que identifica um produto, quando determinada qualidade e reputação são atribuídas a essa origem geográfica.

Produtores da Sumo da Terra e AHOBERO para a matéria do Movimento IGMG.
Produtores da Sumo da Terra e AHOBERO com o certificado de reconhecimento das IGs. Foto: Maria Eduarda Marques

Nessa quarta-feira (12), aconteceu em Ouro Preto o evento de lançamento dos primeiros signos distintivos de Indicação Geográfica da Região dos Inconfidentes e o lançamento do Movimento IGMG (Indicações Geográficas de Minas Gerais). Na ocasião foram apresentadas os signos distintivos da Geleia de Pimenta Biquinho de Novo Bento Rodrigues e da Jabuticaba e Derivados de Cachoeira do Campo. A apresentação dos signos é uma importante etapa para a concessão do certificado de Indicação Geográfica.

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Movimento IGMG

O Movimento IGMG foi lançado em 2023, durante o 2º Fórum Regional de Diversificação Econômica como uma estratégia de diversificação econômica e de valorização dos produtos regionais. O Fórum foi criado para enfrentar o desafio de economias locais fortemente dependentes de atividades extrativistas e de outros setores primários, como é o caso da mineração na Região dos Inconfidentes.

Foto do salão de eventos para a apresentação detalhada do projeto para a matéria do Movimento IGMG.
Encontro com empresas, lideranças e autoridades para apresentação detalhada do projeto IGMG. Foto: Maria Eduarda Marques / Agência Primaz

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Essas oportunidades de diversificação econômica são desenvolvidas por meio da ação entre lideranças públicas e privadas, empresários, representantes de empresas de grande porte, organizações da sociedade civil e agentes de desenvolvimento. 

As IGs do Quadrilátero Ferrífero

As IGs atribuem reputação, valor intrínseco e identidade própria aos produtos, os diferenciando dos seus similares disponíveis no mercado. Esses produtos apresentam um selo distintivo e uma qualidade única em função de recursos naturais, como solo, vegetação e clima. 

No caso do Quadrilátero Ferrífero, a equipe técnica do FDRE já mapeou mais de 20 produtos com potencial de reconhecimento como IGs, que enaltecem a identidade cultural, histórica e geográfica, e impulsionam o estado a se consagrar como o de mais alta densidade de IGs no país.

Alguns desses produtos da região são: o mel de Santa Bárbara, a goiabada cascão de Barão de Cocais, o pastel de angu de Itabirito, o queijo artesanal de Conceição do Mato Dentro e muitos outros.

No Brasil, o reconhecimento de Indicação Geográfica (IGs) é realizado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que já registrou 129 delas, das quais Minas Gerais detém 24.

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As IGs da Região dos Inconfidentes

A partir disso, a Região dos Inconfidentes pleiteia o registro de suas duas primeiras IGs, a Geleia de Pimenta Biquinho de Novo Bento Rodrigues (Mariana) e a Jabuticaba e Derivados de Cachoeira do Campo (Ouro Preto).

“Esses foram os produtos que estavam mais preparados para receber a IG, porque não adianta entregar a IG para uma estrutura flexível, sendo preciso criar um suporte para depois receber essa Indicação e dar continuidade”, explica Amarildo Pereira, idealizador do FRDE e diretor da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais (Federaminas).

Presidente da Sumo da Terra e AHOBERO para a matéria do Movimento IGMG.
Presidentes da Sumo da Terra e da AHOBERO. Foto: Maria Eduarda Marques

Amarildo ainda afirma que todos por trás do registro das IGs trabalham para tentar mudar a economia dessas regiões, para que a valorização não esteja ligada somente às riquezas minerais, mas também à valorização histórica e cultural. 

Guilherme Louzada, Especialista de Relações Institucionais da Samarco, comenta que o reconhecimento das IGs é uma ferramenta de diversificação econômica e uma alternativa à exploração mineral, ”trata-se também da proteção do arranjo produtivo que é ligado a essa cadeia de produção e da valorização da qualidade dos produtos”, explica.

Geleia de Pimenta Biquinho de Novo Bento Rodrigues

A geleia de pimenta biquinho é produzida pela Associação Hortigranjeiros de Bento Rodrigues (AHOBERO), que gera renda e fortalece a agricultura local do subdistrito de Mariana. A AHOBERO contribuiu também para a reconstrução social e econômica de Bento, especialmente depois do desastre da Barragem de Fundão em 2015

A imagem mostra as geleias de pimenta "Bikinho" produzidas pela AHOBERO para a matéria do Movimento IGMG.
Geleia de pimenta "Bikinho" produzida pela AHOBERO em Novo Bento Rodrigues. Foto: Maria Eduarda Marques / Agência Primaz

Keila Vardeli Fialho, presidente da Associação, afirma que o selo da Indicação é um grande passo para o futuro das produções, uma vez que vai fortalecer a identidade cultural da região e aumentar oportunidades de mercado. “Para mim, com esse reconhecimento da IG, a história de Bento não vai morrer e vai continuar através da Geleia”, comemora.

Foto da Keila Vardeli Fialho, presidente da AHOBERO, para a matéria do Movimento IGMG.
Keila Vardeli Fialho, presidente da AHOBERO. Foto: Maria Eduarda Marques / Agência Primaz

Após a apresentação do signo distintivo, o valor da geleia já foi reajustado em 50%. Esse aumento demonstra o valor agregado ao produto como resultado do trabalho de reconhecimento da Indicação Geográfica. 

Para mais informações sobre como adquirir a geleia, basta acessar o instagram da AHOBERO

Jabuticaba e Derivados de Cachoeira do Campo

A Associação Sumo da Terra – Ideias Globais, Ações Locais – produz uma grande variedade de produtos e derivados da jabuticaba, que trazem diversificação econômica e fortalecem o turismo de Cachoeira do Campo.

A imagem mostra os produtos de jabuticaba e derivados da Associação Sumo da Terra para a matéria do Movimento IGMG.
Produtos de jabuticaba e derivados da Associação Sumo da Terra. Foto: Maria Eduarda Marques / Agência Primaz

Saulo Filardi, presidente da Associação, afirma que o selo da IG ajudará a proteger e garantir a qualidade da fruta e dos produtos. “Eu tenho certeza que esse movimento da IG fortalece não só o pé de jabuticaba propriamente dito, mas a cultura local, a história das pessoas. E isso faz com que as tradições que sempre tivemos, não morram”, comentou.

A imagem mostra Saulo Filardi, presidente da Sumo, para a matéria do Movimento IGMG.
Saulo Filardi, presidente da Associação Sumo da Terra, no evento do Movimento IGMG. Foto: Maria Eduarda Marques / Agência Primaz

Além disso, Saulo também garante que, antes do reconhecimento, os produtos já tinham uma qualidade diferenciada e com o registro do selo de Indicação Geográfica, se sente motivado em produzir mais, criar parcerias e inovar para ganhar ainda mais destaque no mercado. 

Para quem se interessou ou quer conhecer toda linha de produtos da Sumo da Terra, o instagram deles é @sumodaterra

Foto de Maria Eduarda Marques
Maria Eduarda Marques, nascida em João Monlevade (MG) é aluna do 6º período de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto