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Vale Tudo: remake quer reacender debates sociais e políticos
Nova versão estreia na próxima segunda-feira (31), na “faixa das nove” da Rede Globo

Em um movimento que promete reacender debates sobre ética, ambição e moralidade, a Rede Globo anunciou o aguardado lançamento do remake da icônica novela “Vale Tudo”, que originalmente foi ao ar entre 1988 e 1989. Com estreia marcada para 31 de março de 2025, a nova versão traz à tona questões que permanecem relevantes no contexto social, político e econômico do Brasil contemporâneo.
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Vale Tudo original x nova versão

A trama original, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, destacou-se por abordar a corrupção e a luta pelo poder em um Brasil que vivia a transição da ditadura militar para a democracia. A história gira em torno da rivalidade entre Raquel Accioli, interpretada por Taís Araújo, e Maria de Fátima Accioli, vivida por Bella Campos no remake. Raquel, uma mulher de princípios, luta para manter sua integridade em um mundo onde “vale tudo” para alcançar o sucesso, enquanto Maria de Fátima representa a ambição desmedida, disposta a tudo para conquistar seu espaço.
A nova versão, a cargo de Manuela Dias se atualiza para 2025, um ano em que o Brasil enfrenta novos desafios, como a polarização política, crises econômicas e questões sociais emergentes, como a desigualdade digital e a luta por direitos civis. A nova versão promete explorar mais a fundo as relações familiares e os dilemas morais, refletindo as complexidades das interações sociais contemporâneas. O papel do par romântico de Raquel, originalmente vivido por Antônio Fagundes, vai ser interpretado por Reginaldo Góes, embora a Globo tenha, inicialmente, cogitado em escalar Lázaro Ramos para o papel.
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Algumas atualizações da trama de Vale Tudo
Uma das principais inovações do roteiro é a inclusão de elementos tecnológicos que não existiam na versão original. A trama vai explorar como as redes sociais e a internet influenciam a vida dos personagens, trazendo à tona questões sobre privacidade, manipulação da informação e construção de narrativas. Essa atualização visa conectar a história com o público jovem, que consome conteúdo de forma diferente em comparação com os anos 80.
Além disso, a produção está investindo em uma narrativa mais inclusiva, abordando temas como diversidade e representatividade, fundamentais no Brasil de 2025. A inclusão de personagens LGBTQIA+ e a discussão sobre questões raciais e de gênero são algumas das mudanças que visam tornar a novela mais relevante para a audiência atual.
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Vale Tudo é apenas mais um remake?
Com a expectativa em alta, o remake de “Vale Tudo” não apenas promete entreter, mas também provocar reflexões sobre o que significa viver em um país onde, algumas vezes, é até mesmo incentivada a cultura de “levar vantagem em tudo”. A nova versão, com seu elenco talentoso e uma abordagem renovada, pode se tornar um novo marco na televisão brasileira, assim como sua antecessora.
Os fãs da novela original já começam a contagem regressiva para reencontrar personagens que marcaram época e que, sem dúvida, ainda têm muito a dizer. A aceitação da nova versão, entretanto, vai depender de como a produção vai dar conta de equilibrar a nostalgia da versão original com as demandas de um público que busca histórias mais autênticas e conectadas com a realidade contemporânea.
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Um dos autores da versão original, entretanto, critica da política de remakes que a Globo vem adotando, em especial de “Vale Tudo”. Em entrevista ao Splash, Aguinaldo Silva considera que as novelas não são atemporais. “Eu sou contra remakes. A novela existe naquele momento, depende do autor, elenco, da disposição do público para que tudo dê certo. Todos os remakes foram sempre menos interessantes que os originais”, declarou o autor.
Além disso, Aguinaldo ressalta que determinadas personagens umbilicalmente ligadas às atrizes e atores das versões originais, sendo extremamente difícil fazer uma escolha adequada de quem vai reinterpretá-las. “As pessoas que veem novelas vão ver uma Odete Roitman que não é Odete Roitman. Quem vai fazer Odete? Cassia Kis poderia fazer, por exemplo. A própria Gloria Pires faria uma boa Odete, mas não está na idade ainda. Mas não tem jeito. Odete sempre vai ser Beatriz Segall”, afirmou.
Confira os elencos das duas versões de Vale Tudo

Raquel Accioli: Regina Duarte/Taís Araújo
Odete Roitman: Beatriz Segall/Débora Bloch
Ivan Meirelles: Antônio Fagundes/Renato Góes
Maria de Fátima Accioli: Glória Pires/Bella Campos
Solange Duprat: Lídia Brondi/Alice Wegmann
Heleninha Roitman: Renata Sorrah/Paolla Oliveira
Afonso Almeida: Cássio Gabus Mendes/Humberto Carrão
Leila: Cássia Kiss/Carolina Dieckmann
César Ribeiro: Carlos Alberto Riccelli/Cauã Reymond
Marco Aurélio: Reginaldo Faria/Alexandre Nero
Celina Junqueira: Nathalia Timberg/Malu Galli

