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Hoje é sábado, 26 de abril de 2025

Enterro do Papa Francisco vai ser neste sábado

Período de luto termina em 4 de maio e a votação para escolha do novo Papa deve ocorrer logo depois.

Mãos do Papa Francisco
O velório permaneceu aberto até as 19h desta sexta-feira (25). – Foto: VATICAN MEDIA Divisione

O corpo do Papa Francisco está sendo velado desde a manhã dessa quarta-feira (23), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em cerimônia aberta ao público, encerrada nesta sexta-feira (25). O funeral do pontífice acontece neste sábado (26), quando será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, conforme desejo expresso em seu testamento. Com a cerimônia, tem início o período oficial de luto de nove dias, que segue até o próximo domingo (4). O período de luto antecede o conclave para a escolha do novo Papa, que segue sem data de previsão. O Papa Francisco morreu na manhã da última segunda-feira (21), aos 88 anos de idade, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), após 12 anos pontificado.

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Funeral do Papa Francisco e luto de nove dias

traslado do corpo do Papa francisco para a Basília de São Pedro
Translado do corpo do Papa Francisco para a Catedral de São Pedro – Foto: Reprodução/Youtube Vaticano News

Desde a manhã da última quarta-feira (23), o corpo do Papa Francisco está sendo velado na Basílica de São Pedro. O velório, encerrado às 19h (horário local) desta sexta-feira (25), reuniu multidões em longas filas para ver o caixão e prestar suas homenagens ao Pontífice.

De acordo com o Departamento de Celebrações Litúrgicas do Vaticano, o funeral será realizado no próximo sábado (26), onde o corpo será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore. Em seu testamento, assinado em 2022, o próprio Papa expressou seu desejo de ser sepultado na basílica, em um túmulo simples, sendo o primeiro Papa, desde 1903, a ser enterrado fora do Vaticano.

Diversos líderes mundiais confirmaram presença ao funeral, como os presidentes Lula, Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Javier Milei, além do príncipe britânico William.

O luto de 9 dias dedicado ao Papa Francisco, período conhecido como novendiali (novenário), começa neste sábado (26), após o funeral, com celebrações que se estendem até 4 de maio, às 17h, na Basílica de São Pedro. O encerramento antecede o conclave do Colégio Cardinalício, ritual onde o novo Papa será eleito.

Durante o período de funerais, até o anúncio do novo Papa, o Estado do Vaticano é coordenado pelo carmelengo (administrador da Santa Sé), que com apoio do Colégio Cardinalício, organiza o conclave. O atual carmelengo é o irlandês Kevin Farrell.

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O que é o Conclave?

O conclave é um ritual secular realizado pela Igreja Católica com a finalidade de eleger um novo Papa, por meio de votação dos integrantes do Colégio Cardinalício. O nome vem do latim cum clave, que significa fechado a chave, fazendo alusão ao alto nível de segredo da votação, uma vez que os cardeais são confinados e isolados do mundo exterior até que a eleição seja concluída, para permitir que não haja interferência na escolha.

Antes do conclave, a igreja passa por um período de luto de nove dias. Após esse tempo, os cardeais do Colégio Cardinalício são convocados e ficam instalados na Casa Santa Marta, no Vaticano.

Antes da votação, são realizadas reuniões chamadas de congregações gerais, em que todos os cardeais participam e discutem o estado da igreja, seus problemas e o contexto do mundo atual. A partir dessas discussões, começa-se a delinear perfis e os critérios desejáveis para quem possa assumir o papel de Papa.

Pelas regras do Vaticano, os cardeais com mais de 80 anos de idade não têm direito a voto no conclave, apesar de serem aptos a serem eleitos. Assim, dos 252 cardeais aptos a ocupar o posto de líder da Igreja Católica, apenas 135 podem votar.

O conclave propriamente dito tem início com uma missa solene na Basílica de São Pedro, chamada Pro Eligendo Papa, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, posto atualmente ocupado pelo italiano Giovanni Battista Re. Após a celebração, os cardeais seguem em procissão até a Capela Sistina, local onde ocorrem as votações, e todos os não envolvidos na eleição se retiram do recinto. As portas são então trancadas, e é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior, além de não poderem falar sobre os procedimentos com ninguém fora do grupo. Caso descumpram tais regras, podem ser excomungados.

As votações se iniciam, com cada cardeal escrevendo o nome de seu escolhido em uma cédula, que é dobrada e depositada numa urna sobre o altar. Os cardeais não podem votar em si próprios e o voto é anônimo. Após cada rodada de votação, os votos são contados por dois apuradores e lidos em voz alta por um terceiro. Após isso, as cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.

Se nenhum candidato alcançar a maioria qualificada para eleição, equivalente a dois terços dos votos, as cédulas são queimadas junto a uma substância que gera fumaça preta.

O primeiro dia de conclave é reservado para as missas e orações, que, caso sejam finalizadas ainda pela tarde, dão espaço para a primeira rodada de votações. Caso nenhum cardeal seja eleito, serão feitas até quatro votações nos dias seguintes: duas pela manhã e duas pela tarde.

Quando há um eleito, o decano pergunta se o cardeal aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer seu pontificado. As cédulas são queimadas de forma a produzir fumaça branca, sinal de que há um novo Papa. Pouco depois, o novo pontífice aparece na sacada da Basílica de São Pedro para ser anunciado ao mundo com as palavras, Habemus Papam e sua primeira bênção.

Ainda não há data estabelecida para o início do conclave, que ainda está sendo discutido entre os cardeais no Vaticano. A expectativa é que a eleição comece a partir de 5 de maio, após o período dos 9 dias de luto.

O conclave mais longo da história durou 34 meses – quase três anos –, em 1271, para eleger o Papa Beato Gregório X. Entretanto, de acordo com a diocese de Providence, Rhode Island, dos Estados Unidos, nenhum dos últimos 11 conclaves realizados durou mais do que quatro dias.

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Cardeais brasileiros com direito a voto

O Brasil conta atualmente com oito cardeais, dos quais sete têm direito a voto. O único cardeal brasileiro não votante é dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), que tem 87 anos.

Os demais cardeais brasileiros com direito a voto são: João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília; Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo; Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus; Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador; Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.

Jorge Bergoglio (Papa Francisco) foi o 266º Pontífice da Igreja Católica

O nome Francisco foi uma homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por ter exercido sua vida religiosa na simplicidade e se dedicando aos pobres
O nome Francisco foi uma homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por ter exercido sua vida religiosa na simplicidade e se dedicando aos pobres – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Natural da Argentina, Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, assumiu o título de Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano em março de 2013. Ele marcou a história da Igreja Católica como o primeiro Papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir a posição. Francisco foi o nome escolhido para seu pontificado, em referência a São Francisco de Assis. Sua vida pública foi destacada por sua humildade, preocupação com os pobres e uma abordagem menos formal.

O Papa Francisco faleceu às 7h35 (horário local) dessa segunda-feira (21), um dia após a celebração da Páscoa. O pontífice fez sua última aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro, onde concedeu a tradicional bênção Urbi et Orbi — “À cidade e ao mundo”.

Segundo informações divulgadas pelo Vaticano nessa terça-feira (22), Francisco começou a apresentar sinais de uma doença súbita por volta das 5h30. Cerca de uma hora depois, após acenar em gesto de despedida para seu enfermeiro pessoal, o Papa entrou em coma e não voltou a recuperar a consciência.

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Com informações de Agência Brasil e Vatican News

Foto de Gustavo Batista
Natural de Contagem (MG), Gustavo Batista é aluno do 6º período de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto
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