Juliano Duarte e Marcelo Macedo disputam a Presidência da Câmara de Mariana

O vencedor pode assumir interinamente o cargo de prefeito do município

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Composição das chapas concorrentes à direção da Câmara Municipal de Mariana para o biênio 2021/2022 - Arte: ASCOM/Câmara de Mariana

Foi encerrado, às 17h desta quarta-feira (30), o prazo para registro das chapas concorrentes à Mesa Diretora da Câmara Municipal para o biênio 2021/2022. Como antecipado pela Agência Primaz na reportagem Juliano Duarte quer Presidência da Câmara e pode virar prefeito interino de Mariana, o vereador reeleito pelo Cidadania confirmou suas pretensões, compondo chapa com os vereadores Ronaldo Bento (PSB), Pedrinho Salete (Cidadania) e João Bosco (PDT), candidatos aos cargos de vice-presidente, 1º e 2º secretário, respectivamente. A segunda chapa foi formada por Marcelo Macedo e Zezinho Salete, ambos do PMDB, Ricardo Miranda (Republicanos) e Preto do Mercado (PV). Se não houver nenhuma decisão de última hora da Justiça Eleitoral, Juliano ou Marcelo vão assumir interinamente a administração municipal e, caso seja o irmão do atual prefeito, vai se repetir uma situação que já ocorreu em Itabirito, no dia 1º de janeiro de 2009.

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Por telefone, nossa reportagem fez contato com os postulantes à presidência da Câmara Municipal de Mariana.

Para o vereador Juliano, “é muito difícil a gente falar termos de votos, porque a eleição da Câmara sempre é muito difícil, principalmente no cenário atual, em que o presidente pode ocupar o cargo de Prefeito de Mariana”. Mas deu alguns detalhes a respeito das conversas que resultaram na composição da chapa. “Foram muitas conversas com os partidos e vereadores, até que conseguimos montar essa chapa com o Ronaldo, Pedrinho e João Bosco, com o apoio dos vereadores que caminham conosco”. Questionado sobre quem seriam esses vereadores, Juliano afirmou que são os oito eleitos pelos partidos que integraram a coligação Participação e Confiança, além de Sônia Azzi (DEM) e os vereadores eleitos pelo Avante, Ediraldo Pinico e Maurício. “Na verdade, procurei todos os vereadores. Procurei o Ricardo [Miranda], tentei contato com o Zezinho [Salete] e o Marcelo [Macedo]. Mas é natural que cada um tenha a sua aspiração”, declarou Juliano.

Nós montamos a chapa e vamos participar do processo que, a gente sabe, só vai ser decidido mesmo no dia 1º de janeiro”, declarou Marcelo Macedo, ressaltando que “colocamos o nome para ser Presidente da Câmara, não colocamos o nome para ser Prefeito de Mariana. Não é esse o propósito”. Afirmou ainda que, se tiver que assumir a Prefeitura, “a maior preocupação nossa é a cidade, é Mariana. Nós precisamos de um choque de gestão nesse momento”. Segundo Marcelo, a composição da chapa foi um consenso do “grupo que venceu as eleições”, revelando que “ainda estamos buscando mais apoio, em conversas de bastidores que eu não posso divulgar agora”.

Apoios das chapas

A Agência Primaz não teve retorno do vereador Ediraldo Pinico (Avante) e foi informada que a vereadora Sônia Azzi não iria se manifestar antecipadamente, inclusive por estar se recuperando da internação recente, motivada por contágio da Covid-19. Mas nossa reportagem conseguiu falar com Maurício, também do Avante, que confirmou ter assinado um documento de apoio à chapa encabeçada por Juliano Duarte. “Estou apalavrado. Nós fizemos o fechamento dessa forma e eu assinei”, declarou Maurício. Mas fez questão de deixar claro que procurou ouvir todos os envolvidos e que tomou essa decisão como representante da população que o elegeu. “A partir do instante que você se elege, você está ali para representar o povo. E o primeiro passo é ouvir a todos. Meu propósito foi ouvir todos que vieram me falar [sobre a eleição]”, declarou. E finalizou afirmando que “o Juliano tem demonstrado o seu trabalho, já ha vários mandatos, é um vereador atuante, e tem condições de conduzir a cidade nesse momento de ‘imbróglio’ político”.

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Situação inusitada, mas não inédita

Caso Juliano Duarte vença a eleição para a Presidência da Câmara e exerça, interinamente, o cargo de chefe do Executivo municipal, ele vai suceder ao próprio irmão, Duarte Júnior, reeleito em 2016. Essa situação pouco usual, não vai acontecer pela primeira vez. A Região dos Inconfidentes já vivenciou esse fato, ocorrido em Itabirito, no dia 1º de janeiro de 2009.

Eleito em 2004 pelo PSDB, Waldir Silva Salvador de Oliveira (Juninho) tentou a reeleição à Prefeitura de Itabirito em 2008. Ele obteve mais de 50% dos votos válidos, mas foi considerado inelegível devido à rejeição das contas públicas no mandato exercido entre 1989 e 1992. Seu irmão, Alexander Silva Salvador de Oliveira, conhecido como Alex Salvador, foi eleito Presidente da Câmara e assumiu interinamente o cargo de prefeito. Até que, em uma eleição suplementar, realizada em novembro de 2009, Manoel da Mota Neto venceu o próprio Alex Salvador, tomando posse em dezembro do mesmo ano.

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