Em entrevista exclusiva concedida à Agência Primaz, Duarte Júnior fez um balanço de seu governo e falou sobre a contaminação pela Covid-19 (1ª parte)
A entrevista foi realizada por videoconferência nesta quinta-feira (07).
- Luiz Loureiro
- 08/01/2021
- 10:28
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Menos de 48h após ter alta hospitalar, o ex-prefeito de Mariana, Duarte Júnior, concordou em conceder uma entrevista à Agência Primaz. Aparentando boa recuperação e com disposição para responder às perguntas, o ex-prefeito de Mariana falou sobre o tratamento, suas condições atuais de saúde e analisou sua atuação e resultados obtidos no mandato de 2017 a 2020, a partir das prioridades estabelecidas no plano de governo apresentado na eleição de 2016. Nesta 1ª parte ele analisa questões ligadas à diversificação econômica, segurança pública e infraestrutura e saneamento. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Últimos dias de mandato, estado de saúde e “azar”
Agência Primaz: Como foram os últimos dias de mandato?
Duarte Júnior: A realidade é que eu não vi o meu início de mandato como Prefeito, porque foi muito turbulento, né? Celso era prefeito em um dia, e no outro dia o prefeito foi afastado. Foi um negócio assim: Ah, toma que a criança é sua. E o final da minha gestão, também, eu não estava com a plena posse de minhas faculdades mentais, de meu discernimento. Foi o período em que eu estava na UTI, eu entendi dia 26, e dali até dia 1º foi que eu tive uma melhora. Eu fiquei fora de combate, eu estava sem entender bem que estava acontecendo, com muita dificuldade de respiração, né? Meu pulmão começou com 25% de comprometimento e chegou a quase 80. Então, eu falo que o início, assim como o fim da minha gestão, foi algo assim surreal, não foi algo organizado, programado. Foi um início repentino e foi um final sem muito conhecimento, da minha parte, do que estava acontecendo, porque realmente eu estava muito debilitado fisicamente.
A realidade é que eu não vi o meu início de mandato como Prefeito, porque foi muito turbulento, né? Celso era prefeito em um dia, e no outro dia o prefeito foi afastado. Foi um negócio assim: Ah, toma que a criança é sua.
AP: E quais são as suas condições atuais de saúde?
DJ: Hoje eu tenho a consciência que estou em recuperação, a Covid não é algo que passou, está resolvido. Você tem que ter todo o acompanhamento, todo um cuidado de problemas posteriores que podem comprometer minha saúde. Então, eu tenho uma medicação para tomar ainda durante 40 dias e tenho que fazer algumas fisioterapias E você ainda fica muito cansado ao subir uma escada, você percebe, de forma muito clara, a sua dificuldade de locomover, né? É uma doença difícil de ser entendida ainda. Porque se você for pensar, eu sou um cara com 40 anos, não tenho comorbidades, praticava alguns exercícios físicos, nunca fumei, e realmente cheguei a um estágio muito crítico da doença, enquanto tem pessoas que, com saúde mais fragilizada que a minha, superaram muito melhor a doença, né?
Mas esses resultados negativos, a gente tem que tomar muito cuidado com isso, porque hoje o falso negativo acontece com muita frequência. E isso pode fazer você relaxar e não ter o cuidado necessário.
AP: Circulou uma notícia que você teve febre durante vários dias antes de se internar. Você subestimou essa situação, em termos da possibilidade de estar contaminado pela Covid-19?
DJ: É verdade, eu comecei a fazer os exames de uma terça pra quarta [possivelmente nos dias 15 ou 16 de dezembro], mas eu estava fazendo os exames porque eu tinha contato com muita gente e essa era minha preocupação principal. E eu sabia que como Prefeito não poderia deixar de assumir algumas responsabilidades, participar de algumas reuniões, acompanhar as decisões do Comitê de Saúde, etc., então eu já vinha fazendo os exames, só que meus exames deram negativo. Todos eles, né? Eu fiz todos os exames e os resultados foram negativos. A minha confirmação do Covid só foi pelo ultrassom, que percebeu que o pulmão estava muito comprometido. Antes disso, no domingo eu fui na farmácia porque, como eu te disse, eu ia fazendo exames, os resultados eram negativos, mas eu sentia a febre aumentando e tomei um medicamento [antitérmico]. E aí, na segunda, eu passei no médico e fiz alguns exames mais detalhados. Mas esses resultados negativos, a gente tem que tomar muito cuidado com isso, porque hoje o falso negativo acontece com muita frequência. E isso pode fazer você relaxar e não ter o cuidado necessário. O certo seria, desde quarta-feira repouso, entrar com a medicação, ter todo um cuidado devido ao Covid, mas eu não tenho cuidado quase nenhum. Eu fiquei cinco dias realmente deixando a doença proliferar, sem nenhum tipo de cuidado com meu corpo, já que os exames deram negativo. Para mim eu estava sem o Covid.
AP: Você passou de vice a prefeito, em 2015, e logo depois houve o rompimento da barragem de Fundão. Aí veio a paralisação da Samarco e a queda da arrecadação. Em 2016 você ganha a eleição, a arrecadação não melhora, depois de um tempo há a paralisação da Vale, o decreto de calamidade financeira e um acordo provisório com a Vale. Em 2020 acontece a pandemia e aí você fecha o seu mandato dentro de uma UTI. Você se considera azarado?
DJ: Eu fico pensando muito nisso, porque a história é diferente do que a gente vive no presente. O que vai ser contado pras futuras gerações, vai ser contado pelo que você vai deixar escrito, vai ser contado pelos livros de história, mas não é algo que eu ou você queira agora. É só o futuro que vai deixar isso mais claro, né? Eu estava lendo uma pequena biografia do Abraham Lincoln, onde fala que ele perdeu eleições muito mais do que ganhou, mas é considerado o papa, o cara quando se fala em política. Então, dizer que isso foi um mau presságio, ou dizer que isso foi é muito ruim ou muito bom, é muito cedo para nós conseguirmos ter uma leitura mais ampliada. Porque, se hoje eu tivesse te dando entrevista falando que Mariana não pagou as suas obrigações, que funcionário não recebeu em dia, prestador de serviço não recebeu, que a saúde parou… Se tivesse algum caos para contar durante esses 4 ou 5 anos, aí sim! Mas não houve [isso]. Mariana, o que talvez não tenha acontecido é uma grande obra, uma grande realização nesse período, e talvez esperava uma parte da população esperasse também outras grandes realizações. Mas é uma montagem de peças, você então não consegue chegar e montar tudo de uma vez. Acho que eu fiz a minha parte, eu tenho esse sentimento de ter cumprido com as minhas obrigações.
Plano de Governo 2017/2020 -Prioridade 1: Diversificação econômica
AP: Vamos focar um pouco na avaliação do seu mandato 2017/2020. Foram estabelecidas cinco prioridades e, a partir delas, traçadas metas específicas para 13 eixos de atuação. A primeira delas era uma busca da diversificação econômica como garantia de mais emprego para todos. Em uma escala de zero a 10, como você classificaria os resultados obtidos?
DJ: Eu acho que, em relação à diversificação econômica, seria [nota] 5, porque a gente conseguiu algo que é importante. Nós conseguimos a garantia dentro do TTAC [Termo de Transação e Ajustamento de Conduta] que tem um capítulo que trata só da diversificação da economia. Então lá isso está acontecendo, tem uma equipe técnica da prefeitura que está acompanhando isso desde 2017, que está organizando pra gente ter a diversificação da economia. Seja através de espaço para novas empresas, seja através do laticínio, com a garantia de sete milhões, dos quais já chegou um milhão e meio. Então o recurso em si, ele ficou garantido dentro da nossa gestão. Mas deixamos a desejar porque nós executamos muito pouco. Então nós temos uma área, mas não temos a infraestrutura em execução, assim como no laticínio. Então acho que a metade [do planejado] foi executado. Por isso eu acho que uma nota 5 seria justo.
Eu fiz todos os meus esforços para a instalação de uma empresa em Mariana, mas infelizmente não aconteceu.
AP: Quando menciona essa área, você está falando do Distrito Industrial. Você chegou a anunciar a instalação de duas empresas, mas isso acabou não acontecendo. Como é que você vê o fato de terminar o mandato e não haver nenhuma empresa instalada e nem com uma perspectiva forte de instalação a curto ou médio prazo?
DJ: Bom, primeiro tudo isso se deve também ao momento econômico que a gente viveu, né? No país, de uma forma geral, houve uma recessão e não tinha nenhuma empresa fazendo investimento. Aí, o INDI [Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais] nos apresentou as duas empresas: uma do ramo aviário e outra do ramo têxtil. A do ramo aviário, o terreno não atendia, então logo no início ficou muito difícil. A do ramo têxtil foi aprovada pelo BDMG [Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais] com uma carta de crédito com valor de R$ 40 milhões, e a única coisa que eles pediram foi o terreno para dar como garantia, para quem empresa pudesse instalar. E é por isso que eu me envolvi o mínimo possível, porque entendo que ali que cabe à Câmara [Municipal] analisar a empresa. Mas eu fico pensando, se tem um órgão do Estado, que é o INDI, se tem um BDMG que libera R$40 milhões, eu tenho que acreditar que essa empresa vai dar certo. A empresa já tinha apresentado um plano de mercado, um plano de trabalho que ia gerar 400 empregos diretos e tantos indiretos. Tudo isso foi pra Câmara, mas houve uma discussão na comissão sobre a estrutura da empresa, e isso é algo que não cabe mais ao Executivo discutir, cabe ao Legislativo. E no momento que o Legislativo não se sentiu confortável de ceder um terreno, que não era uma doação, ia ceder durante um período e depois que ela pagasse o empréstimo ao BDMG ele voltaria para o município, a Câmara não se sentiu confortável para isso. Eu fiz todos os meus esforços para a instalação de uma empresa em Mariana, mas infelizmente não aconteceu.
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Plano de Governo 2017/2020 -Prioridade 2: Infraestrutura e saneamento
AP: A segunda prioridade de seu Plano de governo era a implantação de um projeto que contemplasse obras de infraestrutura e saneamento para todo município. Muito se falou desde 2019 sobre os R$72 milhões para saneamento, mas até agora de de concreto mesmo, o que se tem? Em qual patamar, novamente de zero a 10, como é você classificaria o nível de cumprimento deste objetivo?
DJ: Eu vejo ele um pouco ainda um passo à frente da diversificação da economia, primeiro porque esse dinheiro já está liberado o crédito foi aberto pela Câmara, os R$72 milhões estão depositados no BDMG, que é o órgão regulador que vai fazer essas medições, o nosso aterro sanitário já é uma realidade, ele vai te entregue uma parte dele agora em março. Quando nós assumimos aquilo era um caos, aquilo era um lixão, talvez as pessoas de Mariana só não perceberam o tamanho do problema porque nós resolvemos com antecedência. Não tivemos que pagar para levar o lixo para fora, não tivemos multas ambientais. E o tratamento [de esgotos] da cidade como um todo, o que depende hoje é finalizar o projeto executivo, que é muito complexo, não é o projeto de um bairro, é de uma cidade inteira. O que falta é ser licitado e eu acredito realmente que a próxima administração, com uns seis meses tem condições de licitar isso. E com mais uns seis meses da ordem de serviço, nós estamos falando em tratar o nosso Ribeirão do Carmo em 2022. Que é o nosso sonho, né? Mas nesse ponto eu vejo a gente muito mais adiantado. Resolvemos o problema do aterro sanitário que era grave, abrimos o crédito especial, disponibilizamos o recurso no BDMG, e o que falta é a finalização da licitação. Então, nesse ponto eu acho que aí a gente sai com a nota sete.
Eu sou um defensor árduo que a única solução que Mariana tem para resolver o problema da água é sim uma concessão. E isso está sendo discutido não como a privatização, mas como uma concessão para a maior empresa da América Latina nessa área, que quer entrar no Brasil através de Mariana.
AP: Antes de sua internação, havia sido agendada uma coletiva no dia 28 de dezembro e a Agência Primaz apurou que você anunciaria a privatização do SAAE [Serviço Autônomo de Água e Esgoto]. Qual a análise que você faz dessa situação e por quê houve a intenção de anunciar isso a apenas 3 dias do final do mandato?
DJ: Bom, primeiro eu quero dizer que a intenção era essa mesmo. Mas aí você pergunta porque fazer isso uma reta final de gestão. Era só pra dizer: Eu sei o caminho para resolver, mas não fiz antes por alguns motivos. Primeiro, porque se eu fizesse, iam falar que estava fazendo aquilo para fazer caixa de campanha, ou ia virar uma discussão política. E não pode ser política essa discussão, tem que ser por um bem maior, um bem comum de Mariana. As pessoas não poderiam pegar isso no período eleitoral e ficar discutindo se privatiza ou não privatiza, seria um prejuízo muito grande para Mariana discutir isso no período eleitoral. Eu acompanhei esse plano, eu estudei esse plano desde o início. Primeiro, o valor da taxa seria menor que a taxa que foi cobrada na nossa gestão. Então a população não teria prejuízo, seria uma taxa mais barata, o valor da hidrometração seria menor que o valor que seria cobrado da nossa gestão. Os funcionários do SAAE, nenhum deles perderia nenhum tipo de benefício. Se você quisesse continuar, você teria todos os seus benefícios e ficava na empresa que apresentou a melhor proposta. Se não quisesse continuar, você seria realocado dentro da próxima administração com todos os seus direitos e todas as suas garantias. Eu sou um defensor árduo que a única solução que Mariana tem para resolver o problema da água é sim uma concessão. E isso está sendo discutido não como a privatização, mas como uma concessão para a maior empresa da América Latina nessa área, que quer entrar no Brasil através de Mariana. Agora isso não cabe mais a mim, isso cabe ao futuro gestor, se ele vai pensar assim ou não.
As pessoas precisam entender que nós R$ 1,3 milhões por mês para dar água para o povo. Nós vamos continuar fazendo isso? Não é melhor pegar essa verba e transformar em outro tipo de benefício e organizar o problema da falta d’água?
AP: Nós temos aqui, na Região dos Inconfidentes, dois exemplos opostos. O SAAE de Itabirito é considerado como um órgão eficiente, enquanto em Ouro Preto, o processo de concessão feito em 2020 tem gerado muitas críticas. Ao longo do desenvolvimento desse estudo, foram analisadas essas duas situações para concluir que a concessão seria uma opção adequada para Mariana?
DJ: Por isso é que, como eu te disse, eu não permiti que isso se tornasse uma disputa eleitoral. Porque se eu abro isso no período eleitoral, se eu passo isso no final da minha gestão, eu não estaria sendo justo com a cidade de Mariana. É preciso uma discussão mais ampliada, isso não é algo que você vai conseguir fazer faltando um ano para finalizar para gestão, ou seis meses, ou três meses. Isso tem que ser algo muito bem estruturado, muito bem pensado e, principalmente, ter certeza que isso não vai sobrecarregar a nossa população. Isso é o que mais me importa. Se a taxa que é cobrada aqui, que era de R$19,90, se ela vai ser menor, ok!. Se o valor do metro cúbico da água, em comparação a Viçosa por exemplo, é mais barato, ok! Se o servidor do SAAE não está perdendo nada financeiramente, ok! Isso tudo para mim é muito importante, mas eu não me sentia confortável, num final de gestão, chegar, anunciar e assinar um convênio como esse. Eu ia deixar transparecer que foi algo imposto, e eu não queria que isso fosse feito assim. Em relação a Itabirito, a gente tem que lembrar que lá tem dois distritos. É diferente você pensar em cuidar de Mariana com 40 distritos e subdistritos. Em Ouro Preto está tendo essa discussão porque houve uma mudança de governo e com pessoas que pensam de forma diferente. Então, o que eu estou dizendo aqui hoje, não é nada que vai impactar mais, porque não é minha decisão que vai dizer se deve acontecer ou não. Quem está falando aqui é um ex-prefeito, que já finalizou sua gestão e que acredita sim, e que gostaria de ter anunciado, não assinando o convênio, mas deixando o plano apresentado para o próximo gestor, para que ele fizesse a análise. As pessoas precisam entender que nós R$ 1,3 milhões por mês para dar água para o povo. Nós vamos continuar fazendo isso? Não é melhor pegar essa verba e transformar em outro tipo de benefício e organizar o problema da falta d’água? Então meu sentimento era mostrar o seguinte: agora eu estou deixando pronta a solução. Querem aplicá-la? Essa é a solução para o problema da água de Mariana. O estudo está pronto, nós estamos falando da maior empresa da América Latina e, sem dúvida alguma, vai resolver de vez o problema de água em Mariana.
AP: Você pode revelar qual é essa empresa?
DJ: Nós contratamos a Fundação Gorceix para fazer os estudos. Ela recebeu quatro propostas de grandes empresas do Brasil e do mundo, e essa empresa foi considerada a mais adequada pelos técnicos da Gorceix, mas não me lembro aqui agora do nome. E a empresa teria que fazer aportes anuais de R$ 20 milhões por ano, mas não me lembro de todos os detalhes. É preciso ver isso nos estudos que foram feitos.
Plano de Governo 2017/2020 -Prioridade 3: Segurança
AP: “Ampliar com o Estado a parceria para oferecer mais e melhor segurança pública” era a terceira prioridade do Plano de Governo. Dentro daquele mesmo esquema de zero a 10, qual a sua avaliação sobre esse ponto?
DJ: Ficou mais ou menos do mesmo tamanho dos demais. Na última reunião do CIF [Interfederativo] foi aprovado o valor de R$16 milhões para Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, para construção da base integrada dos órgãos de segurança, e mais R$4 milhões para a Defesa Civil. Só que é aquilo, agora tem projeto básico, executivo, o município doar terreno, iniciar obras, etc. Nós estamos falando aí de, no mínimo, três anos para que isso tudo aconteça. Mas conseguimos deixar recursos garantidos para que a Mariana possa ter agora a sua sede da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros e também da Guarda Municipal.
Pra ser sincero acho que foi uma das minhas grandes vitórias a aprovação desse documento [de liberação de verbas para as sedes dos órgãos de segurança]
AP: A sua intenção era colocar a Defesa Civil em um terreno de propriedade da municipalidade, localizado no Cruzeiro do Sul; a Polícia Civil onde já esteve instalado o quartel da PM e Corpo de Bombeiros junto com a PM em parte do terreno no qual Celso Cota iria implantar o Centro Administrativo Municipal. Você chegou a encaminhar essas questões para a Câmara?
DJ: Não. A intenção era, na reta final [do mandato], pedir uma [reunião] extraordinária para tentar aprovar a doação, porque o terreno vai ter que ser doado para o Estado, e quem vai fazer a licitação é o Estado. Mas ainda faltava uma peça importante nesse processo. Porque o Estado não está querendo descentralizar, ele não quer botar Polícia Civil numa entrada da cidade e a Polícia Militar no outro. Ele está querendo fazer tudo em um cento integrado, mas eu penso o contrário. Então, eu estava conversando com comando maior da parta, era um General na época, para tentar demonstrar para ele como seria importante a cidade coberta nas duas pontas. Estava faltando isso para a gente fazer a doação, ou dos dois terrenos ou de um só. E aí o mandato chegou ao fim, e vai caber agora ao próximo gestor definir isso aí. Mas eu fiquei muito feliz com isso. Pra ser sincero acho que foi uma das minhas grandes vitórias a aprovação desse documento. Então, nesse tópico eu vou ficar com sete também, porque o recurso liberado e o que falta é licitar.
Entrevista – 2ª parte
Confira neste sábado (09), a parte final da entrevista concedida à Agência Primaz pelo ex-prefeito Duarte Júnior. Os temas abordados são os serviços básicos de educação, saúde e assistência social, além de aspectos relacionados ao esporte, lazer, cultura e patrimônio. Ao final, Duarte Júnior avalia de forma global seu mandato à frente da Administração Municipal e deixa uma mensagem à população marianense.
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