Coletivo de Mulheres sofre ataque virtual de grupo bolsonarista
Extremistas deixaram mensagens de ódio, imagens de teor nazista e outras em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
- Lui Pereira
- 09/02/2021 às 16h50
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Uma reunião de mulheres, promovida no último fim de semana pelo Coletivo Marias de Minas em Luta, foi alvo de um grupo de extrema direita. A manada invadiu o link da plataforma Google Meet com palavrões, xingamentos, música depreciativa, diversas mensagens de ódio, referências nazistas e imagens em apoio ao presidente Bolsonaro. O encontro ocorreu no último dia 6 e tinha como objetivo discutir ações a serem realizadas no próximo dia 8 de março. A origem dos ataques ainda são desconhecidas.
Para Patrícia Ramos, uma das militantes presentes na reunião e ex-candidata a prefeita de Mariana, o ataque não conseguiu impedir que a reunião acontecesse, “mas liga o alerta sobre segurança e também sobre o grau de organização dessas milícias, ainda, digitais”. Ela ainda afirma que “essas ações deles, de tentar nos calar, só prova que o que estamos fazendo é importante e necessário de seguir sendo construído. No final das contas, estimula ainda mais a potencializar essa luta, esse 8M”.
No último ano, com a popularização do uso das ferramentas de videoconferência para os mais diversos fins em função da pandemia da Covid-19, vários ataques de extremistas foram relatados na imprensa nacional. Os ataques seguem um modus operandi parecido: Extremistas conseguem adentrar nas salas, seja por se passar por interessado na reunião, seja por conseguir burlar a segurança das plataformas. Uma vez dentro, xingamentos, palavrões, vídeos com teor violento, gritos e símbolos políticos como suásticas são massivamente compartilhados.
O Google, em seu artigo sobre segurança e privacidade no Meet, recomenda que os códigos das reuniões sempre que possível sejam compartilhados entre usuário conhecidos, sugere que o administrador da sala use as ferramentas como silenciar e expulsar participante sempre que necessário e dispõe ainda de uma plataforma para denunciar abusos, como fraudes, conteúdo explícito ou indesejável, spam, malwares, entre outros.
A plataforma destaca também que as autoridades locais devem ser acionadas em caso de práticas criminosas. O Coletivo publicou a seguinte nota sobre os ataques sofridos:
Nota de Repúdio
Nós do coletivo Maria das Minas em luta*, composto por mulheres e grupos feministas de Ouro Preto, Mariana e região, manifestamos nosso repúdio ao ataque sofrido na reunião de organização do ato 8 de Março (8M), hoje 06/02/2021. O ataque aconteceu quando a reunião se iniciava na plataforma Google Meet. A sala de reunião foi invadida por haters Bolsonaristas que, com gestos e palavras obscenas, cometeram uma violência política contra nós mulheres.
Infelizmente, este tipo de ataque é recorrente e é modus operandi dos grupos bolsonaristas que sempre tentam vencer no grito e no ódio.
Neste momento em que vivemos um país ainda mais polarizado, nós mulheres de luta e dos coletivos feministas seguiremos ainda mais reforçando as lutas populares e a mobilização social das mulheres trabalhadoras.
Nosso calendário de reuniões para construção do 8 de Março seguirá ainda mais potente e convidamos vocês a se juntarem a nós…
Calendário de reuniões:
10 de fevereiro (quarta-feira)
22 de fevereiro (segunda-feira)
24 de fevereiro (quarta-feira)
1 de março (segunda-feira)
4 de março (quarta-feira)
10 de março (quarta-feira)
Enquanto tentam nos atacar com violência política seguiremos resistindo e faremos um 8 DE MARÇO para todas as mulheres de Minas Gerais. Nossa luta é por todas as mulheres. Venha se juntar a nós!_
Tem interesse em participar da construção? Encaminhe uma mensagem para: 3551-5247 (whatsapp).
#ForaBolsonaroMourão
#ForaZema
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* Coletivo de ação com diversos movimentos da região para construir o 8M.
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