Ingrid Achiever e Yasmine Feital/Agência Primaz
Neste sábado (18), a praça da Sé, em Mariana, recebeu o evento de lançamento e apresentação do almanaque “Dobrados de Mariana”. A produção conta com um DVD em que cada uma das 11 bandas da cidade gravou uma composição de um músico marianense. Além das gravações dos dobrados, o almanaque registra a história de todas essas bandas, com informações sobre os dobrados escolhidos e os autores, curiosidades, pessoas importantes e os locais de gravação.
O projeto teve início há mais de um ano e busca divulgar as belezas de Mariana, no âmbito turístico e musical. Efraim Rocha, Secretário de Cultura, apresentou o evento e mostrou o primeiro exemplar do almanaque, pedindo que todos os maestros, presidentes e compositores autografassem o produto para encaminhá-lo ao Museu da Música. A estimativa da Secretaria de Cultura é de que sejam produzidos cerca de 1000 exemplares para serem distribuídos ainda este ano.
Essa é uma tradição cultural muito presente na cidade, das 11 bandas, 9 são centenárias. Mariana é a cidade de Minas Gerais que possui o maior número de bandas cadastradas na Secretaria de Estado de Cultura. São elas: São Caetano (Monsenhor Horta), Sagrado Coração de Jesus (Padre Viegas), Oito de Dezembro (Cachoeira do Brumado), Banda N. Sra. da Conceição (Furquim), São Sebastião (Bandeirantes), São Sebastião (Claudio Manoel), Sociedade Musical Santa Cecília (Passagem de Mariana) e Sociedade Musical São Sebastião (Passagem de Mariana), além da Sociedade Musical União XV de Novembro, 16 de Julho e Sociedade Musical São Vicente de Paulo, da sede do município.
Washington Luiz, maestro da Banda 16 de Julho, conidera que essa é uma forma de homenagear as pessoas que contribuíram para a música marianense. “As pessoas fizeram as música e deixaram essas pérolas para gente. Nada mais justo do que imortalizar esses compositores”, afirmou. Sobre o almanaque, Washington garante que a possibilidade de ver as imagens onde as bandas estão inseridas, ajuda a divulgar a cultura de Mariana para o Brasil.
Nivaldo Marciano, responsável pela regência da banda São Sebastião de Cláudio Manoel, relatou que foi um surpresa o convite para participar do projeto. “Eu fiquei muito satisfeito de preservar a cultura. Foi muito demorado para ensaiar. Foi muito trabalho que a gente teve. A gente depende de músicos que trabalham.” Ele ainda declara que se sentiu emocionado ao ver o trabalho finalizado.
Os participantes das bandas têm idades variadas, desde crianças a idosos, uma prova de como essa cultura é perpassada ao longo do anos na região. Luiz Otávio, de 8 anos, que se apresentou tocando bumbo garantiu que não ficou com vergonha da apresentação. “Eu gosto de tocar, porque meu pai toca e meu irmão também.”
Lídia Moreira da banda de Monsenhor Horta, toca pratos há alguns anos e reflete que a produção do almanaque é algo diferente na região. “É uma cultura que vem crescendo nos últimos anos, a gente não pode deixar acabar. É uma iniciativa bem bacana”, celebrou.
O bom público presente na Praça da Sé pôde presenciar a chegada das bandas com suas apresentações. Na cerimônia, foram apresentados os videoclipes relacionados as faixas do DVD. Além disso, houve também música ao vivo para animar os presentes. Entre os assistentes, Cícero da Silva, compositor, harpista e ex-maestro da banda XV de Novembro. Cícero da Silva, exaltou a produção musical das bandas civis. “Todo mundo vai ficar sabendo que Mariana, toda vida, foi o solo fecundo dos grandes músicos, dos grandes mestres e dos grandes compositores”, declarou.
