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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

“Vamos lutar para que o Brasil não venha a ser uma nação comunista”

Manifestação contou com menos de 20 participantes e percorreu algumas ruas de Mariana na manhã do Dia da Independência

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Manifestantes percorrem um trecho da Av. Salvador Furtado, precedidos por um carro de som – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
Saneamento das instituições, voto impresso auditável e liberdade de expressão foram as palavras de ordem de manifestação ocorrida na manhã de hoje (07) em Mariana, com concentração na Praça Minas Gerais. Com início marcado para 9h, os manifestantes percorreram algumas ruas do centro da cidade, finalizando o ato, às 10:27, no Terminal Turístico.

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Para a professora aposentada, Coraci Rodrigues Rocha, uma das organizadoras do ato, a manifestação é um ato de coragem. Incentivada por seus irmãos, ela decidiu reunir algumas pessoas para os preparativos e conta que conseguiu gravar um áudio e colocar em um carro de som rodando pela cidade. “Nós não tivemos nenhuma resposta efetiva de que as pessoas viriam, infelizmente. Mas mesmo assim não desistimos, continuamos fazendo os preparativos”.

Sobre o objetivo da manifestação, Coraci diz que “é lutar por um país livre, pra gente ter liberdade de expressão, o voto auditável e pra gente poder, no futuro, ainda professar a nossa fé. Porque, do jeito que as coisas estão caminhando, a tendência é o país virar uma nação comunista”.

Segundo Coraci, são vários os indícios que isso possa vir a acontecer. “O Alexandre de Morais mandando prender arbitrariamente pessoas de bem, enquanto os bandidos estão sendo soltos por ele mesmo… Tudo que o Bolsonaro tenta fazer é barrado… E aí, eu fico pensando que o Brasil tá caminhando pra uma bela porcaria”.

Essa também é uma das preocupações do empresário Wagner Muller, que afirmou estar preocupado com um país melhor para seus filhos e netos. “Vamos pensar num Brasil melhor. O que a gente tem visto, principalmente pela televisão, é o comunismo. Não queremos ser uma segunda Venezuela. Estamos pensando na economia. O povo brasileiro está sofrendo com aumentos abusivos. Nós somos um paraíso, só o brasileiro que não dá valor”.

A respeito da baixa adesão à manifestação, Wagner atribui ao comodismo e ao receio da exposição pública. “Eu acho que o povo é muito quieto, muito acomodado. Fica em casa, vê as manifestações, mas não quer participar. SE você falara que é uma festa, vem todo mundo. Mas como você tem que mostrar o rosto, o pessoal fica com medo”, declarou.

Concordando com Wagner, Geraldo Fernandes Pinto, químico e instrutor, residente em Mariana há 25 anos, afirma que “se fosse aqui uma festa, com show, esse tipo de coisa, estaria lotado. Mas quando a gente chama as pessoas pra esse tipo de manifestação, elas nem vêm, às vezes por vergonha”. Para ele, a participação na manifestação é movida pelo patriotismo, por acreditar muito no país, que “tem tudo pra ser um dos maiores do planeta”.

Geraldo ressalta que as pessoas confundem esse tipo de manifestação como uma coisa política, mas diz que é errado pensar assim e que é preciso abrir os olhos dos mais jovens. “Infelizmente a corrupção, essas coisas que estão acontecendo no país, não deixam o país crescer. E a gente precisa passar isso pras pessoas, principalmente esses estudantes que não sabem nada disso, né? Então, esse movimento que a gente fez aqui, é simplesmente pra chamar a atenção. Nós estamos brigando pelo país, pela liberdade de expressão”, finaliza o manifestante.

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Antes de deixar a Praça Minas Gerais, Coraci Rocha leu um manifesto destacando a necessidade do uso de máscara e de manter o distanciamento social, além de ressaltar os objetivos da manifestação, “por um Brasil livre, onde possamos ter liberdade de expressão, o direito de ir e vir e, principalmente, o direito de expressar a fé e a religiosidade. Queremos saneamento das instituições nacionais, voto impresso e auditável. Vamos lutar por nossos filhos e netos, para que o Brasil não venha a ser uma nação comunista”. Também enfatizou o caráter pacífico da manifestação: “Não vamos provocar ninguém que nos seja contra e [vamos] ignorar quem nos provocar. Estamos amparados por Deus, pela Polícia Civil, pela Guarda Municipal, a quem agradecemos”. Finalizando, convidou os participantes a rezar o Pai Nosso, “para pedirmos a proteção a Deus”.

"Queremos saneamento das instituições nacionais, voto impresso e auditável. Vamos lutar por nossos filhos e netos, para que o Brasil não venha a ser uma nação comunista" (Coraci R. Rocha)

Em pouco mais de 30 minutos, a manifestação percorreu o trajeto Travessa São Francisco – Rua Frei Durão – Av. Getúlio Vargas – Rua Mestre Nicanor, finalizando o ato no Terminal Turístico (Praça Tancredo Neves). Portando balões e bandeiras do Brasil, sem usar palavras de ordem, e ao som do Hino da Independência, de Mariana e da ufanista música “Eu te amo, meu Brasil”, os manifestantes foram precedidos por motociclistas da Guarda Civil.

Confira abaixo algumas imagens da manifestação, em fotos de Luiz Loureiro:

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