Movimentos sociais gritam “Fora, Bolsonaro” na Praça Tiradentes

Para Rodrigo Fernandes, professor da UFOP, o flerte com movimentos autoritários, aliado às dificuldades enfrentadas pela população são os principais motivos do pedido de “Fora, Bolsonaro”. “Além da situação política que a gente está vivendo, com um governo abertamente facista e autoritário, tem também como péssimas condições de vida da população. Desemprego alto, fome, carestia e também um processo de contra reformas que estão tirando direitos ”.

Em Ouro Preto, o Grito dos Excluídos 2021 teve o apoio do acampamento Fora, Saneouro, instalado há mais de 40 dias na Praça Tiradentes. Sobre isso, o professor Rodrigo defendeu que água é um direito, que não deve ser privatizado. “Aqui a gente tem vários trabalhadores defendendo o direito à água, contra a privatização da Saneouro, mas tem também trabalhadores do setor público, contra a reforma administrativa e também contra outras medidas que os governos têm empreendido.”

Entre os movimentos sociais organizadores do ato em 2021, está a União Brasileira de Mulheres, presidida em Ouro Preto por Débora Queiroz. Débora explicou que a crise enfrentada no país faz com que as pessoas saiam às ruas para protestar contra o governo, mas ressalta a essência aguerrida do Grito dos Excluídos. “O 7 de setembro sempre foi dia de ocupar as ruas e de colocar que, embora essa independência seja tão propagada e alardeada, a gente ainda tem muito a conquistar no nosso país, que é feito de muitos excluídos. Especialmente nesse momento peculiar de nossa história, onde estamos vivendo uma crise socioeconômica e também sanitária ”.