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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Paralisação dos trabalhadores da Univale passa do quinto dia sem acordo com a empresa

Motoristas estão acampados agora em frente a garagem da Univale e contam com a solidariedade para ajudar a organizar o movimento.

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A proposta de negociação da empresa com o STTROP foi negada por unanimidade - Foto: Lui Pereira/Agência Primaz
Sob tendas de lona improvisadas e algumas barracas, motoristas da Univale fazem acampamento desde sexta-feira para lutar pelos seus direitos. O movimento que iniciou na Vila Antônio Pereira mudou de local para que fosse possível devolver os ônibus à empresa e evitar acusações de apropriação indébita. Um PIX foi disponibilizado para receber doações e ainda não foi definido um encontro entre as partes para a negociação.

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O movimento que iniciou com uma paralisação na última quinta (14) e ganhou força na última sexta-feira, faz acampamento agora em frente a garagem da empresa, os trabalhadores reivindicam o fim da “terceira pegada”, o pagamento de horas extras, a recontratação dos motoristas demitidos em função do movimento e melhorias nas condições de trabalho e descanso, com a contratação de pessoal especializado para realizar a limpeza dos ônibus, aumento salarial e fim dos descontos por acidentes sem a prévia culpabilização do motorista.

A empresa se nega a negociar com lideranças do movimento que hoje é organizado pelos próprios motoristas com o apoio de sindicatos e movimentos sociais, como o Sindicato Metabase Inconfidentes, a Central Sindical Popular Conlutas e Frente Mineira de Luta das Atingidas e dos Atingidos pela Mineração (FLAMA). A Univale aceita negociar com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ouro Preto (STTROP). Acontece que os motoristas não aceitam a representação do STTROP nas negociações, por segundos eles, Wanderson Epifânio, presidente do sindicato não representa o movimento e sequer teria comparecido na paralisação.

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Na tarde de hoje, o Conselho Municipal de Transportes e Trânsito de Ouro Preto (CMTT), encaminhou uma proposta de negociação aos motoristas. A empresa propôs negociar com o STTROP em uma reunião que aconteceria amanhã, às 10h da manhã, sem a presença de líderes da paralisação e desde que o acampamento fosse desmobilizado. Uma das lideranças sindicais presentes, Yuri Gomes, explicou qual era a proposta da Univale que foi rechaçada de forma unânime pelos motoristas. “É melhor a gente continuar aqui na chuva”, disse um motorista, “pergunta pra eles se a gente precisa vender nossa mãe também”, dizia outro.

O movimento prossegue sem prazo para terminar, de acordo com Yuri, trabalhadores das minas começam a enfrentar problemas em função da paralisação. “A Vale sempre conta com todos os trabalhadores no planejamento de suas atividades, nossos companheiros começaram a trazer informações de paralisação de algumas atividades das minas”, relata.

Outra liderança política presente no acampamento é Patricia Ramos. A ex-candidata à prefeitura de Mariana nas últimas eleições contou um pouco sobre como está a mobilização, “os motoristas estão unidos e o movimento está forte, eles querem negociar com a participação de lideranças do movimento e tem o apoio da população e das famílias, vez ou outra alguém aparece e doa alguma coisa, água, comida. De vez em quando algum familiar traz um bolo, um café e um companheiro deixou um PIX para quem puder doar algum dinheiro também ajuda bastante. Estamos precisando de água, comida e estrutura, lonas, barracas, essas coisas”, explica.

Caso alguém queira contribuir com o movimento de paralisação dos motoristas, a chave pix é 31984075868, em nome de Cássio Anacleto. Pede-se que o comprovante da transação seja enviado para o mesmo número para que seja feita uma prestação de contas.

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