O tradicional evento do dia 21 de abril, marca a transferência simbólica da capital mineira para Ouro Preto, celebra a memória de Tiradentes e atrai personalidades políticas do país. Este ano, a cerimônia durou cerca de dez minutos e foi acompanhada apenas por profissionais da imprensa e algumas autoridades.
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Por volta das 8h20 da manhã, um Dragão da Inconfidência, como é conhecido o Regimento Regular de Cavalaria de Minas Gerais, atravessou a Praça Tiradentes com uma coroa de flores e a depositou no monumento que homenageia o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier. A solenidade durou cerca de 10 minutos e foi acompanhada apenas por jornalistas e algumas autoridades como o prefeito de Ouro Preto, Júlio Pimenta.
Neste ano, em obediência às recomendações do Ministério da Saúde, o ato de entrega da Medalha da Inconfidência, que tradicionalmente fecha a Praça Tiradentes e impede a circulação da população ouro-pretana nas imediações, foi adiado a fim de manter o distanciamento social necessário para conter a propagação do coronavírus. O governador Romeu Zema manteve a tradição da transferência simbólica da capital do estado para Ouro Preto, mas não participou da solenidade.
O evento discreto agradou moradores. O guia turístico Rodrigo dos Santos ficou feliz com a liberação da praça, “em outros anos montam palanques, a cidade fica cheia de políticos, não podemos acessar a praça e isso atrapalha muito quem mora aqui, hoje foi bem mais tranquilo”, comenta.
Pela segunda vez desde sua criação em 1952, Ouro Preto não recebe a entrega da Medalha da Inconfidência. A primeira vez foi no ano de 2006, quando o então governador Aécio Neves, transferiu o evento para a cidade de Diamantina em razão dos 50 anos de posse e 30 anos da morte de Juscelino Kubitscheck, criador da medalha.
Mesmo com uma praça praticamente vazia, os moradores que passavam pelo local foram impedidos de se aproximarem da solenidade, como de costume. Roberto Marques, funcionário de uma pousada localizada na Praça Tiradentes não acompanhou a cerimônia: “Não deixaram a gente ver, só jornalistas. Também não fiz muita questão, quem é de Ouro Preto tá acostumado com isso já”, declara.
A comenda é a mais alta honraria do estado e tradicionalmente é distribuída a políticos, autoridades e personalidades da sociedade civil que tenham contribuído para o prestígio ou projeção de Minas Gerais.