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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Cinema na Cidade foi a atração do final de semana em Mariana

Projeto de divulgação do cinema brasileiro vai acontecer em mais nove cidades de Minas Gerais

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Abertura do programa “Cinema na Cidade aconteceu nesta sexta-feira (18) no Jardim – Foto: Karla Rezende/Agência Primaz
Com apoio da Prefeitura Municipal de Mariana e patrocínio em empresas, via Lei de Incentivo à Cultura, a edição 2022 do programa “Cinema na Cidade” teve sua etapa de lançamento realizada no último final de semana na Praça Gomes Freire (Jardim), em Mariana. Até o mês de outubro estão programados mais nove eventos do programa, realizado pela Universo Produção, previstos para as cidades mineiras de Itabirito, Congonhas, Itabira, Nova Era, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Rio Acima e Sabará. Uma das atrações foi a exibição de curtas-metragens produzidos com recursos da Lei Manoel da Costa Athaíde (Lei Municipal de Apoio à Cultura nº 3.399/2021).

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Concebido como um empreendimento audiovisual caracterizado por sessões de cinema em espaços alternativos de exibição, o projeto “Cinema na Cidade” se propõe a levar a diversidade da produção do cinema brasileiro a cidades que não possuem ou tiveram suas salas de cinema fechadas, aliando as exibições a espetáculos de música, teatro e circo, estabelecendo uma ponte com os valores culturais dos locais onde o programa se faz presente. Raquel Hallak, Diretora da Universo Produção, falou sobre a trajetória do programa “Cinema na Cidade”, cujo conceito, de certa forma, foi reforçado pelas imposições da pandemia. “É um projeto que já existia, a gente já fez várias versões desse projeto. Já rodamos o Triângulo Mineiro, a região central de Belo Horizonte e ele ficou dois anos fora do ar, e aí retoma agora em 2022 com uma nova roupagem, com uma nova proposta, acompanhando as mudanças que foram inclusive geradas pela pandemia. O audiovisual virou o centro da nossa vida, é produção de conteúdo o tempo todo, e a gente ‘tá’ criando essa versão mostrando o diálogo do cinema com as outras artes, com cinema, com música, com teatro, valorizando a cidade e os valores artísticos regionais”, declarou.

Para a promotora do evento, o diferencial do projeto é a integração com a produção cultural das cidades participantes, bem como a ocupação dos espaços públicos de forma democrática. “O projeto tem a proposta de ser um instrumento, um veículo de integração entre os produtos da cidade, os valores artísticos, dar visibilidade, dar oportunidade de exibição, integrar e ocupar os espaços públicos de forma saudável, democrática. E democratizar, também, o acesso do público aos meios culturais. E nessa edição aqui em Mariana, inaugurando o calendário de 2022, a gente também vai exibir os produtos, oito curtas metragens que foram produzidos pela lei municipal”, anunciou Raquel Hallak, logo após a abertura do evento.

Andréa Umbelino, Secretária Municipal de Patrimônio Histórico, Cultura, Turismo e Lazer, destacou a parceria estabelecida com a empresa produtora do evento e a importância da divulgação das produções locais e ocupação do espaço físico. “A Universo nos procurou e nos apresentou esse projeto muito bacana que eu logo abracei. Eu achei muito interessante porque a gente ocupa a praça, que é um espaço familiar, é um espaço de amizade, de cultura, de passeio com os amigos e com a família. E Mariana, como a primeira cidade de Minas, não podia ficar de fora desse projeto tão bacana, sendo a pioneira no lançamento desse projeto, na edição 2022. [A mostra de curtas] foi uma proposta que fizemos para a Universo, de apresentarem os curtas-metragens, algumas apresentações, algumas contrapartidas da Lei Manuel da Costa Athaíde, que beneficiou inúmeros artistas na parte cultural e turística. Então a gente veio mostrar e dar uma satisfação também para o público do uso do dinheiro público que foi utilizado ‘pra’ resgatar a imagem da cultura e do turismo e dos artistas que tanto sofreram com a pandemia”, declarou.

Segundo Andréa, a ideia da uma nova edição da Lei Manoel da Costa Athaíde está em estudos, mas a preferência é pela realização de eventos presenciais, na medida do possível. “Isso está na proposta, mas a gente almeja que a gente possa realizar eventos em praça pública. Com o avanço da vacinação, a gente começa, gradativamente, a realização dos eventos, e isso proporciona uma gama de contratação maior com os artistas que temos aqui. Não descartamos a possibilidade da segunda edição da lei Manoel da Costa Athaíde, que também beneficiará muitos artistas que também sofrem um pouco, ainda, com esse início de retomada um pouco lento. Mas a gente tem plena consciência que a gente prefere dar espaço a eventos presenciais. Na medida do possível, respeitando sempre as orientações sanitárias devido à Covid-19”, finalizou.

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Atrações do “Cinema na Cidade”

Apresentação da Dixieland Barroco Jazz Band, na abertura do programa “Cinema na Cidade’ – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A abertura do evento foi iniciada com um cortejo da Dixieland Barroco Jazz Band, no trajeto entre o Centro de Atenção ao Turista, localizado na Rua Direita, até a Praça Gomes Freire, seguida por apresentações antes e durante a cerimônia de corte simbólico da fita, executada por Andréa Umbelino, pelo Prefeito Interino Juliano Duarte, e pelo Gerente de Relações institucionais da Cedro Mineração, uma das empresas patrocinadoras do projeto.

Representando a cultura hip-hop, o artista Young $teve King foi um dos realizadores de curta-metragem que tiveram seu trabalho, “Ato II – O Poeta”, exibido no evento e falou á Agência Primaz de como foi o desenvolvimento do projeto, que mistura o poeta Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), um dos principais representantes do Movimento Simbolista no Brasil, e o hip-hop.

Na verdade, eu sou MC de hip-hop, mas também sou poeta e tudo que acontece aqui na praça me inspira muito. Então, desde que eu cheguei aqui me falaram principalmente da obra Ismália dele [Alphonsus de Guimaraens] e sempre me tocou e eu sempre quis fazer com essa inspiração que eu tenho de artistas aqui da cidade, Bença Valentim, Circo Volante, pessoas que sempre estão trabalhando aqui na praça. Então, assim, eu já tinha o objetivo de fazer uma música que pudesse ser de hip-hop, que fizesse parte do hip-hop, que é o que eu represento, ‘pra’ família marianense, que fosse ‘pra’ todas as idades. Então quando apareceu a oportunidade da Lei Manoel da Costa Athaíde, casou tudo, casou todas as ideias. Eu, como poeta me identifico muito com os métodos, com a história do Alphonsus de Guimaraens, e aí eu quis trazer um pouquinho disso, da caminhada dele. Na vertente musical do hip hop”, declarou o artista.

A programação da sexta-feira (18) contou ainda com a exibição do filme “O Palhaço” (2011), dirigido por Selton Mello. No sábado, a programação incluiu a exibição dos curtas “Rua Dinorá (2021, Natália Maia e Samuel Brasileiro, Ceará); “Raone” (2021, Camila Santana, São Paulo) e “Traz outro amigo também” (2010, Frederico Cabral, Rio Grande do Sul), seguida pelo show do Mágico Caio e pela exibição do filme “A Sogra Perfeita” (2021), com direção de Cris D’Amato.

Fechando o evento, o show musical “Samba de Sobra convida João Fernandes.

Confira abaixo a galeria de imagens do evento, com fotos de Karla Rezende, da Agência Primaz.

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