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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

“Resgatando a História”, programa do BNDES, oficializa seu primeiro apoio em Mariana

R$6,15 milhões serão utilizados para a restauração do casarão da rua Direita

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Júlio Leite, Superintendente do BNDES, assina a ordem de serviço ao lado do Prefeito Interino Juliano Duarte – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
Foi realizada na semana passada, em Mariana, a solenidade de assinatura da ordem de serviço para o início das obras de restauração do casarão da Rua Direita, que vai integrar o Museu de Mariana, cuja primeira etapa teve a conclusão da restauração da Casa do Conde de Assumar e tem a implantação do projeto museográfico já está em andamento. Os recursos aplicados têm origem no programa “Resgatando a História”, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com participação do Instituto Cultural Vale.

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O chamado primeiro ciclo do programa “Resgatando a História”, lançado pelo BNDES em 2021, selecionou 21 projetos de diferentes regiões do país, para apoio financeiro, com a participação de cinco parceiros que injetam recursos no âmbito da Lei Rouanet, com contrapartida da instituição governamental, entre 50 e 75%. O programa tem o objetivo de apoiar financeiramente a recuperação do patrimônio histórico, promovendo a restauração e revitalização do patrimônio material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país, para alavancar o poder de impacto e de transformação na sociedade, dispondo de um total R$200 milhões para investimento, em parceria do BNDES com a Ambev Brasil, a EDP, o Instituto Cultural Vale, o Instituto Neonergia e a MRS Logística.

Esse é o primeiro projeto que a gente está assinando, no âmbito dessa iniciativa do BNDES e empresas do setor privado para recuperação de patrimônio histórico. O BNDES enxerga uma importância muito grande na recuperação do patrimônio histórico, principalmente nas cidades que tem vocação histórica, como é o caso aqui de Mariana e tantas outras. A gente pode ver no Brasil, aqui em Minas mesmo, Tiradentes é um exemplo importante, Ouro Preto, São João Del Rei, você tem muitas cidades aqui que tem vocação histórica. Principalmente cidades menores que as grandes capitais, isso faz parte da economia local e tem uma capacidade muito grande de trazer renda para a população. Então a gente enxerga, muito além da recuperação efetivamente de patrimônio, mas também como uma geração de atividade econômica para a sociedade”, afirmou Júlio Costa Leite, Superintendente Gestão Pública e Socioambiental do BNDES.

De acordo com Júlio Leite, uma das características que determinaram o apoio à recuperação do casarão da rua Direita foi sua anexação ao Museu da Cidade, a ser instalado na Casa do Conde de Assumar, viabilizando a possibilidade de sustentabilidade do projeto. “A gente gosta de projetos que tem alguma sustentabilidade financeira para que, a longo prazo, a gente consiga manter de pé. Então, no caso aqui, a ideia é que seja ativado pelo turismo, pelo turismo local, por um uso do espaço aqui da Casa do Conde de Assumar de uma cafeteria, enfim, de espaço para exposições. Isso faz com que o próprio patrimônio recuperado consiga ter uma sobrevida até a sua próxima recuperação, que a gente sabe que sempre existe a necessidade”, declarou.

O casarão da rua Direita tem uma ligação, nos fundos, com o pátio da Igreja de São Francisco, possibilitando sua integração ao Museu da Cidade – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

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Em termos de novos apoios a iniciativas de recuperação em Mariana, o superintendente anunciou que um novo ciclo deverá ser reaberto em breve. “A gente deve lançar um outro ciclo, talvez esse ano ou ano que vem de novos chamados novos projetos, que a cidade poderá apresentar e, se forem contemplados também entrarão na lista pro ano que vem”, finalizou Júlio Leite.

A proposta de recuperação do casarão foi apresentada ao BNDES pelo Instituto Pedra, a mesma instituição responsável pela recuperação da Igreja de São Francisco e da Casa do Conde de Assumar, além da implantação da primeira etapa do Museu da Cidade de Mariana.

Participando da cerimônia, o Presidente do Instituto Pedra, Luiz Fernando Almeida, destacou a importância da participação do BNDES e da Vale no processo. “A presença da Vale aqui em Mariana, e a presença do BNDES também, faz com que nossa vida melhore e que a gente consiga, sob o ponto de vista de comunidade, sobre o ponto de vista de uma sociedade, construir algo melhor, uma situação melhor, um território melhor pra todos nós. Particularmente no campo da cultura, em que, tradicionalmente, a presença das políticas públicas é muito inibida, é muito pequena, o papel que essas empresas têm, no sentido de fomentar, no sentido de apoiar principalmente essa dimensão que é o patrimônio histórico da cultura, é extremamente importante. Elas representam hoje muito mais do que a metade do investimento feito no país na recuperação do patrimônio histórico”, afirmou Almeida.

A arquiteta Anna de Grammont, responsável pelo gerenciamento do programa de recuperação do patrimônio histórico na Prefeitura de Mariana, enfatizou as demais ações que estão em andamento no município, apresentando também seus agradecimentos a todas as entidades envolvidas. “É uma alegria muito grande poder estar mostrando ‘pra’ vocês o resultado de uma obra, e ainda estar falando da segunda parte dela, que vai começar a acontecer agora. Então, a gente gostaria de agradecer imensamente o Instituto Pedra, o Instituto Vale, ao BNDES, ao Iphan, por todo o apoio que nós recebemos. O que a gente quer é entregar ‘pra’ Mariana um equipamento cultural que possa movimentar o turismo da cidade e ainda ser um espaço de cultura ‘pra’ população da cidade. Então a gente ‘tá’ muito empenhado em conseguir cuidar desse patrimônio, gerando empregos durante as suas obras, com muita expectativa do que virá depois colocando Mariana no mapa do turismo efetivamente nacional”, declarou Grammont.

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