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Hoje é quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Prefeito assina decreto de incentivo à produção audiovisual em Ouro Preto

A Film Comission busca atrair o mercado de filmes, séries, comerciais e games para a cidade

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A Film Comission busca atrair o mercado de filmes, séries, comerciais e games para a cidade
Na cerimônia de encerramento do CineOP, antes da exibição do último filme no cineteatro do Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), na noite desta segunda-feira (27), o prefeito Angelo Oswaldo (PV) assinou o decreto nº 6.527, para o fomento e incentivo à produção audiovisual na cidade. A Ouro Preto Film Comission atuará de forma conjunta com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, além de outros órgãos e entidades da administração municipal, objetivando a organização e execução de filmagens no município.

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A iniciativa considera a estratégia do Governo de Minas Gerais, no incentivo e apoio às produções audiovisuais, instituído no Minas Film Comission, pelo decreto nº 43.894, de 19 de outubro de 2004, também assinado por Angelo Oswaldo quando ocupava a Secretária de Cultura do Estado, e a criação do Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro (PRODAM), que tem como objetivo viabilizar políticas públicas por meio de parcerias entre órgãos e entidades da administração pública de Minas Gerais, Municípios e instituições privadas.

Há um imenso trabalho, por várias vertentes e perspectivas, que requer o apoio das prefeituras, como, por exemplo, na questão de energia elétrica, interdição do trânsito, preparação de uma determinada área, ou às vezes, há a necessidade de construção, de pintura. Existe uma mobilização enorme para a construção de um set cinematográfico e o trabalho que dá para a produção, como o alojamento das equipes e recrutamento de pessoas para participar como figurantes. Nós temos o maior prazer, estamos de braços abertos para receber essas produções. Mas, está na hora de termos uma organização para isso”, explicou Angelo Oswaldo.

O nome do decreto é em inglês, porque se trata de uma iniciativa internacionalizada, que acontece em vários lugares do mundo, como no Canadá e em outros países da Europa. A intenção do projeto, em uma visão global, é que todas as cidades que têm essa demanda cinematográfica, criem a sua própria comissão para o fortalecimento e criação de políticas públicas para o atendimento de suas respectivas demandas.

Sem dúvida, Ouro Preto tem suas especificidades, sendo uma Cidade Patrimônio Mundial, e há uma diversidade de cenários imensurável, no que diz respeito ao meio ambiente, à paisagem urbana histórica, à periferia, aos distritos, à serra, que são cenários belíssimos que atraem os olhos dos produtores de cinema. Não queremos apenas fomentar, mas também fornecer subsídios para que Ouro Preto cresça ainda mais na busca do destino como cenário cinematográfico”, declarou a secretária municipal de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Margareth Monteiro, à Agência Primaz.

A partir das políticas públicas criadas a partir da Film Comission de Ouro Preto, itens que são pretendidos na publicação de editais serão desenvolvidos com o envolvimento de conselhos, produtores, agentes culturais e documentaristas, para buscar recursos da iniciativa privada a fim de também fomentar a produção local.

Natural de Mariana, Uriel Marques é diretor, documentarista e videomaker. Ele foi acompanhar a assinatura do decreto na noite dessa segunda, já que, para ele, se trata de uma iniciativa que influenciará diretamente no seu trabalho. “Os produtores audiovisuais da região não têm esse holofote que é colocado aqui em Ouro Preto. Então, isso abre portas para que pessoas daqui possam fazer o seu cinema. Isso trará mais organização, uma abertura maior, facilitando o processo, porque, antes, para fechar a rua, teria que falar com o pessoal da cultura, depois com a polícia, havia muitos trâmites. Agora, com a Film Comission, eu creio que facilitará essa comunicação”, comentou.

Uriel também disse à Agência Primaz que entre os principais desafios de se fazer conteúdo audiovisual na Região dos Inconfidentes, destacam-se o alto custo das produções e a centralização do apoio financeiro. “Nós da região, sofremos com a questão de verba, porque a produção cinematográfica é muito cara. Então, para conseguir um financiamento, pagar as pessoas de forma justa e não pagar para trabalhar é bem complicado. As pessoas que iniciam na área possuem um pouco de dificuldade, porque é difícil, muito caro e sem fomento”, concluiu.

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Games

Um diferencial da Film Comission de Ouro Preto é a ampliação das áreas de atuação, incluindo a produção dos games na iniciativa. “Desde a época do ministro Gilberto Gil (2003-2008), a indústria dos games também entrou como produção de audiovisual em vários editais. A indústria de gamer, em termos econômicos, é absurda”, comentou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Guerra.

Atualmente, a prefeitura não pode cobrar uma taxa pelo uso da imagem da cidade nas produções audiovisuais. Porém, com esse conselho criado, é possível criar um fundo que pode ser movimentado pelos filmes e comerciais que vêm de fora e utilizam a imagem de Ouro Preto. “Ouro Preto poderá disputar, de uma forma muito mais profissional, para que filmes, séries e comerciais venham para a nossa cidade. Conseguindo atrair tudo isso para Ouro Preto e vendendo a imagem da nossa cidade com qualidade. A Film Comission regulará no sentido de cadastrar os artistas e grupos culturais, cinegrafistas e fotógrafos da cidade para que, quando vierem produções para cá, a Film Comission, apresente toda essa grade de profissionais do audiovisual para uma parceria”, finalizou Felipe Guerra.

Ouro Preto como cenário

Em 2021, Ouro Preto voltou a ter protagonismo na cena audiovisual do país, sendo cenário de um filme da Amazon Prime e de um comercial especial de Natal do Bradesco. Historicamente, a Cidade Patrimônio já recebeu vários filmes, como “Enigma para Demônios”, de 1975, que venceu o prêmio APCA de melhor fotografia e marcou a estreia de José Mayer no cinema; “Luar sobre Parador”, de 1988, dos Estados Unidos, indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator coadjuvante (Raul Julia) e melhor atriz coadjuvante (Sônia Braga); e “Sonhos e Desejos”, de 2006, que venceu o Festival de Gramado nas categorias de melhor atriz (Mel Lisboa) e melhor direção de arte (Oswaldo Lioi).

Além disso, há mais de 50 anos, Ouro Preto foi cenário dos primeiros capítulos da novela “Minha Doce Namorada”, exibida pela Globo. Produzida pela mesma emissora, “Espelho da Vida”, também foi gravada na Cidade Patrimônio, assim como em Carrancas, Tiradentes e Mariana.

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