- Ouro Preto
Governo estadual autoriza recuperação do prédio da Escola de Minas, em Ouro Preto
O Estado também autorizou a restauração do Cine Teatro Vila Rica
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Assinados pelo secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, pelo prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), e pela reitora da UFOP, Cláudia Aparecida Marliére, os convênios, e seus custos individuais, são referentes a:
- Contratação de projeto básico, executivo e obras para a restauração do Cine Teatro Vila Rica — R$16,5 milhões;
- Obras emergenciais para a recuperação do prédio da Escola de Minas — R$8,9 milhões;
- Contratação de projetos executivo e complementares, e execução do sistema de tratamento das águas residuárias do campus da UFOP Morro do Cruzeiro — R$2.48 milhões;
- Ação educacional inovadora, sanitária e técnica para o enfrentamento da Covid-19 pela comunidade da UFOP nos municípios de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade — R$1,25 milhões.
“Este é um momento histórico. Ouro Preto, onde todo dia é história, mas há dias que realmente se inserem na história de uma maneira definitiva para serem rememorados sempre, como é este instante que estamos vivenciando aqui conjuntamente, porque são conquistas muito importantes para a UFOP, para a cidade de Ouro Preto, Minas Gerais e o Brasil”, comentou Angelo Oswaldo.
O Museu da Escola de Minas foi construído pelo pai de Aleijadinho, Manuel Francisco Lisboa, e pelo engenheiro José Fernandes Pinto. O local já foi o Palácio dos Governadores do Estado, no ano de 1740, sendo uma das construções mais importantes da arquitetura colonial brasileira. Atualmente, o prédio é um grande museu, que conta com artigos de ciência, coleções mineralógicas e livros raros.
“Do ponto de vista da cultura e do turismo, para a cidade de Ouro Preto, a região dos Inconfidentes, Minas Gerais e Brasil, é uma das mais importantes realizações que nós tivemos um dia. Pode colocar em qualquer momento, [e] nós não teremos, não encontraremos algo tão significativo como esse investimento que hoje se formaliza”, enfatizou o prefeito de Ouro Preto.
Quanto à restauração do Cine Teatro Vila Rica, Angelo Oswaldo lembrou que Ouro Preto acabou de receber uma das mostras de cinema mais importantes do país, o CineOP, e o local estava fechado. De acordo com o prefeito, houve vários tipos de estudo sobre como restaurar o Cine Vila Rica, porém, a ação concreta sempre foi postergada. “Com esses recursos que vêm dotar a Universidade Federal, e a cidade de Ouro Preto, de um grande Cine Teatro, resgatamos o velho Cine Vila Rica, que é um espaço para o cinema, que é uma arte que é sempre praticada em Ouro Preto, não só quando assistimos ao cinema. Mas também sendo uma cidade set cinematográfico, muitos filmes são realizados aqui”, complementou.
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Universidade
Angelo Oswaldo finalizou sua fala dizendo que Ouro Preto sonhava com uma universidade desde 1788, quando acontecia a ideia revolucionária da conjuração, que gerou, posteriormente, a Inconfidência Mineira. “Foi um desejo também de Gorceix (fundador da Escola de Minas) e dos fundadores da nossa Escola de Farmácia, já em 1839. Então, a universidade é uma conquista, um sonho e uma realidade importantíssima para uma cidade como a nossa. A educação se coloca como uma das vertentes do desenvolvimento social, econômico, cultural, da nossa comunidade, gerando empregos, oportunidades e fazendo também de Ouro Preto um polo tecnológico, científico, educacional, mas também tecnológico, científico e cultural”, finalizou.
Para a obtenção dos recursos destinados a esses convênios, algumas articulações entre Município e UFOP precisaram ser feitas junto ao Governo de Minas Gerais. Em um dos encontros entre as partes, representantes da Universidade colocaram para o Estado as dificuldades que as universidades públicas brasileiras enfrentavam em relação a recursos públicos. E, ao mesmo tempo, que era preciso ter a responsabilidade de fazer a preservação do patrimônio histórico e das universidades. “Minas Gerais já tem esse peso natural da educação e a gente vê com extrema importância essa articulação aqui é educação e cultura. Estamos aqui, somos guardiões do nosso patrimônio, tanto da Escola de Minas, Escola de Farmácia, das repúblicas, do centro histórico, o próprio prédio da reitoria e a estação de trem. Então nós temos um patrimônio muito grande e a gente vê a necessidade de investir em ações assertivas que tenham resultado não só para comunidade local, mas também regional, nacional e até internacional”, comentou Cláudia Marliére.
Por se tratar de assinaturas de convênios que vão interferir diretamente na Universidade e na cidade como um todo, a reitora da UFOP manifestou uma enorme satisfação, destacando sua articulação e sua assinatura como um feito durante seus dois mandatos à frente da reitoria da instituição de ensino. “Acho que é o meu maior legado como reitora”, destacou.
Já na articulação entre Escola de Minas e Governo de Estado, as tratativas tiveram início há pouco mais de sete meses. Após a assinatura dos convênios, espera-se que mais uma ação seja anunciada, também com o apoio da Prefeitura de Ouro Preto e da UFOP. “Esperamos, em breve, poder anunciar um termo de dedução descentralizada, a ser afirmada pelo Iphan no valor de R$800 mil. A recuperação da nossa escola possibilita ampliar as ações culturais neste espaço e a nossa intenção é expandir as ações extensionistas do curso de formação de obras, que será instalado logo atrás deste auditório”, revelou o diretor da Escola de Minas, José Alberto Naves Cocota Júnior.
Último a se manifestar na solenidade, Leônidas Oliveira fez um longo discurso, valorizando a importância cultural de Minas Gerais e destacando as ações do atual governo voltadas para esse segmento. Próximo do encerramento do mandato, o secretário estadual de Cultura e Turismo lembrou que Minas Gerais se tornou o estado com o maior número de cidades preparadas para o turismo no Brasil.
Leônidas fez questão de valorizar Ouro Preto diante do crescimento turístico estadual e destacar a importância da assinatura dos quatro convênios. “Esta ação é importantíssima para a cultura mundial, para o patrimônio histórico, para a identidade de um país e para uma ideia de brasilidade por meio dos ideais de independência. Essa cidade tem uma importância fundamental para o Brasil. Quando soubemos da possibilidade desses recursos, Romeu Zema abraçou a ideia. E que sabedoria Ouro Preto escolher a restauração do patrimônio histórico e da identidade para o uso deste recurso”, destacou.