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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

The Sandman, mais uma obra vinda das HQ’s

As histórias em quadrinhos estão mais presentes no cinema e não se resumem a filmes de ação e de heróis.

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Foto: Divulgação/Netflix

Uma das obras mais aclamadas das histórias em quadrinhos acaba de ganhar sua adaptação em série na Netflix. Sandman é uma HQ escrita pelo mitológico Neil Gaiman contada por Sonho, uma espécie de governante do reino dos sonhos, um dos responsáveis por manter o mundo real como ele é.

A obra de Gaiman finalmente sai dos papéis e ganha as telas, com a adaptação da Netflix estreando nas últimas semanas e fazendo barulho no meio nerd.

Ainda que tenha sido publicado pela Vertigo, submarca da DC Comics (uma das duas empresas que dominam o cinema de quadrinhos, ao lado da Marvel), Sandman é mais uma prova de que a sétima arte pode ir além dos heróis e da ação quando adapta as HQs.

Não é recente esse movimento de adaptações para as telas das histórias em quadro. Alguns afirmam que a primeira HQ adaptada para os cinemas foi Arrosage Public, em 1895 (!), com a considerada primeira comédia do cinema: O regador regado. Obviamente, uma obra de sua época, tanto para o cinema, quanto para os quadrinhos: uma animação de curta metragem em que um homem lava a rua e é atrapalhado por um menino. Porém, não são nem um minuto de película.

É claro que isso evoluiu e a partir do terceiro milênio assistimos um boom impressionante de histórias vindas das HQs no cinema. Quase todas elas sobre heróis. São tantos filmes assim que há uma corrente que defende que os filmes de herói são um gênero à parte.

Quem conhece as HQ apenas de heróis da Marvel e DC pode pensar que a nona arte se resume a isso, quando muito aqui no Brasil com Turma da Mônica – que inclusive, tem ganhado belas adaptações com filmes e séries.

É um engano, obviamente. E o próprio cinema prova isso. Indo em exemplos bem fáceis. Tintim um dos personagens mais famosos do estilo Franco Belga tem seu filme dirigido, inclusive, por Steven Spielberg.

 V de Vingança é outra HQ do selo Vertigo adaptada para o cinema e que não é exatamente sobre heróis. O faroeste já experimentou também uma adaptação de um de seus personagens, como o Ranger do Texas Tex Willer, em um filme de 1985 que passou muito longe de sua popularidade nas HQs italianas e brasileiras.

Se pararmos para escrever cada obra de HQ que foi para as telonas (ou para a TV) garantiriam um texto por semana até o final do ano.

O grande lance é saber que o ramo das adaptações de HQ para o cinema e TV está muito bem, obrigado. Isso reflete, inclusive, no próprio mercado de quadrinhos. No começo de agosto, ocorreu a FIQ, em Belo Horizonte, e foi um sucesso de público.

O Festival Internacional de Quadrinhos da capital mineira está longe de ser um evento de histórias de heróis somente. Fenômenos da internet, como Carlos Ruas com seu Um Sábado Qualquer e Paulo Moreira, por exemplo, se fizeram presentes.

The Sandman é só mais um exemplo de como esse universo das HQ é gigante e tem ganhado cada vez mais o público. A esperança, agora, é que esse crescimento se solidifique também em outros tipos de obras para além dos heróis.

Se for preciso pegar carona nesse sucesso para apresentar novos personagens e histórias, tudo bem. Todo mundo só tem a ganhar.

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Kael Ladislau é Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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