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Hoje é segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Pedro Sousa: do hip-hop e rap à política

Empossado na Câmara de Mariana, há um mês e meio, vereador deve à música e à dança seu interesse pelas causas sociais

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Pedro Sousa (PSB), em seu gabinete, sob inspiração de Martin Luther King – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
No início de julho, Pedro Sousa (PSB), segundo suplente do partido, com 396 votos, passou a ocupar uma cadeira na Câmara de Mariana. Em entrevista exclusiva, concedida à Agência Primaz, em 11 de agosto, Pedro falou de sua infância, suas influências políticas e religiosas, da importância do hip hop e do rap, e de suas expectativas em relação aos próximos meses e a partir de janeiro de 2023. No texto a seguir, conheça o atual mais jovem edil marianense e confira seu posicionamento a respeito dos temas apresentados durante a entrevista.

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De família marianense, com pai oriundo da zona rural do município, Pedro afirma ter tido infância e adolescência “tranquila”, com participação em grupo de dança e música, e formação superior em Recursos Humanos.

Eu sou marianense, nascido e criado aqui em Mariana. Sou de família tradicional daqui de Mariana também, família antiga a na cidade. Meu pai é do Crasto, distrito de Furquim, mas minha família é aqui da cidade mesmo, da sede. Tive uma infância tranquila, durante minha adolescência comecei a dançar, e conheci o movimento hip hop. Foi onde eu conheci os movimentos sociais, né? E fui construindo a minha personalidade. Sou uma pessoa em que bairro? Moro no [bairro] Barro Preto e sou um jovem católico também, criado dentro da igreja católica, participei também dos movimentos da igreja católica. Ainda faço parte, na verdade, da renovação carismática católica. Um pouco afastado agora, por conta da correria, né? Mas sempre fiz parte dos movimentos da igreja. Fiz o ensino o ensino fundamental no Soares Ferreira e médio e no estadual [Dom Silvério]. E fiz curso superior no Adjetivo Cetep, sou formado em Recursos Humanos. ‘Tô’ com 31 anos, faço 32 anos agora em setembro, se Deus permitir”.

Pedro afirma que, atualmente, está “enferrujado” para dançar, mas que o envolvimento na política se deu através do conhecimento da realidade trazido pelo rap.

Agora eu ‘tô’ enferrujado né? [Risos] Mas eu sou muito ligado ao movimento. O hip hop ele me levou ao rap, e o rap nada mais é do que a denúncia. O rap denuncia a verdade, é ritmo e poesia, né? Então, ele te faz refletir sobre a realidade social, principalmente a realidade que você se encontra nela. E porque as pessoas que parecem com você, por exemplo, são sub representadas nos espaços do poder, mas são muito representadas, por exemplo, nos presídios. O rap ele faz isso com você. Então, desde a nossa adolescência a gente sempre teve essas provocações vivas do rap mesmo, sabe? E a partir daí a gente começou a se envolver, a entender. Demoramos muito a entender, mas chegou um momento em que [a gente] entendeu que a política era o caminho. E óbvio, com as pessoas que nos representam na história do Brasil e na história mundial como um todo, nos conduziram ‘pra’ esse caminho”.

Influência familiar

Mas o interesse político, revela o vereador, também foi despertado dentro de casa, através de discussões políticas.

Eu sempre tive muito interesse, mas meu pai foi candidato [a vereador]. Lá em casa sempre foi uma casa muito política, os meus pais sempre tiveram muito pé no chão em relação à política, e minha mãe estudou, [foi] uma das poucas mulheres negras da família que concluíram o ensino superior. E eu sempre acompanhei, desde criança, essas discussões partidárias lá em casa. Então, acho que talvez por esse caminho, por crescer nesse lar, é que me fez talvez ir por esse caminho hoje também”.

Trajetória política

Originalmente membro do Partido dos Trabalhadores (PT), Pedro Sousa mudou sua filiação partidária quando decidiu se candidatar, aderindo ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e passando a fazer parte do grupo de apoio do ex-prefeito Duarte Júnior. Pedro faz um paralelo entre a eleição de 2020 e a que seu pai participou e declara que, novamente, o exemplo paterno foi decisivo para sua candidatura.

Eu era filiado ao Partido dos Trabalhadores e era do grupo de Duarte, trabalhava com na Prefeitura [como assessor], vim ‘pro’ PSB, também por ser um partido que me representava ideologicamente, por ser um partido progressista. Como eu disse, eu tive incentivo do meu pai, né? Meu pai foi candidato em 20000, se eu não tiver enganado, não lembro agora do número de votos que ele teve, mas sempre incentivou muito. Inclusive, na eleição, eu usei o número dele, eu usei o mesmo número que ele usou na eleição dele, só mudou o início, né? Porque na época era PMDB, ele foi [candidato] com [o número] 15.671, e o meu foi 40.671, porque 40 é do PSB. Meu pai sempre foi muito incentivador, até por ter perdido a eleição naquele ano. Naquela época também era muito difícil, eu falo que era mais difícil que hoje em dia. A gente sabe todas as coisas que envolvem a política. Naquela época você não tinha, por exemplo, essa informação como você tem hoje, hoje todo mundo tem acesso à informação. Você entra na internet, você puxa o histórico da pessoa, o histórico do candidato. E você vota nele se você quiser. Sabendo toda a história dele, você vota nele se quiser, mas antes era mais difícil. Quem tinha voz naquela época era quem conseguia pagar, por exemplo, ‘pra’ falar no comício. A gente sabe como as coisas eram. Então, ele é o principal incentivador. Inclusive eu falo que é minha referência de homem. Eu costumo dizer que se eu for metade do homem que ele é, eu fico muito feliz”.

Martin Luther King

Na sala do gabinete parlamentar em que a reportagem da Agência Primaz foi recebida, destaca-se uma grande fotografia de Martin Luther King, ativista dos direitos humanos, assassinado em 1968, pendurado na parede atrás da cadeira do vereador. Questionado, Pedro Sousa falou de sua admiração e citou, indiretamente, o discurso, pronunciado por Luther King durante a “Marcha sobre Washington”, realizada em 28 de agosto de 1963, diante de 250 mil pessoas.

Conheci o Martin através do rap, do hip-hop. Assim como a maioria das lideranças que nós conhecemos. Eu costumo dizer que sou muito sonhador. Então, o Martin traz ‘pra’ nós esse viés do sonho, de acreditar num mundo melhor e num sonho, assim, de uma outra sociedade. Eu acho que ele representa a revolução pacífica, sabe? A construção pacífica de uma sociedade melhor, mais igualitária, mais isonômica, com mais equidade. Então, as ações dele durante a vida, eu me inspiro muito nelas. Eu gosto de me referenciar nele, tanto que eu tenho um quadro aqui, justamente por acreditar que é possível transformar sem, por exemplo, colocar a mão em arma, entende? Então, diferente do Malcon X, com exemplo, que era aquela revolução mais do olho por olho, dente por dente. O Martin acredita na evolução. E eu sou fã disso. Eu acho que a evolução tem que acontecer por transformação, através da informação. Então, eu preciso levar informação para que as pessoas saibam quem elas são, saibam os seus direitos. Mas, ‘pra’ isso, eu preciso de uma mobilização, eu preciso ter ‘voz’. Então, é basicamente isso que a gente ‘tá’ tentando fazer. Ter voz ‘pra’ levar informação ‘pras’ pessoas, ‘pra’ que elas saibam que elas têm direitos, que nada é de favor, e que você não me deve nada, entende? [Em relação à época de Martin Luther King] eu acho que melhorou muito, mas tem muito ainda que precisa melhorar. Nosso povo ainda sofre demais, nosso povo, como eu falei no início [da entrevista] ainda é sub-representado nos espaços de poder e a gente ainda é muito bem representado nos presídios. Se você pegar a Câmara dos Deputados hoje, você não tem ali trinta deputados que são negros, né? Mas pensando nos direitos civis, a gente avançou muito, mas ainda há muito o que fazer. Ainda há muito que melhorar. Ainda tenho que sonhar. E eu sou sonhador, eu acredito. Eu costumo dizer que se eu não acreditar, se eu não sonhar, não tenho motivo ‘pra’ criar meus filhos, né? Eu tenho três filhos, então eu preciso planejar um futuro melhor ‘pra eles’”.

Campanha para vereador

Na campanha eleitoral, de acordo com o dados oficiais da prestação de contas, Pedro Sousa gastou R$300, sendo que um terço foi direcionado a “recursos estimáveis”, referentes a serviços de contabilidade. Isso significa que os gastos efetivos foram inferiores a R$200, em recursos próprios, para a confecção de bandeiras de 140cm x 90cm, e Pedro explicou como foi fazer campanha sem recursos e quais as estratégias que utilizou para conseguir 396 votos.

Foram R$198 ‘pra’ fazer’ duas bandeiras apenas. É um complicador, né? Fato! Isso é fato! A gente não pode ficar também romantizando e dizendo que é que é bom, que é fácil. Não é! As pessoas precisam te ver, você precisa trabalhar, você precisa se mostrar ‘pra’ poder apresentar o seu trabalho. Mas eu sempre acreditei que era possível, mesmo sem recurso. Tanto que a gente usou a ferramenta internet ‘pra’ divulgar tudo que a gente fazia. A gente usou muito a internet. A gente criou um canal na época, “Segundos com Pedro Sousa”, que eu comecei seis meses antes, quando tomei a decisão de me candidatar. E aí, nesses Segundos com Pedro Sousa, a gente falava sobre ferramentas da administração pública. Por exemplo, o que era LOA, o que era o PPA, o que era LDO, né? São coisas que estão aqui, mas as pessoas não sabem. Orçamento participativo, por exemplo. A gente chamava um presidente da associação. ‘Vem cá, vamos conversar. Você é um cara que sabe da das demandas do bairro. Então, vamos construir o orçamento’. A gente falava sobre isso. Eu divulgava isso vídeo, na época da campanha, no período que era foi autorizado. E aí a gente usou muito a internet, justamente pela nossa falta de recursos, né? E eu ligava ‘pros amigos’ e pedia ‘pra’ compartilhar os vídeos. Quando a gente lançava um vídeo, a gente ligava pedindo ‘pra’ compartilhar. Não tinha como patrocinar [impulsionar]. Eu trabalhava, voltei ‘pra’ mineração nesse período [de campanha], porque eu não tinha como me manter e manter minha família só fazendo campanha. Então não é por isso que eu estou falando, já estou romantizando, falando assim que não tenho dinheiro, então vai na raça. É muito bonito, no discurso é muito bonito, mas vai lá, na prática, fazer campanha. Nós andamos demais a pé, e eu não fiz santinho separado de candidato a prefeito. Os meus santinhos foram todos que vieram do candidato a prefeito, ‘pra’ poder ajudar. Então, foram 396 votos de pessoas que acreditaram na nossa proposta”.

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Erro do sistema e fatalidade

Pedro classifica sua posse na Câmara de Vereadores como um “erro do sistema”, referindo-se à não homologação do resultado das urnas e à nomeação de Ronaldo Bento, como prefeito interino e também ao falecimento de Majelinha, 1º suplente do PSB.

Eu digo que, se eu estou aqui hoje, foi porque Deus planejou. Óbvio, por um erro do sistema. Sim, eu chamo de erro do sistema. Infelizmente, pessoas como nós, ‘pra’ sermos eleitos por quatro anos, sem financiador, sem apoio, é difícil. Então, a minha candidatura, a minha ocupação aqui hoje, ela representa um erro do sistema. Eu ‘tô’ aqui por uma decisão da justiça. Eu não fui eleito ‘pra’ quatro anos. E por uma fatalidade, porque nem era eu. Você está entendendo aonde eu quero chegar? Então, assim, eu falo que essa missão que Deus me deu, não sei por quanto tempo, a gente vem todo dia como se fosse o último. É assim que a gente trabalha aqui, como se fosse o último. Porque, a qualquer momento, vem uma decisão e a gente tem que sair, a gente. [Tem que] agradecer minha equipe, que abriu mão do que estava fazendo ‘pra’ vir me ajudar, e seguir a nossa vida”.

Planos para o mandato

Em termos de atuação parlamentar, Pedro promete resgatar seus planos de campanha e confia na equipe montada em seu gabinete para implementar o que for possível, no curto período de seu mandato.

Eu tenho um plano de trabalho. Isso eu posso dizer, nós temos plano de trabalho, nós sabemos o que a gente ‘tá’ fazendo. Nós comentamos aqui hoje: a gente tem tanto pé no chão do que a gente está fazendo, que a gente não consegue nem sentir esse glamour que a sociedade coloca nesse cargo de vereador sabe? A gente sabe, a gente tem senso de responsabilidade. Essa equipe que ‘tá’ comigo aqui, são pessoas extremamente técnicas, extremamente competentes, sabe? Então, a gente sabendo dessa realidade, e sabendo da nossa falta de recurso, a nossa responsabilidade aumenta muito mais. Quando teve essa decisão da justiça, eu sentei com a minha chefe de gabinete, a Thatiele Monic, sentei com o Wandrey e com o resto da equipe. Eu citei esses dois nomes porque são as duas cabeças que tão mais próximas de mim, são as cabeças pensantes aqui. Nós conversamos, e uma coisa que a Thatiele disse, é que não adianta a gente chegar com um mundo de coisas. Eu tinha uma apostila, na época da campanha. Eu criei uma apostila de propostas de projetos e eu postava tudo isso na internet. E eu vejo hoje muita coisa sendo encaminhada. Por exemplo, a Casa de Apoio do Distrito, que eu trazia como proposta, ela saiu do papel. Eu fico muito feliz por isso. Mesmo não sendo eu a propor. Porque a gente não tem vaidade não. Eu fico feliz de ver a política chegando, eu não tenho essa vaidade de ser eu, não precisa ser o Pedro a fazer não. A política tem que chegar ‘pro’ povo, independente se é o Luís ou Pedro. Então, quando teve essa decisão judicial, a Thatiele disse assim: ‘Olha Pedro, não adianta você chegar com um caminhão de coisas, até porque você tem seis meses’. E aí foi meio que um balde de água fria, né? Porque eu estava todo empolgado. Falei: ‘Pronto, agora nós vamos, agora nós vamos fazer! E aí ela falou isso comigo eu parei ‘pra’ pensar, e disse que ela realmente estava certa. Porque o tempo é muito curto e, na verdade, a gente nem prazo de validade gente tem, porque a qualquer momento isso pode acabar. Então ela falou isso comigo e nós elencamos três eixos de trabalho. O primeiro é justamente acompanhar as ações que já estão em curso. Porque tem muita coisa acontecendo, e de repente a gente chega querendo mudar o mundo? Eu não tenho como, eu preciso ser um colaborador das boas propostas que estão acontecendo. São quantos projetos de lei que já estão em curso? Tem projeto de lei do Prefeito, tem isso, tem aquilo. Então, se o Pedro Souza chega ali no intuito de somar, eu vou colocar projeto de lei ‘pra’ falar que eu que fiz? Não, espera aí! Vamos conversar com os outros 14 [vereadores], vamos entender. Então a gente tem feito esse papel de entender, de escuta mesmo, e até então ótimos projetos têm sido votados. Nós vereadores o pessoal trabalha muito, sô. Então, primeiro [vem] esse trabalho de acompanhar as execuções de tudo que está sendo feito tanto pelo executivo, exercendo o nosso papel de fiscalizador, e também do legislativo. E dois, promoção as políticas de igualdade racial, que é uma das nossas bandeiras. E três, juventude. A gente está acompanhando os índices, infelizmente altíssimos de suicídio. Algo que nos preocupa muito, Setembro Amarelo está vindo aí, estamos pensando em algumas coisas também ‘pra’ levar ‘pro’ executivo. Mas a gente tem feito muita indicação de problemas reais que a gente acompanha nas ruas. Óbvio, coisas que a gente já tinha pensado lá atrás´, e acolhido muitas demandas que estão chegando também. Tem chegado muita coisa ‘pra’ gente, assim como chega para os outros 14 vereadores. O nosso papel principal é apoiar tudo que ‘tá’ acontecendo, porque a gente sabe que a gente está em transição, a gente não pode deixar a peteca cair, vamos dizer assim. ‘Ah, Pedro, mas você precisa fazer o seu nome’. Não, não tem o que fazer não. Deus sabe todas as coisas. Eu sou um cara que, hoje, eu não me preocupo mais com o amanhã. ‘Tá’ na mão dele, ele sabe de todas as coisas. Então, eu vou contribuir. Porque, se a cidade está bem, eu estou bem, minha família está aqui, meus filhos estão aqui. Mas os nossos três eixos de trabalho são esses. O primeiro é acompanhar tudo que está acontecendo. Segundo, a promoção da igualdade social; e o terceiro, a juventude. As juventudes, né? Porque são várias juventudes que a gente tem no município”.

Eleição da Mesa Diretora da Câmara

A situação atípica de Mariana ainda vai ter novos desdobramentos, a partir da decisão da Justiça Eleitoral, em relação ao resultado da eleição de 2020. Nada leva a crer que possa acontecer uma eleição extemporânea ainda este ano, mas uma reviravolta poderia, em tese, colocar Celso Cota, vencedor do último pleito, no posto máximo da Administração Municipal. Se não ocorrer nenhuma dessas situações, o próximo Presidente da Câmara, cuja eleição está marcada para dezembro, deve assumir interinamente a Prefeitura de mariana, a partir de 1º de janeiro de 2023. Confrontado com a possibilidade de Fernando Sampaio, seu colega de partido ser eleito, o que permitiria sua continuidade na Câmara, Pedro Sousa preferiu não se comprometer, afirmando que todos os vereadores atuais teriam condições de exercer interinamente o cargo, se a situação ainda não estiver normalizada.

Eu acho que o ideal ‘pra’ cidade de Mariana seria que não tivesse esse imbróglio todo. O ideal era que nós tivéssemos um prefeito eleito, seja ele qual for, democraticamente, na maioria dos votos. Então, hoje, óbvio que gostaria de exercer, eu fui candidato ‘pra’ ser eleito por quatro anos. Eu vejo capacidade de ser presidente em todos aqueles que tão ali [na Câmara], sabe? De todos os 15 vereadores. Pelo meu vínculo com o partido, se o Fernando vai [para a Prefeitura], eu continuo. Que também é uma pessoa que tem uma competência muito grande, uma pessoa que é autora de vários projetos de leis importantes ‘pra’ cidade. Assim como Marcelo, assim como o Zezinho, como o Preto, o Maurício e todos os outros. Vai existir uma negociação, como em toda eleição de Câmara, e eu estou chegando agora. Então, a minha expectativa é que aquele que for eleito, que faça um bom governo, se ainda não tiver sido resolvida essa questão. Torço ‘pra’ que a situação de Marina se resolva antes disso, ‘pra’ que a gente possa caminhar com solidez, pisar firme, né? Se não resolver, eu torço ‘pra’ aquele que for eleito faça um bom governo. Que mantenha os bons programas, que mantenha os bons projetos”.

Continuidade na política

Em relação ao seu futuro político, Pedro ressaltou que não acredita em perpetuação de mandatos, que pretende cumprir sua missão de forma participativa, e que coloca o futuro “na mão de Deus”.

Eu não sou a favor de carreira na política, sabe? Tanto que eu sempre falei que eu não viria candidato mais que duas vezes. Por que precisa ser o Pedro lá? Pode, de repente, ser o Wandrey, desde que faça uma gestão aberta. Eu nunca tive sonho de ser vereador. Não, eu tenho um sonho de fazer mudança, de plantar sementinha, de poder sugerir ao executivo que leve um asfalto numa comunidade que ainda não tem; de sugerir ao executivo que coloque a torre de telefonia onde não tem; de sugerir ao executivo que crie programas ‘pra’ que a nossa juventude pare de morrer, pare de ser presa, pare de se afundar no álcool, na droga. Então, não precisa ser necessariamente o Pedro a fazer isso, né? A minha ideia, o meu objetivo na Câmara, é que eu seja apenas um instrumento. Tanto que a gente tem escutado muito. As nossas próprias propostas, que a gente construiu durante a campanha, foram todas através de construção coletiva. Nós sentamos com o movimento negro, sentamos com LGBT, com alguns representantes do comércio, com pessoas empreendedoras de Mariana, e foi assim que a gente construiu. E é assim que a gente tem conduzido até aqui. Então, não sei, acho que o futuro a Deus pertence. Nós precisamos falar do presente. Não sei o que Deus reserva ‘pra’ nós. Eu coloco na mão dele, e ele vai conduzir e decidir o que que é melhor ‘pra’ nós”.

Recado à população marianense

Eu queria dizer que a gente ‘tá’ à disposição, né? Enquanto estivermos aqui, como pessoa também, não necessariamente enquanto vereador, porque a gente tem muito pé no chão, muita noção de que nós estamos em transição. De que isso é de passagem, a própria vida é de passagem, né? A gente ‘tá’ de passagem. Então, estamos à disposição ‘pra’ construir, ‘pra’ poder sugerir ao executivo como projeto de lei, como indicação, aquilo que for demanda da população. A gente não representa um grupo ou um nicho. Eu ‘tô’ aqui os representantes da população marianense, então nosso gabinete está de portas abertas ‘pra’ boas propostas, ‘pra’ escutar. Nós somos servidores, servidores públicos, e muito bem pagos ‘pra’ isso. Então, a gente tem que trabalhar”.

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