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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Em Ouro Preto, ministro da Saúde fala sobre vacina contra varíola dos macacos

Marcelo Queiroga informou que não existe previsão para campanha de vacinação contra a doença

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Em Ouro Preto, ministro da Saúde fala sobre vacina contra varíola dos macacos
O Ministro da Saúde em entrevista coletiva, em Ouro Preto, no sábado (20) | Foto: Lucas Barbosa / Agência Primaz
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, esteve em Ouro Preto no sábado (20) para o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação e falou sobre a imunização contra a varíola dos macacos. Segundo Queiroga, nenhum país do mundo ainda tem um planejamento para realizar uma campanha de vacinação em massa contra a doença, pois não há vacinas suficientes para atender a demanda mundial.

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Apesar disso, o ministro lembrou que das 100 mil doses de imunizantes destinadas à América Latina pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), 50 mil serão destinadas ao Brasil, para imunizar profissionais que lidam com materiais contaminados de pessoas que necessitam fazer exames. “Quando houver vacinas em maior escala, nós vamos saber da eficácia dessas vacinas que foram feitas e se será necessário ampliar essa vacinação para um público maior”, ressaltou. 

Diferente da Covid-19, que vitimou 682 mil pessoas no Brasil, a varíola dos macacos é uma doença endêmica, original da África, cujos casos datam desde 1976.  No território nacional, já foram detectadas mais de mil pessoas infectadas, com um óbito. A vítima era natural de Pará de Minas e morreu em Belo Horizonte. Segundo Queiroga, a morte ocorreu pela gravidade do quadro de saúde em que o paciente se encontrava.

Temos que informar a população acerca das formas de contágio, isso está sendo feito. Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral autorizou uma campanha que o Ministério da Saúde irá veicular e estruturar a nossa rede de laboratórios. Quando foi identificado o primeiro caso na Inglaterra, em maio, nós já começamos a nossa estruturação. Hoje, há oito laboratórios públicos do Brasil que têm condição de fazer o diagnóstico. A iniciativa privada também já oferta esse diagnóstico. Uma vez que o indivíduo esteja com suspeita da doença, ele deve ficar isolado até que se tenha a confirmação do diagnóstico. Caso haja a confirmação, ele ficará isolado até a sua cura”, acrescentou o ministro. 

Outra informação que ele destacou é a maior incidência de infeções em homens que fazem sexo com homens. “Essa informação não é pra estigmatizar, não é pra descriminar, é apenas pra dar um informe epidemiológico e proteger não só essas pessoas mas todos os outros”, explicou.

Em Minas Gerais, o número de casos da varíola dos macacos vem aumentando. Em 24h, foram detectados mais de 15 pacientes , totalizando 174 infecções. Na região central do estado, a doença foi identificada em Ouro Branco e Mariana, despertando o alerta para Ouro Preto, polo turístico que recebe pessoas do mundo inteiro. 

A nossa vigilância em saúde está atenta, fizemos o protocolo baseado no Ministério da Saúde, toda a nossa equipe está treinada. Somos uma cidade turística, então deixamos um fluxo estabelecido em termos de casos suspeitos em que a Santa Casa, por ser um serviço 24h, é a nossa referência. Estamos atentos a possíveis casos”, informou Leandro Moreira, secretário de Saúde de Ouro Preto, à Agência Primaz.

Dia D da Campanha Nacional de Vacinação

Em Ouro Preto, ministro da Saúde fala sobre vacina contra varíola dos macacos
Equipes de Saúde de Ouro Preto junto do ministro da Saúde na campanha de vacinação | Foto: Lucas Barbosa / Agência Primaz

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Anualmente, o Ministério da Saúde lança a campanha de vacinação contra a poliomielite, além da multivacinação, momento que as equipes dos Municípios têm para atualizar os cartões vacinais de toda a população. Geralmente, essa campanha acontece em agosto e tem duração de 30 dias. Devido à dificuldade que algumas pessoas têm em acessar o serviço entre segunda e sexta-feira, cria-se um “Dia D”, com a organização de um número maior de pessoas para dar acessibilidade ao público que não consegue chegar às unidades de saúde. O objetivo da campanha é vacinar 15 milhões de crianças abaixo de 5 anos. 

Ouro Preto foi escolhida para começar a campanha por sua simbologia. “Não estamos aqui por acaso, essa cidade simboliza a liberdade. Nada é mais importante que a nossa liberdade. Foi assim que no século XVII Tiradentes plantou a semente do que é hoje o nosso Brasil, que em 2022 completa 200 anos da sua independência política. Liberdade é, também, ter as nossas crianças livres de doenças evitáveis por vacina”, comentou Queiroga. 

Com a maior preocupação de sensibilizar o público-alvo a aderir à campanha, Ouro Preto já estava organizando a campanha de vacinação há cerca de um mês até que nos últimos 15 dias, o Ministério da Saúde escolheu a Cidade Patrimônio para lançar a ação. 

Já estávamos movimentando uma estrutura com o objetivo de ofertar 23 vacinas no calendário e a equipe do Ministério da Saúde vem contribuir com a gente com esse reforço. O nosso objetivo é sensibilizar a população, porque vacina salva vidas”, contou Leandro Moreira.

Ouro Preto sediou o primeiro hospital de Minas Gerais, a Santa Casa (a sétima misericórdia do Brasil), criada em 1730. Em 1701, também ocorreu a primeira aula de medicina do Brasil, por um decreto de Dom João VI, ainda como príncipe regente, com o médico Antônio Vieira de Carvalho. Atualmente, a unidade de saúde passa por um projeto de expansão e, ao mesmo tempo, o município hospeda um curso de medicina em uma Universidade Federal. 

Essa mensagem alcança todo o Brasil, convocando as famílias para a vacinação geral das crianças, especialmente contra a poliomielite. É uma luta muito grande, todos têm que se empenhar nisso. É nesse ambiente comprometido com a saúde pública, com o SUS que é fundamental e um exemplo, que nós recebemos o Ministério da Saúde”, comentou Angelo Oswaldo (PV), prefeito de Ouro Preto. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 637 doses foram aplicadas no sábado de campanha, em Ouro Preto. Foram aplicadas 241 doses de poliomielite oral e 132 doses aplicadas contra a Covid-19. Também houve procura para HPV, com 52 doses aplicadas, 59 doses para varicela, 35 doses para febre amarela e 48 doses para meningite ACWY, que confere proteção contra quatro tipos de meningite.

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