- Região dos Inconfidentes
Thiago Cota alcança 3º mandato na Assembleia Legislativa de Minas
Deputado marianense foi o mais votado do Partido Democrático Trabalhista
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Aos 37 anos, Thiago Cota é reeleito para a Assembleia legislativa de Minas Gerais (ALMG), com a maior votação entre os candidatos do Partido Democrático Trabalhista, e com a maior votação para o cargo em sua cidade natal. Duarte Júnior (PSC), foi o candidato mais votado em Mariana para a Câmara Federal, mas fica como 1º suplente do Partido Social Cristão (PSC). Na Região dos Inconfidentes, Lula (PT) e Alexandre Kalil (PSD) lideraram para presidente e governador, respectivamente, exceto em Itabirito, que deu mais votos a Romeu Zema (Novo).
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Filiado ao PDT em abril deste ano, Thiago Cota praticamente repetiu a votação obtida em 2014, quando alcançou 65.745 votos, concorrendo pelo PPS. Nesse domingo (03), colocando-se como o deputado estadual mais bem votado do partido, Cota somou 64.944, com aumento de 16,24% em relação aos 55.870 votos obtidos em sua primeira reeleição, em 2018, já pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em Mariana, Thiago foi o candidato à ALMG com maior votação, totalizando 8.957 votos.
O desempenho dos candidatos do PDT foi comemorado por Geraldo Sales, conhecido como Bambu, presidente do diretório municipal do partido. “Nós elegemos todos os deputados apoiados por nós [do PDT] aqui em Mariana. Para federal, a minha filha, principalmente, apoiou a Duda Salabert e nós apoiamos o Mário Heringer. Todos dois eleitos. (…) Para a Assembleia Legislativa, Thiago ficou em primeiro e Alencar [da Silveira Júnior] em segundo [entre os candidatos do partido], também com uma votação muito expressiva em Mariana e, no total, muito expressiva em Minas Gerais”, declarou o ex-vereador à reportagem da Agência Primaz, na noite desse domingo (03), pouco antes do término da apuração.
Com 1.140 votos, Duda Salabert foi a 4ª colocada na escolha dos eleitores de Mariana para a Câmara Federal, enquanto Mário Heringer recebeu 200 votos. Ambos foram eleitos com, respectivamente, 208.332 e 68.717 votos.
Alencar da Silveira Júnior (PDT) terminou a eleição com 60.283 votos, 733 deles obtidos em Mariana.
“Muito bom para o partido, com um representante de Mariana na Assembleia [Legislativa] e dois representantes, que tiveram votos em Mariana, no Congresso Nacional”, celebrou Geraldo Sales.
Demonstrando confiança na parceria estabelecida entre o partido e o deputado marianense, Bambu acredita que Thiago Cota tem condições de dar sequência a seu trabalho em favor da cidade. “Thiago é um filho da terra, veio para o PDT, eu acho que ele fez uma boa escolha, e nós, como pedetistas, também escolhemos apoiá-lo. É uma liderança na política marianense, provando, mais uma vez, que ele fez um bom trabalho nos dois primeiros mandatos. E, com certeza, fará melhor ainda no terceiro mandato que está por vir”.
O presidente do PDT agradeceu aos leitores marianenses pela confiança depositada nos candidatos, aproveitando a ocasião para afirmar sua disposição de lutar para a vitória de Lula no 2º turno da eleição presidencial. “Agradeço mesmo cada cidadão marianense que colocou o voto lá na urna. Eu espero, agora, que o partido tome o caminho correto no 2º turno, para apoiar o Lula. Vamos que vamos para o 2º turno, e estamos aí para vencer essa eleição nacional, se Deus quiser!”, finalizou.
Candidatos votam em Mariana
A Agência Primaz tinha se proposto a acompanhar o momento em que cada candidato marianense fosse votar. Devido a desencontros de informação sobre o horário que Thiago Cota votaria, nossa reportagem não conseguiu acompanhar o voto.
Também não foi possível o deslocamento ao distrito de Santa Rita Durão, para o registro do voto de Deyvson Ribeiro (União Brasil), que obteve 2.028 votos em Mariana (2º candidato à ALMG mais bem votado no município), totalizando 3.221 votos e se colocando como o 20º suplente do partido.
Mas, no período da manhã desse domingo (03), a Agência Primaz acompanhou os votos dos candidatos Duarte Júnior (PSC) e patrícia Ramos (PSTU).
Acompanhado da esposa, membros da equipe de campanha e apoiadores, Duarte compareceu à 42ª seção eleitoral pouco depois da abertura da votação, e falou à reportagem sobre como foi enfrentar uma campanha estadual. “É muito mais complexo, né? Você tem uma logística maior, você tem que criar um grupo pensando, no meu caso, a nível de Minas Gerais, mas ‘pra’ representar o Brasil. Então, foi uma experiência única, a gente fez o nosso trabalho, eu ‘tô’ com a consciência muito tranquila que o trabalho foi muito bem-feito”, afirmou.
Acostumado a campanhas municipais, o ex-prefeito de Mariana revelou ter sentido falta de mais contato com a população do município. “É claro que, na cidade da gente, como a gente ‘tá’ muito acostumado a estar no dia a dia, naquele corpo a corpo, eu senti um pouco falta disso, de fazer esse corpo a corpo na minha cidade. Espero que as pessoas tenham entendido que é uma eleição diferente, que hoje a intenção é representar Minas Gerais no Congresso Nacional”.
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Indagado sobre a expectativa de sua eleição, Duarte preferiu responder sobre a importância de ter um representante da região em Brasília. “Eu fiz tudo que eu tinha que fazer, eu não parei um único minuto. E o sentimento que eu tenho, é que não é uma eleição minha, é uma eleição da nossa região, é a importância de ter uma representação no Congresso Nacional. Eu não poderia ter feito nada menos do que fiz por saber a importância da nossa região. Então, ‘tô’ muito confiante, mas muito tranquilo em saber que eu fiz a minha parte”, finalizou.
Ao final da apuração, Duarte Júnior foi o candidato à Câmara Federal com maior número de votos em Mariana (11.029), conseguindo ainda 7.223 votos em Ouro Preto e 470 em Itabirito. No cenário estadual, Duarte obteve 40.826 votos, colocando-se como 1º suplente do PSC, que conseguiu apenas uma cadeira, elegendo Euclydes Petterssen (101.892 votos).
Depois de comparecer ao seu local de votação, Patrícia Ramos (PSTU) falou à reportagem da Agência Primaz sobre a experiência de uma campanha estadual, depois de ter participado de uma municipal, como postulante à Prefeitura de Mariana, em 2020, e de outras campanhas, como militante. Para a candidata, aumenta o espaço de atuação, mas permanece a linha da defesa dos direitos dos trabalhadores. “A gente sabe que se expande um pouco mais o nosso território de atuação, né? Então, nós fizemos campanha aqui em Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Nova Era (…), fazendo a mesma discussão que é colocar no centro do debate os trabalhadores. Muda nessa perspectiva de espaço de discussão com os trabalhadores, mas a pauta segue sendo a mesma, e com as mesmas dificuldades”, declarou.
Para Patrícia, o importante é fomentar a discussão dos problemas enfrentados pela classe trabalhadora, independentemente do resultado mostrado nas urnas. “Mas também verificando que, cada vez mais, a gente ‘tá’ tendo mais espaço ‘pra’ conversar com a turma, com os trabalhadores percebendo que esse sistema não serve ‘pra gente’, que eles precisam de buscar outras alternativas. Então, ‘pra’ gente, mais uma vez, foi importante por isso, assim. Mesmo que não resulte em votos”.
A candidata reconhece que as condições são desiguais, mas entende que, aos poucos, aumenta o apoio às teses defendidas por ela e pelo partido. “A gente sabe que é bastante desigual o peso de aparição nas grandes mídias, ou nas mídias de modo geral. O peso, inclusive, de recursos ‘pra’ fazer e distribuir material, de ter pessoal também, acaba tendo como consequência número de votos menos expressivo. Mas, ‘pra’ gente, segue sendo expressivo o apoio, que tem aumentado cada vez mais”, afirma, ressaltando que está feliz com a campanha, em especial “com a perspectiva de que estamos em construção, tanto para a representação dos trabalhadores no Legislativo, no executivo, mas principalmente ‘pra’ construir a revolução. Que não vai se dar agora, mas quanto mais gente tiver disposição ‘pra’ ouvir esse projeto, melhor ‘pra’ classe trabalhadora e melhor ‘pra’ nossa condição de vida ser melhorada de fato”.
Patrícia tem muitas críticas à polarização estabelecida na eleição presidencial, condenando o movimento dito de “salvação” contra o bolsonarismo, proposto pelo Partido dos Trabalhadores. ” A gente chegou nesse período de eleição com
polarizações que poderiam ter sido resolvidas antes. Se a gente for olhar a própria construção do fora Bolsonaro, que teve um governo totalmente genocida contra os trabalhadores, a gente vê que teve possibilidades, né? Mas o setor
que agora se organiza contrário a ele, mais especificamente como de salvação, que seria a galera do PT, na expressão do Lula, poderia ter dado muito mais peso ‘pra’ essas mudanças anteriores, antes de chegar nesse ponto como ele sendo salvador”, afirma.
E se mostra cética do resultado, considerando que, mesmo com uma vitória nas urnas, a conjuntura econômica ainda é desfavorável aos trabalhadores. “O bolsonarismo não se encerra num voto, né? É um movimento que tem sido fortalecido, e a gente tem que dar peso, inclusive ‘pra’ discutir a autodefesa da classe trabalhadora que tem sido confrontada por esses setores. Mas entendendo também que o Lula, aliado ao Alckmin, à FIESP e à burguesia como um todo, eles podem expressar, a princípio, a derrota de Bolsonaro nas eleições. Mas, economicamente, ‘pra’ nossa classe, expressa também mais ataques. A reforma administrativa ‘tá’ vindo aí, talvez uma reforma da previdência também! Sei lá se vai vir de novo, mais privatizações. E isso tudo, não reflete uma melhoria da nossa condição de vida”, finaliza Patrícia.
Ao término da apuração, Patrícia Ramos totalizou 798 votos, sendo 336 no município de Mariana.
Números das votações para Presidente e Governador na Região dos Inconfidentes
Presidente | ||
Cidade | Lula | Bolsonaro |
Itabirito | 16.176 (50,27%) | 12.009 (37,32%) |
Mariana | 25.076 (65,79%) | 9.949 (26,10%) |
Ouro Preto | 32.572 (66,50%) | 12.345 (25,20%) |
Governador | ||
Cidade | Zema | Kalil |
Itabirito | 14.882 (53,45%) | 10.534 (37,83%) |
Mariana | 12.437 (39,54%) | 17.107 (54,39%) |
Ouro Preto | 15.779 (37,13%) | 24.331 (57,25%) |