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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Blitz fecha a primeira noite do Canta Mariana

Com chuva fina, Praça da Sé assistiu show recheado de antigos sucessos, depois da apresentação das 10 primeiras semifinalistas.

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Banda Blitz está comemorando 40 anos de carreira – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A tenda instalada na Praça da Sé foi providencial, protegendo a plateia de uma chuva fina e constante que começou a cair na noite dessa quinta-feira (03). Isso aumentou a sensação de proximidade de todos os presentes que, depois da apresentação das 10 primeiras músicas selecionadas para a fase semifinal do Festival Canta Mariana 2022, cantaram e dançaram ao som da banda Blitz. Nesta sexta (04) serão apresentadas as outras 10 classificadas e indicadas as finalistas que concorrem, no sábado (05) a troféus e prêmios de R$25 mil, para os três primeiros lugares.

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A 2ª fase do Festival Canta Mariana, versão 2022, aberta a compositores de todo o país, teve sua primeira noite sob chuva fina e temperatura baixa, mesmo em novembro. Sem os problemas de som verificados na fase local, realizada em agosto, foram apresentadas 10 semifinalistas na primeira noite, três das quais de artistas marianenses.

Confira a lista das concorrentes, na ordem de apresentação:

– Valsa dos pássaros (Gabriel Rocha)

– Mapa do poeta (Violeta e Jairo de Lara)

– Cicatriz (Joseph Philip)

– Nasce a cada dia (Kaíke Barto)

– Gana (Valéria Velho)

– Choro de carnaval (Felipe Bedetti)

– Ela (Marina Anacleto)

– Segunda divisão (Sandro Dornelles)

– Certeza (Cley)

– Sol da praia (Wandrey)

Depois da apresentação das demais finalistas, neste sábado (04), o júri, composto pelo mesmo corpo de jurados que atuou na fase local, vai escolher as 10 finalistas.

Ivan Corrêa, Andrea Amendoeira e Felipe Moreira (da esquerda para a direita), durante a apresentação das músicas da primeira semifinal – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Encantamento com o festival e com a cidade

Original de Taubaté (SP), Berê interpretou a música Gana, composta por Valéria Velho, que já participou de outras edições do Canta Mariana, tendo sido 3ª colocada na edição anterior.

Em entrevista concedida à Agência Primaz, depois de sua apresentação, a cantora disse que já conhecia outras composições de Valéria e que ficou feliz por ter recebido o convite para vir a Mariana. “Eu conheci algumas composições da Valéria através de uma amiga minha, da Cacá, que é uma intérprete e apaixonei pelas composições da Valéria, né? E nesse festival ela me chamou ‘pra’ interpretar essa composição dela, “Gana”, que é linda e eu me identifiquei com a música porque a letra tem a ver com a minha história na música. E a Valéria conseguiu sintetizar um pouco da minha história”.

Berê se mostrou encantada com a cidade, e com a organização do evento, declarando sua vontade de ter oportunidade de participar da final. “O palco está lindo, o som está maravilhoso, os músicos super atenciosos, superprofissionais, a plateia receptiva, e a cidade é linda. Está tudo perfeito, estou adorando. E estou aqui na confiança. Tomara Deus, se for da vontade dele, chegar nessa etapa [final]”, afirmou.

A cantora Berê, de Taubaté (SP), interpretou “Gana”, composta por Valéria Velho – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Estreante, não só no Canta Mariana, mas também em festivais, Kaíke Barto é de Barbacena (MG) e se define como um artesão de diferentes tipos de arte. “[Sou] um eterno sonhador da arte, um carpinteiro da arte, estou há 15 anos trabalhando com isso, com voz e cena, música e teatro, nessa busca de viver de arte”, declarou.

Sobre sua participação no Canta Mariana, Kaíke revelou sua surpresa ao ser selecionado, já na primeira vez que concorreu. “É a primeira vez, fiquei super surpreso porque já consegui ser selecionado essa primeira vez. É minha primeira composição autoral, assim, com um pouco mais de produção. Eu escrevo, rabisco há muito tempo, mas essa é a primeira. Então, fiquei muito feliz. Soube pelo Instagram, pela internet. E vida longa ao festival que é incrível”.

Escrita durante a pandemia, a música Nasce a cada dia foi inspirada em uma obra de Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio. “Tem um livro dele que chama Livro dos Abraços, ele percorreu a América Latina e fez um compilado dessas viagens. Eu me inspirei ali ‘pra’ pensar justamente nesse sentimento de pertencimento, esse sentimento de coletivo que ‘tá’ nos faltando, né? Então a música fala disso, ser a cada dia, e que vale a pena cantar, justamente porque a gente consegue ser forte do jeito que a gente é”, finalizou Kaíke.

“Nasce a cada dia”, composição do barbacenense Kaíke Barto, foi inspirada em uma obra de Eduardo Galeano – Foto: Maria Fernanda/ASCOM

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Três brilhos marianenses na primeira noite do Canta Mariana

Segundo colocado na fase local do Canta Mariana, Joseph Philip revelou que, estar no palco novamente, é uma grande satisfação, mas que ainda provoca ansiedade, porém mostrou-se confiante. “Na verdade, é um sentimento como se fosse a primeira vez, viu? Porque, por mais que você já tenha passado as outras fases, tenha conseguido alguns prêmios, a gente sempre fica naquele medo, né? Tem muita gente boa, eu acompanhei os ensaios do pessoal aí, e já deu aquele friozinho na barriga. Mas ‘tô’ confiante, se Deus quiser as coisas vão caminhar bem, e no sábado a gente vai ‘tá’ aí representando Mariana”.

Com a música “Cicatriz, Joseph Philip conquistou o 2º lugar na fase local do Canta mariana – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Joseph é autor de Ultimato, escolhida pelo público como a melhor para o prêmio “Audiência Primaz”, em 2021. Comparando as músicas, Joseph revela que elas compõem uma sequência, “baseada em fatos reais”, nascendo daí a diferença entre o intimismo da primeira e o som mais denso da que concorre este ano. “Cicatriz é continuação da história da música do ano passado, Ultimato sendo aquela conversa entre um casal, no término deles, e Cicatriz sendo um reflexo de tudo isso, nos meses pós-término da relação. Então o arranjo da música leva isso também, fica aquele arranjo mais dramático, aquela coisa mais mais densa, né? Diferente de ultimato, né? E, assim como Ultimato, é inspirada em fatos reais, mas não a música inteira, só algumas partes, principalmente o refrão. O refrão, com certeza, tem uma inspiração aí”, finalizou.

Marina Anacleto, de Passagem de Mariana, emocionou a plateia com sua interpretação da música “Ela” – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Muito aplaudida, mas não só por um fã-clube de parentes e amigos, Marina Anacleto foi a segunda marianense a subir ao palco, para apresentar a música “Ela”, de sua autoria, classificada em 5º lugar na fase local.

Dizendo-se um pouco menos nervosa do que na ocasião anterior, estudante de Música, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Marina se mostrou emocionada e satisfeita pela reação da plateia, e de uma pessoa, em especial, que veio cumprimentá-la depois da apresentação. “Hoje eu ‘tô’ mais tranquila do que da outra vez. Mas, assim, eu ‘tô’ muito mais grata mesmo, sabe? Eu me sinto mais grata pela oportunidade de estar cantando mais uma vez e pela oportunidade também de representar Mariana, né? Foi especial poder cantar ‘pra’ essas pessoas, e é uma música que fala sobre mim, mas se tornou uma homenagem a todas as mulheres, né? E eu acabei de ouvir aqui, de uma mulher, que se sentiu representada na música e se sentiu emocionada, sabe? Então, eu ‘tô’ com vontade de chorar de verdade, porque é o que eu queria com essa música”.

Último a se apresentar entre os concorrentes, Wandrey, vencedor da fase local, trouxe ao palco uma nova versão da música Sol da praia. “A gente tem que ficar esperto, né? Jogar conforme o jogo. E eu fiquei pensando que da última vez, como eu incrementei muita coisa e as pessoas não esperavam, então eu quis correr atrás dum certo prejuízo que eu nem sei se eu tive. E, eu quis incrementar, quis deixar mais pesado sim, tirei alguns instrumentos, coloquei outros. Mas, no geral, a gente trabalhou mais no backing vocal”, declarou.

Na apresentação da fase nacional, Wandrey modificou o arranjo de “Sol na praia”, incluindo um trio de vocais de apoio – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A música original é um afro beat, então eu tinha muitas referências que eu queria ter trazido ‘pra’ última apresentação e não consegui. Nessa eu consegui trabalhar melhor em cima dessas referências e acho que saiu do jeitinho que a gente que a gente queria. Estou muito feliz”, finalizou Wandrey.

40 anos da banda Blitz

Ainda antes do show, Evandro Mesquita, fundador e líder da Blitz, concedeu uma rápida entrevista à Agência Primaz, falando da trajetória da banda e das comemorações do aniversário.

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