Compartilhe:
Em 2020, a angústia torna-se a principal companhia de todos nós que estamos enfrentando uma das maiores epidemias da humanidade, e eu não elenco somente o vírus Covid-19, que anunciou a sua chegada em dezembro de 2019, a epidemia da angústia é revestida do egoísmo, o egoísmo esse protagonista maquiavélico que nos cega e nos dá a falsa sensação de poder, afinal as pessoas atribuem ao egoísmo as grandes vitórias e conquistas da humanidade! Que vitorias? Que conquistas?
Recentemente as pessoas no Brasil, foram extremamente egoístas quando já sabiam da existência do vírus Covid-19, foram às ruas para “brincar” o Carnaval.
Cética que sou, em relação às aglomerações (porque eu não acredito em felicidade aglomerada, de pessoas), questionei e critiquei o Carnaval brasileiro, todos nós sabíamos que a burguesia brasileira passaria lindamente seus respectivos feriados carnavalescos na Europa, Estados Unidos e Ásia.
Os burgueses voltam contaminados, e contaminam pessoas em festas de gente rica na Bahia, em São Paulo, e aparentemente parece que algumas pessoas contaminadas disseminaram o vírus no Rio de Janeiro, também em algumas festas (mas nada confirmado, mas não duvido), muita mulher pobre e trabalhadora no Rio de Janeiro, foram contaminadas pelas madames da zona sul, as que não abriram mão literalmente da mão de obra, mesmo quando a OMS, pediu quarentena e isolamento.
Pronto! O dominó caiu, desabou e agora estamos em estado de alerta!
O mundo não será o mesmo, essa frase está sendo repetida exaustivamente.
Quem o mundo salvará? Os ricos ou pobres? Os ricos, em seus hospitais de luzes de led, ar condicionado, praça de alimentação e respiradores importados, e toda a estrutura necessária para “salvar” vidas!
E nós?
SUS!
Teremos que ser fortes, nos cuidar, praticar os protocolos de higiene, e ajudar e defender o SUS!
Os ricos não ficam angustiados, porque eles sabem que vão passar essa culpa para nós, o povo!
Mas um fio de otimismo desliza pela minha mente: vivemos tantas angústias e nos tornamos fortes, brutos (porém nunca imunes), e em 2020 perdemos a batalha para a angústia, vamos nos silenciar, organizar a vida, perdemos a batalha, mas não a guerra pela vida, pela sobrevivência, pelos nossos sonhos e cuidar das pessoas que amamos.
Em 2020, não vamos morrer, vamos sobreviver (mais uma vez)!
(*) Sarah Tempesta é bióloga e residente em São Lourenço (MG)