Compartilhe:
A prática de atividades físicas regulares como parte do cuidado com a saúde é uma unanimidade entre médicos, educadores físicos e fisioterapeutas. Em tempos de pandemia, essa necessidade revela-se ainda maior para aumentar a resistência do organismo e evitar visitas indesejadas a hospitais e centros de saúde. Porém, muitas atividades realizadas em grupo tiveram que ser interrompidas, como medida de segurança, para evitar contágios de Covid-19.
Além dos prejuízos à saúde de praticantes amadores, a pandemia também interferiu nas atividades de quem vive da prática esportiva. Por isso, a Agência Primaz conversou com atletas, instrutores e membros das associações esportivas de Mariana para saber mais sobre os impactos da pandemia no esporte local. Entrevistamos praticantes e instrutores de futsal, yoga, skate, ciclismo, handebol, Tai Chi Chuan e basquete.
*** Continua depois da publicidade ***
Paloma, membro da Associação Marianense de Futsal (AMF), comenta os impactos da pandemia na modalidade e as formas de adaptação diante do isolamento social. “Tínhamos uma programação com mais de 20 competições no ano, envolvendo atletas de Mariana e cidades vizinhas. Sabemos que a política do distanciamento social é extremamente importante em um momento como este. Logo, é imprescindível que atividades esportivas coletivas, como é o caso do futsal, respeite essa política. Algo que tenho visto, que é bastante interessante, são as adaptações que algumas equipes de futsal vem fazendo. Basicamente, elas têm incentivado seus atletas a realizarem atividades ligadas aos fundamentos do futsal e ao preparo físico com materiais que temos em casa. Isso é muito legal!”
Os impactos também foram percebidos por Diana, da Associação HamTai, nas práticas de Tai Chi Chuan e Kung Fu. “A gente percebeu o impacto em todos os setores. Com essa necessidade da quarentena, reduz as possibilidades das atividades serem feitas de forma costumeira. Isso afetou a situação dos atletas. Não teremos condições de realizar campeonatos, provavelmente durante o ano todo. Os treinos estão reduzidos também. A gente procura manter um certo contato, vínculo com o grupo, mas é difícil de manter como na forma presencial que é o ideal”.
De acordo com Matheus Loreto, a prática de handebol no município também está suspensa. “O handebol está totalmente paralisado, desde o primeiro comunicado do município sobre a paralisação das atividades esportivas da cidade. Tinhamos pra esse ano um calendário de competições, mas que como um todo também foram adiadas. Tentamos fazer mais divulgação na nossa página, com momentos históricos ou divertidos, para manter as pessoas engajadas. Sobre atividades de treinamento em casa, como envio de planilhas ou treinos por vídeo, não temos nada em andamento”.
Priscila Tukoff, instrutora de basquete, disse que a pandemia mudou a rotina de treinos por completo. “Mudou totalmente nossa rotina. Até enviamos vídeos de exercícios via WhatsApp, mas, além de não podermos constatar se eles estão realizando ou não os exercícios,a parte técnica fica totalmente inoperante. Observei também que alguns atletas novatos, que ingressaram na equipe ligo que o ano começou, já desistiram e saíram do grupo”.
Geraldo, instrutor de Yoga, também teve que interromper as atividades presenciais por causa da pandemia. “O nosso trabalho na Academia Ative e no espaço Saúde e Paz está suspenso já tem praticamente 70 dias. Não tem como dar aula. Eu não consegui fazer nenhuma atividade online por falta de conhecimento com a internet e a tecnologia mesmo. Nós temos um grupo de Yoga no Whatsapp e eu compartilho lá algumas meditações. Hoje estamos em um processo que já dura 18 dias consecutivos. Mas eu ainda não consegui produzir nenhum conteúdo próprio.”
*** Continua depois da publicidade ***
Como não geram aglomerações, atletas de esportes individuais conseguiram manter uma rotina de treinos mais próxima da seguida antes da pandemia. É o caso do skate, praticado por Fernando. “Pra nós não interferiu muito pois nosso esporte é individual. Sem contato direto. O contato que temos é quando cumprimentamos um ao outro e isso na prática é fácil evitar. O skatista já tinha o toque de soquinho, agora o cumprimento é com o cotovelo”.
Apesar da possibilidade de ser praticado individualmente, o ciclismo de Mariana foi profundamente impactado pela Covid-19. Quem esclarece é o presidente da Associação de Ciclismo de Mariana (ACM), Anderson Ricardo Silva. “O primeiro impacto foi o cancelamento dos eventos. A rotina dos atletas mudou totalmente, uns treinam em rolo e spinner e atividades adaptadas. Outros atletas que não conseguem ficar em casa treinam em rodovias e trilhas da região, com o cuidado necessário.”