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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Rua João Batista: Poder público e Tecnosonda debatem solução para a via

Reunião teve participação do Demutran, de representantes da Secretaria de Obras e Gestão Urbana, funcionários da Tecnosonda e líder da Associação Comunitária Passagense.

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Pessoas em volta de mesa branca, cm garrafa de café e xícaras em cima, debatem os problemas da Rua João Batista
O encontro promovido pelo Demutran durou aproximadamente uma hora - Foto: Igor Varejano/Agência Primaz

Na manhã desta terça-feira (31), o Departamento Municipal de Trânsito de Mariana (Demutran) convocou uma reunião para debater a situação da Rua João Batista. Estiveram presentes, na sede da Secretaria de Segurança Pública, representantes da Secretaria de Obras e Gestão Urbana, dois funcionários da empresa TECNOSONDA e uma representante da Associação Comunitária Passagense. No encontro, o principal tema discutido foi a incidência de caminhões pesados na via, para acesso a uma obra contratada pela Vale, realizada pela empresa Tecnosonda. O debate sobre a responsabilidade pela degradação da rua foi aprofundado, levantando a posição da empresa responsável e um olhar técnico de representantes dos órgãos públicos.

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Quem é responsável pelos danos produzidos na Rua João Batista?

O que motivou a convocação da reunião foram os questionamentos levantados pela Agência Primaz acerca de um ofício encaminhado pelo Demutran à Associação Comunitária Passagense, que analisava a situação da via em questão. No documento, o órgão afirma que “não há a possibilidade de restringir o fluxo de veículos pesados na Rua João Batista”. A justificativa para esse laudo foi a situação da rota alternativa, no Bairro Liberdade, que poderia apresentar riscos para a população.

No documento, lê-se:

“Considerando que ocorreu um acidente de trânsito registrado em Boletim de Ocorrência (vide em anexo) no dia 29/06/2022 com um veículo pesado da obra que estava trafegando pela rota via bairro Liberdade, a equipe do Demutran solicitou que a empresa Tecnosonda não utilizasse como rota para os veículos pesados o bairro Liberdade considerando que as vias do bairro apresentam inclinações elevadas aumentando os riscos de possíveis sinistros de trânsito”.

Em 13 de janeiro a Rua João Batista ficou interditada para reparos na rede pluvial, danificada devido ao tráfego pesado, Para o trabalho foi utilizadauma retroescavadeira que precisou abrir ainda mais a cratera formada na via.
Situação da rua no dia 13/01 - Foto: Igor Varejano/Agência Primaz

Em função disso, tanto a Agência Primaz quanto os representantes dos moradores questionaram o Demutran sobre qual órgão seria responsável por corrigir e atenuar os problemas. Na reunião, Eliabe de Freitas interpelou primeiro a Secretaria de Obras sobre a situação. O assessor técnico José Pereira afirmou que os problemas da João Batista são conhecidos pelo departamento, mas possivelmente por conta das obras recentes, houve uma piora estrutural considerável na via.

Por sua vez, os representantes da Tecnosonda disseram que por conta dos últimos acontecimentos, a empresa já havia diminuído a carga dos caminhões. Afirmaram também que o andamento da obra é uma prioridade da Vale, estando eles engessados devido ao contrato. No entanto, através de um vídeo enviado por uma fonte à Agência Primaz, foi identificado um comboio de caminhões realizado na manhã desta terça. Em conversas anteriores com moradores, foi relatado que esta é uma prática rotineira da empresa que lida com as obras.

Neste momento, ao ver o vídeo, Eliabe solicitou que os comboios não aconteçam mais, citando o artigo 192 do código de trânsito, que determina “que veículos lentos, quando em fila ou comboios, deverão manter uma distância mínima aproximada de oitenta metros entre si”. O assessor técnico da Secretaria de Obras, inclusive, apontou que dividir a carga em vários caminhões pode ser ainda pior para a via do que caminhões cheios.

A representante da Associação, Mara Lúcia Carvalho Rocha então questionou sobre a existência de algum “estudo da via pela empresa, antes das obras”, sendo informada, pelo representante da Tecnosonda, que o estudo havia sido feito e encaminhado aos órgãos responsáveis.

Existe a possibilidade de uma obra definitiva?

A grande questão tratada na reunião foi pontuar que os danos ao revestimento de asfalto da Rua João Batista são causados por problemas estruturais, sendo levantada a questão da viabilidade de uma grande obra definitiva que solucione os problemas e modernize a canalização de água pluvial da Rua João Batista, mas a resposta da Secretaria de Obras foi clara: “Ainda não há esse planejamento”.

Cratera aberta na Rua João Batista, devido aos danos causados na rede pluvial pelo intenso tráfego pesado
O problema mais recente ocorreu por um deslocamento da manilha da rede pluvial - Foto: Igor Varejano/Agência Primaz

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O assessor técnico José Pereira afirmou que existem problemas de orçamento e não há um projeto para a solução definitiva, sendo necessária uma parceria com a Secretaria de Governo, a fim de mobilizar o Executivo na destinação de verbas para solucionar a questão. Por enquanto, a secretaria se prontificou a realizar os reparos paliativos que forem necessários e a confecção de um relatório geral sobre a situação da Rua João Batista, visando identificar quais os pontos de maior atenção e urgência das decisões a serem tomadas.

Com esse entrave orçamentário, a responsabilização da Vale, através de uma contrapartida de auxílio financeiro, foi levantada pela associação e representantes dos órgãos públicos, mas a Tecnosonda, por ser uma empresa terceirizada, não tem competência legal para discutir o assunto.

Definição do plano de ação

Como resultado da reunião, um segundo encontro foi colocado em pauta, desta vez convocando representantes da Vale, da Transcotta (empresa de transporte coletivo que utiliza a via como trajeto da linha Colina x Alto da Passagem) e os participantes do encontro desta terça-feira. Além disso, a análise do relatório feito pela Secretaria de Obras deve mostrar quais os próximos passos a serem tomados tanto pelo setor público, quanto pelas empresas diretamente ligadas ao tráfego de caminhões no local.

A partir deste segundo encontro, as responsabilizações devem ser definidas e os encaminhamentos devem ser feitos, no intuito de atenuar os problemas.

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