- Mariana
Centro de Referência da Infância e Adolescência retorna às atividades em Mariana
Após pausa de três meses, o CRIA promoveu uma reabertura oficial com 10 oficinas
- Daisy Pereira
- Supervisão: Luiz Loureiro
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“A palavra é recomeço, amar para recomeçar”. Com essa frase, teve início a reabertura oficial do Centro de Referência da Infância e Adolescência (CRIA) nessa terça-feira (07). O evento foi realizado pela Prefeitura Municipal de Mariana, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (SEDESC) e contou com a equipe de monitores, a coordenadoria e usuários do espaço, além de membros dos poderes Executivo e Legislativo da região.
A proposta principal do encontro foi receber os usuários e responsáveis para alinhar suas expectativas quanto à volta das atividades. Para Rosilene Fonseca, monitora de artesanato, o momento é de imensa alegria e importância: “O retorno das crianças e adolescentes é super importante porque tem um bom tempo que eles estavam sem participar”, afirmou.
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As oficinas estavam interrompidas desde 10 de novembro, devido à reestruturação do local. Neste período, mudanças foram feitas, como a troca do forro da piscina, pinturas em todo o prédio, reforma no refeitório e adequação de salas danificadas.
Segundo a atual coordenadora do CRIA, Cláudia Arantes Guimarães, as reformas foram necessárias para atender melhor aos usuários: “A gente está há um mês na organização, reestruturando, tanto estrutura física, como imobiliária. Ainda não está da forma que a gente quer, mas estamos trabalhando para isso”, declarou à Agência Primaz.
Neste período de paralisação, a equipe de educadores continuou presente no espaço, planejando o retorno. A coordenadoria do CRIA ofereceu capacitações para os monitores se especializarem e se prepararem para a volta dos usuários.
Oficinas para aprendizado e acompanhamento
Com o retorno, o espaço oferece mais de 10 oficinas, voltadas a crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos. Dentre as atividades, há artes marciais, dança, natação, ginástica, capoeira, artesanato, música, ballet, informática educativa, esporte e percussão.
O CRIA também conta com psicólogos, assistente social e uma equipe pedagógica para um acompanhamento minucioso dos usuários. O atendimento socioeducativo prevê oficinas organizadas para prevenir situações de risco social, fortalecendo vínculos e incentivando a socialização e a convivência.
“Aqui no CRIA a gente trabalha com fortalecimento de vínculos familiares, com crianças em estado de vulnerabilidade. Então, além de ofertarmos oficinas, estamos sempre atentos com esse olhar de acolhimento, por isso nos preocupamos em montar uma ótima equipe técnica”, explicou Daniely Cristina, secretária da SEDESC.
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Experiências e expectativas com o retorno
Para João Gabriel, que participa do CRIA há quatro anos, o espaço mudou sua vida. “O CRIA para mim é minha segunda casa, todos os professores são meus amigos. Aqui é um lugar que me mudou bastante, para melhor, antes eu era bem agressivo, tímido, hoje em dia eu consigo conversar com as pessoas e ter amigos”, declarou o jovem de 17 anos, que participa das oficinas de muay-thai, capoeira, taekwondo, música e natação.
Com a pausa, João ficou longe do espaço, mas manteve seus treinos com o objetivo de voltar para o CRIA. Além disso, ele está quase se formando como professor de muay-thai, com a ajuda de seus monitores. “Durante a pausa, eu ganhei uma bolsa em uma academia para treinar de graça. Por causa do CRIA, então, esse espaço tem um peso emocional gigantesco para mim. A pausa foi muito ruim, estou feliz em voltar”, afirmou.
Durante o evento, alunos que aprenderam e desenvolveram suas habilidades no CRIA realizaram uma apresentação de dança, como é possível conferir a seguir:
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Nova coordenação
Cláudia Arantes assumiu a coordenação do CRIA há pouco mais de um mês. Com a sua indicação pela secretária Daniely Cristina, novas expectativas foram traçadas para o desenvolvimento das atividades do espaço. “A Cláudia é professora, pedagoga efetiva do município há 27 anos. Quando indiquei o nome dela foi por acreditar na experiência e no potencial que ela tem”, destaca a secretária.
Cláudia lembra quando recebeu o convite e como tomou sua decisão em aceitá-lo: “Quando fui convidada eu fiquei pensativa, porque há 27 anos trabalhando em escolas, eu estava acostumada com essa rotina, mas me falaram que no CRIA eu atenderia o usuário. Eu gosto desse contato direto com as pessoas, fiquei muito feliz”, explica.
O objetivo principal do CRIA nessa nova fase é fortalecer vínculos entre educadores, equipe técnica, usuários e seus responsáveis. Segundo Cláudia, atualmente o CRIA conta com 144 matrículas ativas, e a expectativa é atingir a marca de 400 matriculados ainda neste ano.
Rosilene é monitora do CRIA há quatro anos e conta sobre sua experiência e expectativa para essa nova fase: “Eu adoro ser monitora, eles [usuários] são muito carinhosos, receptivos. A gente descobre diversos talentos em todas as modalidades, é muito rico e compensador. Estamos bastante esperançosos com o retorno, a nova coordenação tem esse olhar para o fortalecimento de vínculo, de trabalhar mais essa afetividade com as crianças e adolescentes”, declarou.