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Hoje é domingo, 24 de novembro de 2024

Estudantes da UFOP realizam “catracaço” em protesto contra preços e condições do Restaurante Universitário

A Universidade já se pronunciou anteriormente sobre o assunto, mas sem apontar para possíveis reduções no valor das refeições.

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Catracaço foi realizado no almoço da Universidade Federal de Ouro Preto nessa quarta-feira (31)
Manifestações marcaram o almoço da Universidade Federal de Ouro Preto nessa quarta-feira (31) – Foto: Nikolle Gandra/Agência Primaz

Nessa quarta-feira (31), estudantes da UFOP realizaram protestos nos campi de Mariana e Ouro Preto. A ação aconteceu devido ao valor cobrado pelas refeições no restaurante universitário (RU) que atualmente custa R$7,06, o segundo mais caro de entre as instituições federais localizadas em Minas Gerais. Além disso, alunos também relatam, nas redes sociais, terem encontrado larvas e sujeiras na comida. As manifestações tiveram início às 12h, com os estudantes do ICHS, ICSA e Morro do Cruzeiro entrando nos restaurantes universitários sem efetuar o pagamento. A ação conhecida como “catracaço” reuniu alunos de diversos cursos e teve como objetivo manifestar a insatisfação com a empresa contratada para o preparo e distribuição das refeições.

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Manifestação no RU do Morro do Cruzeiro (Ouro Preto)

Estudantes confeccionaram cartazes de protesto contra o preço do bandejão
Estudantes confeccionaram cartazes de protesto contra o preço do bandejão - Foto: Milena Reis Silva/Agência Primaz

No Morro do Cruzeiro (Campus de Ouro Preto), centenas de estudantes da UFOP participaram do “catracaço”, questionando o preço da comida e a falta de qualidade e segurança alimentar. O grupo organizador instruiu os discentes a não passarem a carteirinha na roleta e os usuários do restaurante universitário formaram uma fila em direção à entrada do Restaurante Universitário entoando palavras de ordem: “Sete reais tá caro demais!” e “Uh! É sacanagem! Sete reais ‘pra’ comer sem qualidade”.

Em entrevista à Agência Primaz, um estudante da UFOP que não quis se identificar falou sobre o objetivo da manifestação. “Essa manifestação é contra o aumento exorbitante do preço do RU e contra a baixa qualidade que estamos enfrentando. Tem relatos de pessoas encontrando plástico, vidro, dentro do RU”. O entrevistado também ressaltou o impacto que o preço do RU pode trazer a permanência na Universidade. “Isso é um ataque à permanência dos estudantes na universidade”, explicou.

Os estudantes respeitaram as pessoas que estavam trabalhando no restaurante, não tendo ocorrido brigas ou discussões. As trabalhadoras liberaram a passagem e serviram normalmente a comida aos alunos. Entretanto, no dia seguinte (quinta-feira), a empresa responsável pelo RU colocou seguranças na entrada, como forma de prevenção contra uma nova manifestação.

Catracaço foi motivado pelo aumento superior a 100%, em 5 anos
Gráfico exibido pelos alunos da UFOP mostra a evolução do preço do - Foto: Milena Reis Silva/Agência Primaz

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Manifestação nos RU’s de Mariana

Atos no Instituto de Ciências Sociais (ICSA) e no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) marcaram a data também em Mariana. Alunos produziram cartazes e entraram nos RU’s sem apresentar a carteira de identificação. Os atos ocorreram de forma pacífica e sem conflitos com os funcionários de ambos os campi.

Estudante do 4° período de Letras e representante do Centro Acadêmico (CA) de seu curso, Laisse Azevedo informou que o movimento foi articulado nos conselhos estudantis. “Eu não pago o RU diretamente, pois eu compreendo que sou isenta de pagar o RU, mas mesmo assim os impostos ainda revertem na instituição que é federal. Houve essa discussão entre nós que somos socioeconômicos e não pagamos, sendo assim é impreterível que a gente se manifeste e se una, porque não está sendo uma comida de qualidade e é o segundo valor mais caro de RU do Brasil. Se a gente não lutar para combater a precarização do RU e desse espaço universitário, a gente não vai caminhar para outras pautas que são urgentes para nós moradores das moradias da UFOP.”

Ela ainda citou que, após a mudança da empresa contratada para organizar o RU, “na primeira semana da mudança, aconteceu de moradores do conjunto 1 das Moitas encontrarem larva na salada. Um aluno até compartilhou o vídeo no grupo das Moitas, de uma larva se movendo no meio das cenouras”.

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Posicionamento da UFOP

Protestos realizados pelos estudantes não são novidade. Desde a declaração oficial do reajuste do valor do RU, que entrou em vigor no primeiro dia do semestre letivo (02 de maio), alunos vêm realizando ações em frente aos RU’s e manifestações nas redes sociais. A UFOP já se pronunciou anteriormente sobre o assunto, mas sem apontar para ações que tragam redução nos valores ou melhoria na qualidade da comida.

Confira um trecho dos esclarecimentos divulgados pela Coordenadoria de Restaurantes, da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), em 25 de maio:

“A fiscalização é feita com a atribuição de notas para os processos, que variam entre 6,75 (insatisfatório) e 9,0 (muito bom). Com base na média apurada, é definido o faturamento do serviço, podendo haver descontos no valor pago pela UFOP, relacionados a deficiências apontadas. A atual empresa obteve a maior nota possível na primeira avaliação e, na segunda, a média caiu para 7,18, resultando em um abatimento de 10% no valor a ser pago pelas 33.135 refeições disponibilizadas na primeira quinzena de maio.

A Coordenadoria de Restaurantes tem acompanhado os questionamentos recebidos e está aberta ao diálogo com as entidades de classe e demais representações para elucidar dúvidas e ponderar alterações. Denúncias, críticas e sugestões devem ser feitas pelo e-mail recam@ufop.edu.br”.

Até a publicação desta reportagem, a UFOP não havia se pronunciado sobre o “catracaço” realizado na quarta-feira (31).

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