- Mariana e Ouro Preto
Estudantes da UFOP realizam “catracaço” em protesto contra preços e condições do Restaurante Universitário
A Universidade já se pronunciou anteriormente sobre o assunto, mas sem apontar para possíveis reduções no valor das refeições.
- Milena Reis Silva, Nikolle Gandra e Yuri Dinali
- Supervisão: Luiz Loureiro
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Nessa quarta-feira (31), estudantes da UFOP realizaram protestos nos campi de Mariana e Ouro Preto. A ação aconteceu devido ao valor cobrado pelas refeições no restaurante universitário (RU) que atualmente custa R$7,06, o segundo mais caro de entre as instituições federais localizadas em Minas Gerais. Além disso, alunos também relatam, nas redes sociais, terem encontrado larvas e sujeiras na comida. As manifestações tiveram início às 12h, com os estudantes do ICHS, ICSA e Morro do Cruzeiro entrando nos restaurantes universitários sem efetuar o pagamento. A ação conhecida como “catracaço” reuniu alunos de diversos cursos e teve como objetivo manifestar a insatisfação com a empresa contratada para o preparo e distribuição das refeições.
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Manifestação no RU do Morro do Cruzeiro (Ouro Preto)
No Morro do Cruzeiro (Campus de Ouro Preto), centenas de estudantes da UFOP participaram do “catracaço”, questionando o preço da comida e a falta de qualidade e segurança alimentar. O grupo organizador instruiu os discentes a não passarem a carteirinha na roleta e os usuários do restaurante universitário formaram uma fila em direção à entrada do Restaurante Universitário entoando palavras de ordem: “Sete reais tá caro demais!” e “Uh! É sacanagem! Sete reais ‘pra’ comer sem qualidade”.
Em entrevista à Agência Primaz, um estudante da UFOP que não quis se identificar falou sobre o objetivo da manifestação. “Essa manifestação é contra o aumento exorbitante do preço do RU e contra a baixa qualidade que estamos enfrentando. Tem relatos de pessoas encontrando plástico, vidro, dentro do RU”. O entrevistado também ressaltou o impacto que o preço do RU pode trazer a permanência na Universidade. “Isso é um ataque à permanência dos estudantes na universidade”, explicou.
Os estudantes respeitaram as pessoas que estavam trabalhando no restaurante, não tendo ocorrido brigas ou discussões. As trabalhadoras liberaram a passagem e serviram normalmente a comida aos alunos. Entretanto, no dia seguinte (quinta-feira), a empresa responsável pelo RU colocou seguranças na entrada, como forma de prevenção contra uma nova manifestação.
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Manifestação nos RU’s de Mariana
Atos no Instituto de Ciências Sociais (ICSA) e no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) marcaram a data também em Mariana. Alunos produziram cartazes e entraram nos RU’s sem apresentar a carteira de identificação. Os atos ocorreram de forma pacífica e sem conflitos com os funcionários de ambos os campi.
Estudante do 4° período de Letras e representante do Centro Acadêmico (CA) de seu curso, Laisse Azevedo informou que o movimento foi articulado nos conselhos estudantis. “Eu não pago o RU diretamente, pois eu compreendo que sou isenta de pagar o RU, mas mesmo assim os impostos ainda revertem na instituição que é federal. Houve essa discussão entre nós que somos socioeconômicos e não pagamos, sendo assim é impreterível que a gente se manifeste e se una, porque não está sendo uma comida de qualidade e é o segundo valor mais caro de RU do Brasil. Se a gente não lutar para combater a precarização do RU e desse espaço universitário, a gente não vai caminhar para outras pautas que são urgentes para nós moradores das moradias da UFOP.”
Ela ainda citou que, após a mudança da empresa contratada para organizar o RU, “na primeira semana da mudança, aconteceu de moradores do conjunto 1 das Moitas encontrarem larva na salada. Um aluno até compartilhou o vídeo no grupo das Moitas, de uma larva se movendo no meio das cenouras”.
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Posicionamento da UFOP
Protestos realizados pelos estudantes não são novidade. Desde a declaração oficial do reajuste do valor do RU, que entrou em vigor no primeiro dia do semestre letivo (02 de maio), alunos vêm realizando ações em frente aos RU’s e manifestações nas redes sociais. A UFOP já se pronunciou anteriormente sobre o assunto, mas sem apontar para ações que tragam redução nos valores ou melhoria na qualidade da comida.
Confira um trecho dos esclarecimentos divulgados pela Coordenadoria de Restaurantes, da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), em 25 de maio:
“A fiscalização é feita com a atribuição de notas para os processos, que variam entre 6,75 (insatisfatório) e 9,0 (muito bom). Com base na média apurada, é definido o faturamento do serviço, podendo haver descontos no valor pago pela UFOP, relacionados a deficiências apontadas. A atual empresa obteve a maior nota possível na primeira avaliação e, na segunda, a média caiu para 7,18, resultando em um abatimento de 10% no valor a ser pago pelas 33.135 refeições disponibilizadas na primeira quinzena de maio.
A Coordenadoria de Restaurantes tem acompanhado os questionamentos recebidos e está aberta ao diálogo com as entidades de classe e demais representações para elucidar dúvidas e ponderar alterações. Denúncias, críticas e sugestões devem ser feitas pelo e-mail recam@ufop.edu.br”.
Até a publicação desta reportagem, a UFOP não havia se pronunciado sobre o “catracaço” realizado na quarta-feira (31).