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Hoje é domingo, 6 de outubro de 2024

Samarco conclui obra de descaracterização da cava do Germano

Anúncio foi feito durante visita da imprensa regional, realizada nessa quarta-feira (23)

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Vista parcial da cava do Germano depois da conclusão das obras de descaracterização
Vista parcial da cava do Germano depois da conclusão da obra de descaracterização - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

A Samarco apresentou, nessa quarta-feira (23), a conclusão da obra de descaracterização da cava do Germano, em Mariana (MG), que estava prevista para ser concluída em outubro deste ano. Segundo representantes da empresa, a obra faz parte da retomada gradual e do projeto a longo prazo da empresa para atingir 100% da capacidade de produção na mineração até 2028. Também foi construído um novo sistema de deposição de rejeitos, em substituição à barragem, oferecendo maior estabilidade e segurança no processo de extração de minério.

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Descaracterização é o termo utilizado para designar o ato de alterar, ou remover, a característica e a finalidade de alguma coisa ou local, foi isso que aconteceu com a barragem de Germano, que foi descaracterizada e não há mais deposição de rejeitos nem armazenamento de água no local, como acontecia antes, o que garante estabilidade a longo prazo, de acordo com o Gerente de Engenharia de Projetos, Jonathas Pinto.

A Samarco também explicou que, de todo o minério extraído e beneficiado, metade se torna rejeito e a outra resulta em produto para exportação, que sai de Anchieta, do Espírito Santo, para o mercado transoceânico.

De todo o rejeito produzido, 80% corresponde a material arenoso e 20% é lama (rejeito fino). O primeiro é filtrado e empilhado, e a água retorna para o processo; enquanto o segundo é armazenado na chamada Cava Sul, sem a necessidade de ser contido por barragem. A deposição na antiga barragem aconteceu de 2002 a 2015, mas, desde dezembro de 2020, quando a empresa retomou as atividades, a lama passou a ser depositada em uma nova cava planejada, instalada no território de Ouro Preto.

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O que é a Cava Sul

João Paulo Chiste, Coordenador de Geotecnia da Samarco, explicou que a região é confinada e cercada por material rochoso. Portanto, não tem risco de estourar, já que está abaixo da topografia. Além disso, existe um sistema de bombeamento que faz a recirculação da água, impedindo seu armazenamento.

Nova cava de deposição de rejeitos da Samarco, cercada por contenções rochosas naturais.

Sistema de monitoramento

João Paulo também explicou que, desde 2016, a empresa possui um Centro de Monitoramento Integrado (CMI) que funciona 24 horas por dia, durante toda a semana. Para compor as novas tecnologias de segurança, a Samarco também adotou satélites, radares, drones, inspeções e equipes de campo, que torna mais fácil a detecção de qualquer movimentação incomum. Antes de 2015, a equipe afirmou que o sistema de segurança adotado era o empregado em todos os sistemas de mineração.

Sistema integrado por equipamentos sofisticados, monitora imagens do sistema de disposição de rejeitos do local que substitui a cava do Germano
O CMI fica instalado no território de Mariana, embora a Cava Sul esteja em Ouro Preto - Foto: Marina Ferreira/Agência Primaz

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Resultados

Rodrigo Vilela, diretor-presidente da Samarco, afirmou que a obra de descaracterização tem como objetivo “transformar as características de barragens numa estrutura que não tem mais características de barragem” e, com isso, passar por um processo de devolução ambiental e investimento local.

Com o aumento da capacidade produtiva, já começamos um programa de investimento local, o “Programa Força Local”, [que é] uma gama de projetos que vai desde capacitação até programas de compra e desenvolvimento de fornecedores”, afirmou Vilela. Além disso, ele frisou a importância dos avanços tecnológicos na mineração e da contratação de grupos minoritários.

A Samarco atua no setor de mineração desde 1977 e, segundo a equipe, produz 30 milhões de pelotas por ano, que se tornam produtos para exportação. Desde a retomada das atividades, em 2020, até julho de 2023, foram produzidas 24,4 milhões de toneladas de pelotas, 12 mil empregos foram gerados e R$560 milhões de reais foram investidos.

Segundo a empresa, o desafio, agora, é o tratamento do rejeito fino (lama) e a expectativa é que, em 2025, a produção atinja 60% da capacidade, até completar o plano a longo prazo, de atingir capacidade total até 2028.

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