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Hoje é sábado, 23 de novembro de 2024

Circovolante enfrenta dificuldades para realizar o 13º Encontro de Palhaços

O 13º Encontro Internacional de Palhaços, evento tradicional de circo, pode não acontecer esse ano por falta de apoio financeiro

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João Pinheiro e Xisto Siman buscam apoio para a realização do 13º Encontro de Palhaços
João Pinheiro e Xisto Siman buscam apoio para a realização do 13º Encontro Internacional de Palhaços. Foto: Matheus Camargos/Agência Primaz

Realizado desde 2003, o Encontro Internacional de Palhaços, evento produzido pelo Circovolante, pode ficar de fora da agenda cultural da cidade de Mariana este ano. Na semana passada, Xisto Siman e João Pinheiro, fundadores do Circovolante e organizadores do Encontro, em resposta às cobranças que tem do público sobre a realização do evento, alegaram pelo Instagram que, por enquanto, não é possível confirmar a data do 13º Encontro de Palhaços, que estava previsto para acontecer no mês de outubro.

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Edição de 2023 sob ameaça

Até o momento, a organização do evento conta somente com o apoio financeiro da Prefeitura Municipal, no valor de R$300 mil. No ano passado, de acordo com os organizadores, foram investidos R$820 mil através de repasses da Cedro Mineração, Fundação Renova e Prefeitura Municipal. Com isso, o 12º Encontro trouxe a Mariana mais de 80 atrações nacionais e internacionais da cena circense, além de turistas vindos das seis regiões brasileiras e até de outros países.

Preocupado com o futuro do Encontro, João Pinheiro, relata que a decisão de publicar o vídeo não foi para “atacar” nenhuma instituição, mas dar uma satisfação ao público sobre o andamento do 13º Encontro Internacional de Palhaços. “O vídeo não foi um ataque. Foi uma ideia mais questionadora. E não foi nem direcionado à Prefeitura que inclusive acabou recebendo as maiores críticas. Dentro desse contexto, estamos mais preocupados mesmo é com essa relação que foi construída [entre Circovolante e o público]”, declarou o palhaço Juaneto. “Mas as pautas que foram levantadas são fundamentais porque elas já fazem parte do que a gente está pensando e buscando“, completou.

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A troupe “Sociedade do Riso” (São Paulo/SP) é um dos muitos grupos que vêm participando do Encontro Internacional de Palhaços em diferentes edições
A troupe “Sociedade do Riso” (São Paulo/SP) é um dos muitos grupos que vêm participando do Encontro Internacional de Palhaços em diferentes edições – Foto: Luiz Loureiro/Arquivo Agência Primaz

Em busca de parcerias

Cristiano Vilas Boas, vice-prefeito de Mariana, e atual secretário interino de Cultura, declarou à Agência Primaz que, pela importância do evento, vai buscar maneiras de ajudar o Circovolante a conseguir patrocínios das empresas privadas que atuam na cidade. “Vamos marcar uma reunião junto com a Fundação Renova, pela prefeitura, com a Vale, Samarco e a Cedro, que são as empresas maiores que operam em nosso município, para pedir em nome da Prefeitura, em nome do município de Mariana, o apoio a esse evento que é tão importante”, declarou.

Apesar do Encontro já ter longa tradição, o Circovolante ainda encontra dificuldades para arrecadar os recursos necessários que possibilitam a realização das edições do festival. Segundo Xisto Siman, para realizar o Encontro, além das leis de incentivo à cultura, parcerias com o setor privado também são firmadas. “Por não conhecerem mesmo a estrutura de produção, muita gente acha que o investimento é somente da prefeitura. E não é. Nesses 12 anos de Encontro, cerca de 25% foi investimento da prefeitura. A gente teve outros investimentos que são de fundações fora daqui, do governo estadual, do governo federal que somam mais de 50% dessa captação, além das parcerias com o setor privado“, esclareceu o palhaço Xinxim.

João e Xisto entendem que “os compassos do Circovolante e do evento não caminham de acordo com os compassos dos patrocinadores”, mas também percebem que há um desinteresse das grandes mineradoras em apoiar o Encontro e “associar a marca a algo positivo”. “Nosso trabalho é continuado desde 2000, o Circovolante realiza ações diretamente com a comunidade, interferindo na formação de jovens e crianças da cidade, contribuindo para o lazer. É nesse lugar que eu acho que é importante que a gente possa sentar à mesa com quem tem condições de decidir essas questões. Porque não é clara essa relação, a gente não sabe em que sentido eles dizem que há essa relação com a comunidade” finalizou João.

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