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Hoje é sábado, 21 de setembro de 2024

Marte Um integra a programação do Novembro Negro de Mariana

Longa-metragem sobre negritude e sonhos foi exibido nesta quarta-feira (22) no Cine Teatro de Mariana

Pôster de divulgação do filme Marte Um
Pôster de divulgação do filme Marte Um - Foto: Reprodução/ Instagram/ @gabitomartins

Nessa quarta-feira (22), o Cine Faísca e o Cine CREAS, em parceria com o Movimento Negro de Mariana, realizaram uma sessão gratuita e aberta à comunidade para a exibição de “Marte Um”, escrito e dirigido por Gabriel Martins. O longa-metragem acompanha o cotidiano de quatro personagens principais que representam uma família negra e de baixa renda, residente em Contagem (MG), e que deseja seguir seus sonhos em um país marcado pela violência racial. A exibição do filme fez parte da programação do Novembro Negro, mês de conscientização sobre a história do povo negro, organizado pelo Movimento Negro de Mariana.

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Na narrativa, Carlos Francisco interpreta Wellington, o pai da família, que trabalha como porteiro de condomínio; Rejane Faria dá vida a Tércia, esposa de Wellington, que passa a sofrer com ansiedade após um acontecimento inesperado; Camilla Damião interpreta Eunice, a filha mais velha que está na faculdade e descobrindo sobre sua sexualidade e sobre a vida adulta; e Cícero Lucas interpreta Deivid, o filho mais novo, que é pressionado pelo pai para se tornar jogador de futebol, mas sonha em estudar astrofísica e participar da missão Marte Um.

O filme Marte Um não conseguiu indicação ao Oscar 2023
O filme não conseguiu indicação ao Oscar 2023 - Foto: Reprodução/ Instagram/ @gabitomartins

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O significado de Marte Um

No filme, o personagem Deivid é o primeiro a mencionar a expressão “Marte Um”, referindo-se à primeira missão para o planeta Marte. De acordo com a NASA, o plano é que dois astronautas consigam permanecer no planeta por cerca de um mês, enquanto dois tripulantes orbitam Marte.

No entanto, o filme toma a liberdade de dar um novo significado para o conceito de “Marte Um”. Aída Anacleto, presidenta do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e coordenadora adjunta do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), comentou sobre suas impressões do longa. “Nós, enquanto povo preto, temos sonhos de chegar em algum lugar em nossa cidade tão rica, que poderia ter um outro olhar, para que sonhos de juventude pudessem ser concretizados.  (…) Essa é a realidade do povo brasileiro, ‘né’, da mulher preta, dos sonhos que nós temos de chegar em algum lugar”.

Aída Anacleto, presidenta do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e coordenadora adjunta do Neabi
Aída Anacleto, presidenta do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e coordenadora adjunta do Neabi - Foto: Beatriz Araujo de Oliveira/Agência Primaz

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Repercussão

O sucesso de “Marte Um” foi grande o bastante para ser um dos filmes cotados para representar o Brasil na edição do Oscar de 2023. Porém, o anúncio oficial dos pré-indicados foi feito em 21 de dezembro de 2022 e “Marte Um” não estava presente.

Antes do anúncio, Gabriel Martins tinha pronunciado sobre a possibilidade de participação e sobre a campanha para que o filme ganhe maior visibilidade.

Em 2023, o diretor e roteirista do filme Marte Um, Gabriel Martins, falou sobre a concretização de um sonho

Estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) também participaram da exibição do filme, como Aline Martins de Carvalho, Letícia Bargas Pereira e Wandersson Sousa Rodrigues de Oliveira, que são integrantes do Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS). “A função do Centro Social é representar os estudantes e a gente entende que a universidade pública tem um modelo de gestão que possibilita que os estudantes participem, mas justamente a gente tem que ocupar esse espaço até para que a universidade pública consiga dialogar com a comunidade”, explicou Letícia Bargas sobre o objetivo do CASS.

Da esquerda para a direita: Letícia Bargas, Whindersson Sousa e Aline Martins
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