- Mariana
Atraso de materiais impede conclusão de Espaço Comunitário
Prefeitura de Mariana não cumpre cronograma de apoio, e atuação do projeto chileno “Travessia”, no bairro Santo Antônio, é encerrada sem finalização das intervenções
- Matheus Camargos
- Supervisão: Luiz Loureiro
A Escola de Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso (PUCV) e a Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana, em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) inauguraram, neste sábado (02), um espaço comunitário no bairro Santo Antônio, popularmente conhecido como Prainha. A iniciativa faz parte do projeto “Travessia”, que tem o intuito de reconhecer territórios latino-americanos e contribuir com o desenvolvimento desses lugares. A inauguração aconteceu sem a finalização das obras, devido ao atraso da Prefeitura na entrega dos materiais.
Projeto Travessia
Responsável pelo projeto, considerado uma “experiência poética”, o professor Andres Garces, explica que o “Travessia” busca refletir a essência do “ser americano” a partir da realidade dos diferentes povos latinos. Para ele, “o objetivo é poder contribuir com a comunidade que vive num bairro que possui um certo grau de carência social e urbana, tentando ativar dimensões políticas, sociais, construtivas de ensino”.
De acordo com o gerente de ensino da Escola de Ofícios, Ney Nolasco, “o papel da Escola foi ajudar na organização, na infraestrutura e dando o suporte necessário para que os estudantes chilenos trabalhassem com segurança”, cedendo o espaço da intituição para oficinas, além de fornecer materiais e ferramentas para a construção do novo espaço de convivência.
Também parceira no projeto, a UFOP disponibilizou transporte, moradia e alimentação para o grupo intercambista.
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Espaço Comunitário da Prainha (Bairro Santo Antônio)
Segundo Andres, “a obra é como um signo que podemos dar um sentido de civilização para comunidade”. Dessa forma, a população local foi ouvida, e apresentou demandas específicas aos estudantes, das quais somente a criação do espaço comunitário, localizada próximo “à ponte que balança”, foi parcialmente concluída.
“A obra não está terminada, mas isso significa que a comunidade pode seguir fazendo essa obra mesmo após o projeto. São desafios que parecem obstáculos, mas também podem se parecer como uma oportunidade para que outros possam continuar com o projeto”, ressaltou o professor.
Devido ao atraso na entrega de materiais doados pela Prefeitura, a comitiva chilena não pôde finalizar todo o trabalho que estava previsto para ser entregue à comunidade do primeiro bairro marianense. A equipe da PUCV chegou ao Brasil, em 20 de novembro, para realizar, em duas semanas, algumas intervenções arquitetônicas na localidade. Além da obra do espaço comunitário da Prainha, os intercambistas pretendiam realizar pinturas em algumas casas, revitalizar outros espaços culturais e recuperar a Biquinha. Porém, em razão dos contratempos que surgiram, não foi possível cumprir todos os objetivos.
“Os problemas são sempre a burocracia do sistema. Nós fizemos a solicitação de todos os materiais faz 3 semanas, [talvez] um pouco mais, e os materiais chegaram essa semana, atrasando todo o processo do trabalho, pois queríamos já ter começado na semana passada”, relatou Andres Garces.
Prefeitura não se posiciona
A Agência Primaz encaminhou à Prefeitura de Mariana, por e-mail, nessa terça-feira (05), questionamentos a respeito de como se deu a negociação para a participação da Administração Municipal como parceira do projeto; qual o setor da Prefeitura diretamente envolvido; quais os materiais a Prefeitura Municipal teria se comprometido a fornecer; quais desses materiais foram entregues; em qual data; quais não foram disponibilizados; qual o cronograma estabelecido para o fornecimento; e quais as razões do alegado atraso.
Entretanto, até o momento desta publicação, nossa redação não havia recebido nenhuma resposta, permanecendo este espaço aberto à manifestação da Administração Municipal.
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