Mais que números, vidas

Os primeiros 100 dias da Saúde de Mariana durante a pandemia de Covid-19

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Foto: Arquivo Pessoal Elton Magno

Desde o dia 16 de março de 2020, os assuntos relacionados à Editoria de Saúde ganharam ainda mais relevância na cidade de Mariana. na data, o prefeito, ao lado do secretário de Saúde, anunciaram as primeiras medidas para tentar amenizar os impactos da chegada do novo coronavírus em Mariana. Na coletiva, a prefeitura comunicou a notificação de 3 casos suspeitos de Covid-19.

 

100 dias, 1 milhão de infectados e 50 mil mortes depois (9 delas em Mariana), aqueles números não parecem tão impressionantes. A pandemia promoveu mudanças profundas em todos os setores da sociedade. Desde o início, a área mais impactada foi a do sistema de saúde. Por isso, nesse especial a Agência Primaz de Comunicação dedica esta sessão para comentar os impactos da pandemia em quem vive o cotidiano das áreas de saúde.

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Entre as primeiras medidas, a prefeitura de Mariana testou a instalação de barreiras sanitárias e a distribuição de panfletos. Também foi anunciado o fechamento de parte do comércio. As medidas não surtiram efeito, pois, além dos casos continuarem aumentando na cidade, foi constatada na ineficácia das barreiras em conter o contágio por pacientes assintomáticos. 

 

Enquanto os casos subiam, Danilo Brito, Secretário de Saúde de Mariana, revelava a preocupação em evitar o colapso do sistema de saúde municipal. Danilo anunciou, em 28 de março, a instalação de 36 leitos de campanha próximos à policlínica municipal. Os leitos ficaram prontos mais de 40 dias depois do previsto e ainda não estão sendo utilizados. De acordo com a Prefeitura, por ainda não ter sido necessário.

 

Entre os dias 01 e 12 de maio, foram registradas 3 mortes por Covid-19 em Mariana e a cidade já tinha 30 casos confirmados. A terceira morte confirmada fez com que o Comitê Gestor de Combate à Covid-19 anunciasse a necessidade de “mais duras” de enfrentamento ao vírus. Apesar disso, em meio a disparadas consecutivas dos casos, a Prefeitura anunciou a retomada das atividades comerciais no início de junho.

Sobre o reforço do sistema de saúde, a Prefeitura de Mariana anunciou a construção de 10 leitos de UTI no Hospital Monsenhor Horta, ainda sem data prevista de conclusão. Também foram construídos 10 leitos de UTI na Santa Casa de Ouro Preto para atender a toda a Região dos Inconfidentes. A análise completa das estatísticas dos primeiros 100 dias de Covid-19 em Mariana está publicada aqui.

A opção pela ampla testagem 

Nos últimos 100 dias, alguns embates foram percebidos quanto à subida nos números de contaminados por Covid-19 em Mariana. Fossem discussões sobre a responsabilidade de empresas e organizações ligadas à mineração, como Vale, Samarco e Fundação Renova, fossem sobre a atuação da Prefeitura de Mariana no combate à pandemia.

 

A exemplo de gestores de todo o mundo (e diferentemente de gestores de cidades vizinhas), o Comitê Gestor optou pela aquisição de testes rápidos de Covid-19. Os primeiros testes foram aplicados em 18 de março de 2020. Caso a Secretaria de Saúde de Mariana divulgasse apenas os resultados dos testes feitos pela FUNED, Mariana teria 12 casos confirmados, entre eles 9 óbitos. Com os testes rápidos, Mariana tem hoje 513 confirmados, entre eles 9 óbitos e 436 recuperados.

Vidas: perdidas, recuperadas, transformadas

A pandemia interrompeu a vida de, pelo menos, 09 pessoas por Covid-19 em Mariana. Transformou a vida de seus familiares, amigos e colegas de trabalho. Mas não o suficiente para impedir aglomerações no centro da cidade.

 

A pandemia de Covid-19 transformou a vida de Elton Magno, enfermeiro do Pronto Atendimento da Policlínica Municipal de Mariana. Também dos profissionais de Saúde do Hospital Monsenhor Horta. O isolamento dos próprios familiares é uma das dores compartilhadas por eles na matéria que publicamos em 04 de maio de 2020.

Mensagens de apoio e esperança dos colaboradores exibidas na recepção do hospital - Foto: Marcelo Sena
Mensagens de apoio e esperança dos colaboradores exibidas na recepção do hospital - Foto: Marcelo Sena

A pandemia transformou a vida de Danilo Brito e outros gestores de saúde em Mariana. Além de aumentar a responsabilidade na administração das políticas públicas, eles tiveram que se acostumar com holofotes jamais experimentados anteriormente, além de ter a ameaça constante de contaminação.

 

Por fim, a pandemia transformou a vida de Luiz, Marcelo, Lui e Mariana. Autores deste especial. As pautas de saúde nunca foram tão essenciais para a cidade e, cumprindo nossa missão, temos a oportunidade de ouvir aqueles que estão dando a vida por um único objetivo comum: salvar vidas.

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