Chegou o carnaval!

Demorou, mas finalmente chegou o tão esperado carnaval. Estamos no mês de fevereiro, e ele traz uma das festas mais aguardadas do ano: o carnaval. Apesar de o vocábulo ser marcado pelo significado de origem latina “carne vale”, carnaval não é festa da carne, da anarquia, da bagunça individualizada ou generalizada. Carnaval é festa da alegria e do agradecimento à vida. E com este sentimento de agradecimento à vida, observei ao longo desta semana, que o carnaval movimenta muito mais do que corpos, alegrias, blocos e foliões; o carnaval movimenta a economia de Mariana. Centenas de pessoas estão em plena atividade, para que o carnaval aconteça. Pessoas pensaram num tema, numa estrutura, numa ornamentação. Esse planejamento não é missão de fácil execução, logo após o fechamento de uma agenda com comemorações natalinas. Pessoas montam a ornamentação das ruas e praças. Pessoas montam palanques. Um senhor sobe numa estrutura metálica como se estivesse caminhando na rua. Que expertise na arte de saber encaixar o lado certo de cada peça. Tudo se encaixa no trabalho experiente e preciso do homem. Quanta agilidade! Pessoas montam o esquema de sinalização especial do trânsito. Uns motoristas reclamam da falta de estacionamento, das ruas fechadas, dos trabalhadores que montam a estrutura. Alguns criticam estruturas que poluem o patrimônio, sem saber os motivos de tal intervenção. Uma caixa d’água enorme no caminho do ex-Sesi, ou melhor, da ex-galeria do ex-Sesi. “É para suprir a falta d’água dos banheiros públicos, no carnaval… kkk” Os montadores das estruturas carnavalescas trabalham com foco na festa da alegria, na pausa para cantar, brincar, dançar e se fantasiar. Viver, num curto período, o universo da fantasia de fazer valer o direito de ser feliz e igual ao outro. Na alegria todo mundo é igual! Não existe alegria distinta para rico ou pobre; contrariando o provérbio de que alegria de pobre dura pouco. Cada um sabe da leveza de sua alegria ou da dureza de seus humores rebaixados. E falando de status de vida para todos, não existe vida eterna do corpo-físico, para pobre ou rico. Ninguém fica para semente. Observo, deambulando por essas ruas, que pessoas montam barracas. Pessoas locam e montam sanitários químicos. Que trabalho suado! Pessoas estacionam trailers de alimentação. Pessoas vendem os insumos a esses comerciantes (gelo, bebidas, alimentos). Estabelecimentos de alimentação fixos na região central se adaptam para o período de carnaval. Pessoas locam e montam aparelhagem de som. Pessoas tocam instrumentos e cantam. Pessoas organizam blocos e escolas de samba. Pessoas cuidam da segurança. Pessoas fazem limpeza, re-cantando as músicas dos blocos que passaram! Pessoas recolhem recicláveis na mais nobre das causas atuais. Pessoas cuidam da saúde dos foliões em ambulâncias. Hotéis recebem turistas. Restaurantes repõem energias aos foliões. Esse trabalho, aparentemente fora dos palcos e holofotes do carnaval, merece meus efusivos aplausos. E que todos os foliões possam usufruir dessa estrutura carnavalesca com paz e harmonia, para que a apoteose seja a ALEGRIA. Nada mais, nada menos do que a genuína ALEGRIA, sentimento que faz bombar nosso desejo de viver!