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Hoje é sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Dia Mundial sem Tabaco: os impactos do cigarro na saúde

A maior preocupação da campanha deste ano é a proteção de crianças e jovens e o uso de cigarros eletrônicos

Câncer de pulmão é só uma dentre as doenças mortais causadas pelo tabaco
Câncer de pulmão é só uma dentre as doenças mortais causadas pelo tabagismo - Foto: Wirestok/Freepik

O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Neste ano, a campanha definida pela OMS tem como tema “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”, com foco no direito à saúde de crianças, adolescentes e jovens, visando o declínio contínuo dos produtos de nicotina. Em Minas Gerais a preocupação também está nos jovens e no uso de cigarros eletrônicos com a campanha “Tabagismo: cancele essa ideia”.

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O uso do tabaco no Brasil

Dados do Vigitel Brasil 2023, do Ministério da Saúde, apresentam uma estimativa referente à frequência de pessoas que fumam. No conjunto das 27 cidades pesquisadas, a frequência de adultos fumantes foi de 9,3%, sendo maior no sexo masculino (11,7%) do que no feminino (7,2%). Belo Horizonte apresentou um percentual de 9,6% dos adultos com o hábito.

No total da população, a regularidade de fumantes tende a ser menor entre os adultos de 18 a 24 anos (6,7%). A periodicidade do hábito de fumar diminuiu com o aumento da escolaridade e foi particularmente alta entre homens com até oito anos de estudo (14,6%).

O tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão no Brasil e no mundo. Aliás, não apenas desse tipo de tumor: segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 161.853 mortes poderiam ser evitadas anualmente, sendo que cerca de metade desses óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer relacionado ao hábito de fumar.

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Ainda de acordo com o INCA, o triênio 2023-2025, estima-se que 3.120 casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão ocorram apenas em Minas Gerais.

De acordo com estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer, cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão são causadas pelo tabagismo. O trabalho foi apresentado no último dia 16 durante o 48º encontro do Group for Cancer Epidemiology and Registration in Latin Language Countries Annual Meeting na Suiça. No mesmo estudo foi constatado que na região Sul do país o hábito de fumar é muito intenso e é o que mais apresenta incidência para o câncer de pulmão, com 24,14 casos novos a cada 100 mil homens e 15,54 para cada 100 mil mulheres, superando a média nacional de 12,73 casos entre homens e 9,26 entre mulheres.

Minas Gerais e o comércio, consumo, exposição e propaganda de tabaco

A estimativa de fumantes em Minas Gerais, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, é de pouco mais de 2,7 milhões de pessoas. O número corresponde a 13,19% da população do estado e o grupo etário mais representativo de fumantes é o de 40 a 59 anos (14,7%). Entre os jovens, o narguilé (25,1%) e o cigarro eletrônico (18,3%) são os de consumo mais elevado na faixa etária de 13 a 17 anos.

A partir desses números, a Secretária de Estado de Saúde divulgou, em janeiro deste ano, uma cartilha, compartilhadas com as 28 Unidades Regionais de Saúde, com normas informativas a fim de promover a conscientização e cumprimento da legislação acerca desses produtos, incluindo a proibição de áreas reservadas para fumar em recinto coletivos, os chamados fumódromos; proibição, desde 2011; de fumar em pontos de ônibus cobertos, e proibições relacionadas à venda de cigarros avulsos.

A campanha da SES-MG este ano, para o Dia Mundial sem Tabaco, tem como tema “Tabagismo: cancele essa ideia”. A campanha pretende orientar principalmente jovens que, além de usarem cigarros convencionais, agora são seduzidos também pelos dispositivos eletrônicos.

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O uso do cigarro eletrônico e suas implicações

Os aditivos saborizados, normalmente doces, atraem principalmente o público jovem, e podem induzir ao consumo de tabaco
Os aditivos saborizados, normalmente doces, atraem principalmente o público jovem - Foto: Proostoleh/ Freepik

O uso de cigarros eletrônicos, apesar de serem proibidos pela Anvisa, são famosos entre os jovens. Recentemente, a  Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais expressou preocupação com o uso dos vapes e pods como entrada para o tabagismo. A indústria de tabaco ao longo dos anos dispôs de várias estratégias para que o consumo de nicotina não acabe, segundo o INCA os fabricantes fornecem aditivos palatáveis e doces que influenciam o uso e encantam os jovens.

Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s) são aparelhos que funcionam com bateria e apresentam diversos formatos: cigarro, canetas e pendrive. A maioria contém aditivos com sabores e substância tóxicas e nicotina, que é a droga responsável pela dependência. De acordo com a Anvisa, os DEF’s surgiram em 2003 no Brasil e, desde 2006 é proibida a importação, comercialização e propaganda no país. O uso também é proibido em locais fechados, públicos ou privados.

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria e Estratégica (Ipec) em 2002, o Brasil tem 2,2 milhões de usuários de DEFs. A SES-MG alerta sobre as consequências do uso de cigarros eletrônicos que podem levar ao vício em nicotina e causar doenças pulmonares graves e até mesmo resultar em óbito.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo INCA, o cigarro eletrônico aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro.

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