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Hoje é quinta-feira, 21 de novembro de 2024

ELEIÇÕES 2024 – Geraldo Sales (PDT)

Em entrevista concedida antes de Celso Cota anunciar sua “aposentadoria” política, o ex-vereador admitiu, até mesmo, o lançamento de uma candidatura própria do PDT

Geraldo Sales concedeu entrevista á Agência Primaz no dia 30 de maio
Foto: Amanda de Paula Almeida/Agência Primaz

Em entrevista gravada no estúdio da Agência Primaz, em 30 de maio, Geraldo Sales, ex-vereador, ex-prefeito interino e presidente do Partido Democrático Trabalhista, relembra sua trajetória política e faz uma aprofundada análise da situação política de Mariana, desde a eleição de 2000, quando conquistou o primeiro de seus cinco mandatos consecutivos como vereador. Com grande experiência política, Geraldo Sales, conhecido como bambu, detalha quais os problemas – e aponta soluções ou caminhos de resolução -, enquanto prepara seu partido para o teste das urnas em outubro deste ano. Como a entrevista foi gravada antes do anúncio da retirada da pré-candidatura de Celso Cota, Sales admite o apoio do PDT ao atual prefeito de Mariana, sob determinadas condições, mas não descarta sequer a apresentação de um nome de seu partido, para a eleição majoritária.

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Confira no link abaixo a entrevista completa, e leia alguns dos principais trechos das declarações de Geraldo Sales.

Origem política de Geraldo Sales, conhecido como Bambu

Eu sou filho de político. Meu pai foi vereador por três mandatos em Piranga e desde criança militante. Como meu pai era brizolista, eu entrei no PDT, logo na sua fundação, que completou agora, dia 26 de maio, 44 anos de muita história e luta. É o único partido da minha vida eu tenho o prazer e a honra hoje de estar presidindo esse partido em Mariana.

Venho militante, mesmo antes de eleger vereador, como membro do PDT. Militante ativo, participei do movimento das diretas já, participei de vários debates, de vários comícios, comícios históricos, né?

Então, em 2000, coloquei meu nome à disposição do PDT em Mariana, tive a felicidade de me eleger vereador, e me reelegi por quatro mandatos consecutivos e completando aí cinco mandatos diretos.

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Atuação do PDT na política marianense

O partido sempre teve representante na Câmara, inicialmente com Agenor Gomes, ele que me fez o convite, me levou para o PDT, eu o apoiei na candidatura dele como vice-prefeito de João Ramos, mas nessa época o Agenor ainda não era o presidente do PDT, eu acho que ele não fazia parte do PDT.

Depois nós tivemos o Marton como vice-prefeito de Cássio, como membro do PDT também, e que virou prefeito logo após. Na saída de Marton, o PDT foi apoiar Marco Mol e, por incentivo de amigos, de companheiros, nós colocamos o nosso nome à disposição. Tivemos a felicidade de ter ali, naquele momento, 514 votos, onde fui o único vereador eleito pelo PDT.

No primeiro mandato eu fui oposição. Eu me elegi na oposição e nela continuei, até porque eu não concordei com a ação do governo da demissão de vários servidores concursados e foi uma luta para o retorno.

No segundo mandato, ainda tinha direita e esquerda [correntes políticas em Mariana], e o PDT sempre acompanhou a direita em Mariana, mesmo sendo centro-esquerda, ele sempre acompanhou o PSDB. E a gente tinha uma ligação muito forte com o Roque Camelo, e o Roque foi ser vice do Celso [Cota] na época. E o PDT fez um acordo, acompanhou o PSDB, mas com alguns acordos, principalmente a volta, o retorno, de todos os demitidos foi uma imposição do PDT.

Um outro questionamento que nós fizemos para apoiar o CELS foi a criação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Foi criada, mas infelizmente ela não funciona como deveria, como nós sonhamos que ela poderia funcionar, até porque, desde aquela época, a gente sabia que o minério só dava uma sacra.

E a gente fica nessa luta de tornar a cidade independente da mineração e, até hoje, se fala muito no Distrito Industrial, mas, infelizmente, ele não sai do papel.

A gente espera que, no futuro breve, esse distrito industrial torne-se realidade no nosso município e que tornemos a cidade um pouco independente da mineração.

Afastamento de Roque Camêlo em 2010

O Roque iniciou o governo fazendo um diagnóstico. E esse diagnóstico foi muito prolongado. E ele não começou a administrar a cidade, a verdade foi essa. E, infelizmente, ele saiu e começou a ser aquela troca de prefeitos.

Inclusive para nós, do PDT, foi uma decepção muito grande, porque a gente tinha depositado uma expectativa muito grande no Roque. E, em reuniões internas, a reclamação era geral por falta de ação, de atitude do governo, naquele momento.

Mas a gente ainda tinha esperança que, se ele continuasse na prefeitura, ele colocasse as ideias dele em prática. Ele tinha boas ideias para o Mariana.

Era uma pessoa que amava muito a cidade de Mariana, gostava muito da nossa cidade, mas na prática do dia a dia, não sei se faltou ali o Celso estar mais próximo do Roque, ou se houve um afastamento. Não entendi, no momento, o que aconteceu, mas, administrativamente, a gestão da prefeitura deixou a desejar no início, com o Roque.

Sucessivas trocas no Executivo e Geraldo Sales prefeito interino

Geraldo Sales ocupou interinamente a Prefeitura de Mariana, de janeiro a agosto de 2011
Geraldo Sales ocupou interinamente a Prefeitura de Mariana, de janeiro a agosto de 2011 – Foto; Luiz Loureiro/Arquivo Agência Primaz

Para nós do PDT não foi muita surpresa não, porque a gente, durante a campanha, alertou muito o que poderia estar acontecendo.

Parece que o Roque não acreditou e não acreditava que, em Mariana, a política era do jeito que era, de denuncismo, muita denúncia, armações. Porque aquela questão do Roque foi armada, foi uma armação. Mas a gente tinha esperança ainda de que ele venceria na Justiça, né? Mas, infelizmente, aconteceu e a Câmara aceitou naturalmente.

Para a Câmara foi naturalmente, porque parece que a Câmara toda, naquele momento, já estava aguardando o resultado, né? Porque, na Justiça, você acredita que você tem 50% de chance para vencer e 50% para perder, né?

Então, a Câmara naquela época era uma Câmara muito. madura, de vereadores muito experientes, e já estava mais ou menos esperando uma situação como aquela.

E tem um ponto também que é importante até para situar, é que essa eleição de 2008, ela já teve uma situação mais particular por conta da saída de cena forçada pelo assassinato de João Ramos, tanto é que o adversário, a chapa que concorreu com o Roque, era Terezinha Ramos e Roberto Rodrigues.

As pesquisas já sinalizavam que o João Ramos era muito forte e tinha deixado um legado na cidade. E as pesquisas mostravam que ele venceria as eleições.

Infelizmente aconteceu o que aconteceu, foi um choque para toda a cidade. Ninguém imaginava um crime igual àquele. E a Terezinha colocou o nome dela, eu acho que, tirando ainda a emoção da morte do Sr. João, eu acho que ela teve até muito voto naquela época, não teve o suficiente para vencer as eleições, porque o Celso ia muito bem também em seu segundo mandato. E o Roque já tinha sido candidato na cidade em 82, me parece, contra o João Ramos, numa eleição muito pesada. Eu participei ativamente daquela eleição em Mariana. Infelizmente, o Roque não venceu as eleições naquela época e veio a vencer as eleições em 2008.

[Quando venceu o mandato de Raimundo Horta como presidente da Câmara] tinha outros nomes, Fernando Sampaio, José Jarbas, e eu acho que o Pedro Eldorado era candidato também, tinha pretensão. Não foi uma eleição fácil, não. Eu acho que talvez fosse mais difícil, porque a Câmara tinha dez vereadores só.

Tentaram fazer uma eleição e, na primeira data, logo no início de dezembro, foi colocado o nome do Zé Jarbas, até porque havia uma possibilidade de empate, o grupo o colocou ele por ser o mais velho, né? E o regimento, e a lei orgânica falava que, em caso de empate, assumia o mais velho.

E no dia da eleição, eu me lembro que eu fiz até um discurso muito pesado, porque a gente percebeu, no início, que a eleição não ia acontecer. que começaram com leituras de projetos, de um monte de coisa, e de uma hora para outra, de repente, o Edson, que era o presidente, encerra a sessão, sem fazer a eleição.

E aí nós saímos dali, com um grupo de cinco, e quem trouxesse o sexto voto seria o candidato. Naquele mesmo dia, eu visitei a Aída, consegui o voto da Aída e deixei para, no final de semana, comunicar aos colegas que eu tinha já o sexto voto e coloquei a Aída assinando já como secretária, ou segunda secretária, ou primeira, não me lembro. Ela assinou a chapa comigo, e depois, no dia da reunião que estava marcada, e definimos a chapa naquele momento.

Foi chapa única, não adiantava os outros quatro entrar com a chapa. Tentaram muitas manobras no dia, e felizmente não teve jeito. Nós saímos vencedores.

Conversei muito com o Raimundo [Horta] também, que estava na prefeitura na época, porque ali já era uma mudança.

Fizemos uma transição tranquila, acho que foi dois ou três dias para montar o governo, e propusemos logo de cara uma reforma administrativa, até porque eu entendi, naquele momento, que Mariana precisava muito da Secretaria de Planejamento. E criamos a figura, inclusive, do assessor técnico do governo, que eram cinco cargos, que eram cinco pessoas técnicas mesmo, para dar um assessoramento a alguns secretários que eram indicados por políticos, politicamente indicados. Então, você tinha que ter o técnico ali para dar aquele suporte ao secretário para dar determinada pasta para a máquina funcionar.

Tivemos a felicidade de escolher pessoas muito boas, algumas surpresas muito boas, como a Luana, no Meio Ambiente, que foi… Se você perguntar hoje qualquer pessoa das empresas Samarco, Vales, no nosso município, ela é aquela melhor secretária de Meio Ambiente que o Mariana teve até hoje.

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Retorno e afastamento de Celso Cota

Aquele período foi um período muito conturbado também, que o município já vinha de uma queda de arrecadação. E a despesa muito alta, despesa fixa alta, porque nós temos uma receita do risco, ela não é fixa, ela não é confiável. Se tem uma crise na China, o preço do minério despenca e atinge o Mariana de imediato. Então, teve uma queda nas commodities no Brasil e atingiu o Mariana naquela época. E o Du assume. Logo em seguida, ele rompe com alguns geradores do grupo dele. Eu era oposição na época. E eu fui chamado na prefeitura para uma reunião, onde o Du pediu o apoio. Eu acho que era eu, Edson, tinha uns 3 ou 2 de oposição, e nós decidimos, naquele momento, dar o suporte que ele não tinha do próprio grupo para dar sustentabilidade ao governo.

E logo em seguida veio o rompimento da barragem. Ninguém imaginava que aquilo poderia acontecer na nossa cidade, mas abriu portas também. Eu falo que, depois do rompimento da barragem, Mariana passou a ser conhecida não de uma forma que a gente gostaria que fosse. Mariana era conhecida como próxima ao Ouro Preto. Mas a Mariana passou a ser conhecida no mundo.

Falei muito isso na Câmara, que a gente tinha que ter muito pé no chão, muita serenidade na condução daquele momento, porque a Mariana precisava sentar à mesa com BHP, Vale e Samarco para buscar o melhor para a nossa cidade.

Oito, nove anos depois do acidente da Samarco, Mariana só ficou com a esmola, com tantos problemas para resolver, e ficou só com a esmola.

Atuação de Duarte Júnior depois do rompimento da barragem

Eu acho que a falha não foi só dele. Foi da cidade inteira. Mas a grande parte da falha foi dele, porque ele é o chefe do Executivo. Ele é a autoridade maior do nosso município.

Vou te dar como exemplo isso. Cinco dias depois do acidente da Samarco, eu estava almoçando quando eu vi no MGTV uma entrevista de Duarte falando que o prejuízo de Maria era de 100 milhões. Eu liguei ‘pra’ ele, perguntei onde ele está e fui ao encontro dele. Perguntei ‘pra’ ele, “onde você tirou esse número?” Ele falou que foi o Newton. Palavras dele comigo. E eu falei com ele que estava chutando, que não poderia colocar nenhum número. E citei ‘pra’ ele alguns exemplos.

Você acha que a BHP vai querer deixar um rastro de lama no nosso município?

Agora eles vão falar sempre do impacto no Rio Doce. Só que nós impactamos o Rio Doce há 300 anos, com o nosso dejeto. Aí Mariana tem a oportunidade de coletar e tratar o esgoto, que é uma obra de mais de 200 milhões. Mariana tem a oportunidade de tratar a água. Porque, infelizmente, até hoje nós fornecemos água clorada na torneira das pessoas e não tratada.

Mariana tem a oportunidade de fazer o distrito industrial. E citei alguns exemplos para ele. Citei uma pessoa, o Wilson Brumer, que foi secretário de desenvolvimento de Anastasia. Me coloquei à disposição para conversar com Anastasia, que eu tinha uma ligação boa, e tenho uma ligação boa com Anastasia como senador. Se o Wilson Brumer não quisesse ser contratado pelo município de Mariana, que o nomeasse embaixador de Mariana para conversar com as empresas, até porque ele tinha sido presidente da BHP no Brasil. E poderia muito ajudar a nossa cidade. Logo depois, nasceu a ideia da criação da Fundação Renova. Eu te confesso que participei de uma reunião na cidade administrativa, até o convite do Du. A ideia foi boa, mas ela foi criada como muita burocracia. E aí vêm outros interesses, não é, Luiz? E, principalmente, em Mariana, os interesses de uns e os outros prevaleceram sobre o interesse da cidade.

Impedimento da posse de Celso Cota em 2021

Eleito em 2020, Celso Cota só conseguiu assumir a Prefeitura de Mariana em agosto de 2023
Eleito em 2020, Celso Cota só conseguiu assumir a Prefeitura de Mariana em agosto de 2023 - Foto: Mariana Hermidas/Câmara Municipal de Mariana

O PDT estava com o Newton Godoy. Não estava na coligação do Celso, não.

O que faltou em Mariana, talvez, seja o que eu fiz lá atrás. Chegar para a equipe e falar: precisamos administrar a cidade. As coisas precisam andar. Precisamos resolver os problemas, e tem que lembrar também que nós estávamos em um tempo de pandemia.

Mas, por incrível que pareça, o Duarte [Júnior] deixou uma prefeitura enxuta. Com todos os defeitos, ele deixou a prefeitura enxuta, algumas obras licitadas, um pouco de dinheiro em caixa. O Juliano entrou, deu sequência nas obras e maquiou bem a cidade, mas elevou muito o custo da máquina. Você sai de uma folha de pagamento de 11 milhões para 21, 22 milhões. Então, você começa a ter uma despesa fixa enorme e criando novas despesas, como o Tarifa Zero.

E, no primeiro ano, é muito fácil. Você pode deixar o resto a pagar com o orçamento do ano seguinte. E foi o que aconteceu.

Aí veio o Ronaldo que, em vez de consertar o que precisava, deixou a coisa andar do mesmo jeito. Então, também passou um déficit para o Edson. E o Edson manteve o déficit também.

Aí o Celso assume, e assume com uma despesa maior do que a receita. Você tem que dar uma equilibrada. Você tem que buscar o mecanismo de aumentar a receita para equilibrar com a despesa. Só que tem um problema nisso. No último ano, o Celso não pode deixar a despesa para o ano que vem. Ele não pode deixar déficit para o ano que vem. Se ele deixar uma obra contratada, o recurso tem que estar no caixa para pagar, porque é o último ano.

Então, o problema do Celso é que hoje ele tem que equilibrar as contas e mantê-las equilibradas sem passar déficit para o próximo ano.

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Prioridades de obras na cidade

Alguém tem que iniciar alguma coisa. O Celso vem, quando eu falo que o Celso restaurou a autoridade perante as empresas, perante o Estado, perante a União, é porque o Celso tem a experiência necessária que muitos não tiveram. E aí eu falo, experiência administrativa. E quando o Celso vai conversar com o BHP, com o Vale, com a Samarco, com a Cedro, é uma coisa. Quando vai o Edson, que tem experiência só no Legislativo, Ronaldo, Juliano, é diferente, Luiz, é diferente. O que Celso está fazendo é buscando os recursos para iniciar essas obras, mas buscando recursos com as mineradoras, buscando recursos com o Estado, buscando recursos que, infelizmente, o Estado está quebrado, não é?

Infelizmente se Mariana não ajudar o Estado, o serviço do Estado aqui não acontece, né? Na polícia, todas as áreas que o Estado atua aqui, Mariana tem que dar o suporte. Mas eu acho que o Governo Federal também pode ajudar muito, até porque nós temos o vice-prefeito que é do PT, né? E eu acho que tem hoje uma entrada alguns projetos em nossa cidade. Eu falo que esses projetos, Luiz, não podem esperar mais. Mas o debate do Meio Ambiente tem que vir à tona. Nós estamos passando por uma mudança do clima, que pode acontecer muitos desastres em nossa cidade, aliás, em toda a cidade do Brasil. E o Meio Ambiente sempre ficou em segundo plano.

Você citou aí, Luiz, o novo acesso das Cabanas. Eu passei quatro anos no último mandato falando do novo acesso, brigando. Eu estive com o Roberto e com o Walter, da Mina da Passagem. E o que mais assusta a gente é que, se o município tivesse só aprovado o projeto, o Walter e o Roberto faziam a obra. Mas, logo depois veio a desapropriação.

Eu não entendi, porque essa proposta eu levei para o Roberto e o Walter. Era só o município apresentar o projeto, eles faziam o novo acesso, em troca da venda dos lotes.

A gente vê hoje, com tristeza, aquele projeto maravilhoso de construção de apartamentos, uma proposta bacana para a habitação do nosso município.

E o que tem lá hoje, Luiz? Dinheiro enterrado. Lá tem mais de 30 milhões enterrados. Vai lá hoje. É triste ver o que está lá.

O PDT na eleição de 2024

Os políticos se preocupam só com eles e não preocupam com o partido. Infelizmente, a gente viu isso em Mariana. O PDT tinha dois vereadores e, nas nossas discussões internas, a gente estava perdendo candidatos porque não queriam vir com dois vereadores. E um assédio muito grande de outros partidos antes, vereadores mesmo que estavam querendo montar um partido, que nunca se preocuparam com o partido, querendo montar um partido de última hora.

Eles sempre utilizam o partido como instrumento para habilitar para a candidatura. Depois que ele é eleito, não lembra nem que o partido existe.

E o PDT sofreu um assédio muito grande com seus pré-candidatos, aqueles que já tinham sido pré-candidatos, e a gente não privou ninguém de ir para lugar nenhum, porque nós temos filiados que a gente vinha conversando, que estavam com interesse de colocar o nome à disposição.

A partir do momento que o João Bosco saiu, deu uma animada na turma, porque hoje nós temos um grupo com igualdade.

Quanto à questão das mulheres, com várias mulheres e muitas falaram assim: ‘Ah, estou à disposição para ajudar, mas não quero trabalhar’. Mas, assim, eu não quero. E eu estou vendo, inclusive, essas mulheres em outros partidos, só para cumpri cota, e isso é um risco.

O PDT vai entrar com os candidatos ‘pra’ vencer as eleições, com chance de vencer. E eu sempre falei que nós precisamos de mulheres representando as mulheres na Câmara. E nós temos lá todas as nossas mulheres com possibilidade de vencer as eleições.

Apoio a Celso Cota

É possível. Mas, inclusive, em reuniões com os vereadores, com o próprio Celso, nós colocamos essa condição. Ele não vindo [concorrer] com liminar, há a possibilidade muito grande do PDT acompanhá-lo. Mas isso vai depender das conversas, porque a parceria tem que ser boa para os dois lados.

Inclusive tivemos uma reunião outro dia com a participação do Thiago, o PDT colocou alguns questionamentos para ele. Não é porque ele é vice e filho do Celso, que é o candidato à reeleição, que o partido vai acompanhar. Não, depende das negociações, depende do Celso abraçar algumas causas que nós não abrimos mão delas.

Por exemplo, na área da educação, nós não abrimos mão do tempo integral. Isso foi a primeira indicação que eu fiz como vereador. Porque o PDT é o partido do Brizola, do Darcy Ribeiro, que implantou os Cieps no Rio de Janeiro, que implantou e vem defendendo como bandeira principal a educação, então é uma das questões que o partido não abre mão.

E eu tive o desprazer de ouvir de um político que tempo integral era caro. E eu repeti para ele a frase do Brizola: “Caro é a sua ignorância”. Então, a educação é primordial.

Outras coisas, Luiz, que a gente não abre mão. Nós não abrimos mão de um projeto definitivo para o tratamento de água de Mariana. Mariana precisa ter água de qualidade, em quantidade, na torneira das pessoas. É inadmissível, em pleno século XXI, com a arrecadação que Mariana tem, você falar em poço artesiano, para jogar água na caixa, para colocar cloro ali e entregar uma água clorada na torneira do cidadão. Essa é uma das questões que nós não abrimos mão.

E aí tem que negociar antes da eleição. O candidato tem que assumir esse compromisso com o PDT, que vai resolver o problema.

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Demora na indicação do vice de Celso Cota

Olha, nós já conversamos com o Celso sobre isso. O Celso disse que é uma decisão que será tomada em julho, até porque tem outros pretendentes, inclusive dentro da própria federação. O PDT tem nomes também ‘pra’ indicar, se for colocado ‘pra’ votação no grupo. Porque o Celso fala que é o grupo que vai decidir, não é ele que vai decidir.

Nós temos nomes também ‘pra’ indicar, e até porque, Luiz, eu não posso tirar o direito de um filiado de se colocar à disposição. Se ele se colocar à disposição, inclusive, o partido tem que apoiar, né? É assim que a gente age. Eu não posso tomar uma decisão só, isso é uma decisão de grupo também. No PDT a gente sempre discute, debate, todo mundo tem voz. Todo mundo é ouvido.

Então, o PDT tem nome, sim. Basta qualquer afiliado também manifestar o interesse e nós vamos avaliar e vamos defender o nome. Primeiro a gente defende o nome do PDT.

Recado de Geraldo Sales para a população marianense

Para Geraldo Sales, o PDT tem condição de eleger dois, ou até mesmo três vereadores em outubro
Para Geraldo Sales, o PDT tem condição de eleger dois, ou até mesmo três vereadores em outubro – Foto: Amanda de Paula Almeida/Agência Primaz

Para a população marianense, é um momento de extrema importância, essa decisão que ela vai tomar durante esse ano. Então, que ela avalie com serenidade, que estude o currículo de cada candidato, as propostas de cada candidato.

Nós, do PDT, estamos apresentando uma gama de candidatos com várias propostas, representando não só eles. Por exemplo, nós temos representantes da educação, mas não é representante só dele. Na saúde, nós temos representantes dos servidores da saúde e representantes da saúde. Na segurança, a mesma coisa. No empresariado, nós temos bons nomes.

Então, faça a sua escolha consciente. Porque, se você errar agora, quem vai pagar é você. Se você errar, tem quatro anos para pagar, para lamentar. E só daqui a quatro anos você pode consertar o erro seu nesse momento.

Eu espero que a eleição seja tranquila, que o debate seja em altíssimo nível. Que não seja um debate rasteiro, que não acredite em tudo que se vê na internet, porque a internet hoje é uma fábrica de falsos heróis. Não acredite naquelas pessoas que usam a imagem dos outros para tirar proveito político. É um problema sério que a gente está vendo na política de Mariana hoje, Luiz. A pessoa vai filmar uma pessoa, inclusive, debilitada, para tirar proveito próprio político. Isso é inadmissível.

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