- Mariana, Ouro Preto ou Itabirito
Samarco atinge 60% da capacidade produtiva
Etapa da retomada de produção é marcada por cerimônia de reativação de equipamentos parados há nove anos
A Samarco dobrou sua capacidade produtiva instalada com a reativação do Concentrador 2 e a implementação de mais uma planta de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), nesta segunda-feira (16), quando concluiu mais uma etapa do plano de retomada operacional gradual. Com esse avanço, a empresa estima alcançar a produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério em 2025. Esse volume representa o dobro da produção registrada no início da retomada em 2020. A cerimônia de acionamento dos moinhos de bola teve a participação de diretores e funcionários da Samarco, representantes das controladoras Vale e BHP, bem como dos poderes públicos municipais e estadual. Para essa nova etapa, a Samarco também reativou mais uma usina de pelotização, no Complexo de Ubu (ES), em agosto deste ano. A empresa fez uma série de investimentos em novas tecnologias, seguindo o planejamento pautado pela segurança e sustentabilidade, com aportes que somam R$ 1,6 bilhão.
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Consolidação operacional e sustentabilidade da Samarco
“O ano de 2024 marca a consolidação da nossa estratégia de retomada operacional e a sustentabilidade de nosso negócio. A ampliação da capacidade produtiva nos reposiciona novamente entre os principais players do mercado transoceânico de pelotas de minério de ferro”, destacou o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, na abertura do evento, quando foram divulgados detalhes da operação que vem se desenvolvendo desde os estudos iniciados após o rompimento da barragem de Fundão.
O próximo passo será alcançar 100% da capacidade produtiva instalada até 2028. Para essa fase o projeto contempla o retorno da operação do Concentrador 1, em Germano, e das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu, além da construção de uma nova planta de filtragem em Minas Gerais.
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Atualização tecnológica do parque produtivo da Samarco
A Usina de Pelotização 3 (P3), ativada em agosto deste ano depois da implantação de uma atualização tecnológica, opera com o excedente de minério da Usina de Pelotização 4, inaugurada em dezembro de 2020. Por sua vez, o Concentrador 2 também passou por aperfeiçoamento tecnológico das atividades eletromecânicas e de integridade estrutural, seguindo normas regulamentadoras de segurança, saúde e meio ambiente, permitindo a ampliação da filtragem do minério e o aumento da produção.
Durante a apresentação das questões técnicas relacionadas a essa nova fase da empresa, foi destacado que o Complexo de Germano também passa a contar com uma nova planta de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco, estrutura que garante mais segurança e que permite que grande parte da água extraída seja reutilizada nas operações da empresa, reforçando práticas de sustentabilidade.
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De acordo com Rodrigo Vilela, em encontro preliminar com jornalistas de veículos de mídia regionais, a decisão de não operar com barragens de rejeitos já havia sido tomada em 2016, por ocasião do desenvolvimento do planejamento estratégico estabelecido para o licenciamento corretivo da Samarco e, questionado pela reportagem da agência Primaz, garantiu a segurança das pilhas. “A operação de pilha já ocorre hoje numa das áreas novas que a gente chama de PDE Alegria, e o desenho de geotecnia dessa pilha foi extremamente bem planejado. Por isso que nós estamos tomando essa decisão de demorar aí mais de quase 15 anos para voltar a operar na capacidade que a gente tinha, e dentro de um projeto de engenharia que está passando por diversas revisões”, destacou.
Todo o processo e o andamento da retomada gradual da Samarco, garantiu Vilela, vem sendo acompanhado pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio de uma consultoria independente contratada no início das operações, de modo a acompanhar e atestar o controle geotécnico de compactação que está sendo feito nas pilhas. “Então a gente pode garantir a segurança total, mas não posso falar do que aconteceu [em Conceição do Pará] porque eu não conheço tudo o que aconteceu nas pilhas de lá”, complementou o presidente da Samarco
Gestão de pessoas no processo de retomada operacional da Samarco
O envolvimento das lideranças e equipes da Samarco também foi um diferencial para o plano de retomada operacional. Para isso, a empresa investiu em programas de porta de entrada para atração de novos empregados, processos de gestão para engajamento das equipes, treinamentos, além de oferecer cursos técnicos e profissionalizantes para alavancar o desenvolvimento das comunidades onde a empresa atua em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Para alcançar a capacidade produtiva instalada de 60% foram mobilizadas cerca de 3 mil pessoas, entre próprias e contratadas, priorizando grupos minoritários e moradores das regiões onde a Samarco atua, elevando o contingente de profissionais a 15 mil contratados. “Chegamos a essa nova etapa com indicadores de segurança em linha com os padrões internacionais, reforçando nosso compromisso com as pessoas. Também avançamos com inovação e sustentabilidade, buscando o aumento da eficiência das plantas de beneficiamento do minério para reduzir a geração de rejeitos“, destacou Reuber Koury.
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Sustentabilidade
As iniciativas de inovação e sustentabilidade incluem ainda projetos para ampliação da utilização do rejeito arenoso, que atualmente já é aplicado na fabricação de concreto, além do aproveitamento do ultrafino em pavimentações ecológicas. Além disso, a empresa utilizou mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado nas obras de descaracterização da Barragem do Germano entre janeiro e outubro deste ano, reforçando o compromisso da empresa em garantir a destinação adequada e aumentar formas de valorização do rejeito com investimento em inovação e incentivo à economia circular, além de constituir uma oportunidade de contribuir para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à indústria, inovação e produção sustentável.
Outra inovação diz respeito ao uso de bio-óleo nas usinas de pelotização no Espírito Santo, projeto pioneiro que está sendo desenvolvido para substituição gradual do gás natural na matriz energética da empresa, contribuindo para o processo de descarbonização do setor de mineração.
Futuro prefeito destaca a importância do aumento da capacidade produtiva
Discursando na cerimônia, Juliano Duarte (PSB), prefeito eleito de Mariana, mencionou a necessidade de aprofundar os termos do Acordo de Mariana, que estabeleceu a repactuação relativa ao rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015. Para o futuro administrador municipal, é de fundamental importância que as mineradoras atuantes no território, em especial a Samarco e suas controladoras entendam que o valor destinado a Mariana, dado o grande prazo de repasse, não é compatível com todos os impactos produzidos no município, exigindo que essa questão seja rediscutida minuciosa e atentamente.
Em relação ao momento histórico de reativação e atingimento de quase dois terços da capacidade produtiva, Juliano ressaltou que, de forma sustentável e responsável, os próximos anos devem corresponder a benefícios para a economia marianense. “[A Samarco] vai chegar a 60% da produção e é uma empresa importante para a cidade de Mariana. A gente entende a importância da mineração responsável, de uma mineração sustentável. E também é importante para a economia, para o comércio local e para o poder público municipal, para a Prefeitura Municipal de Mariana, já que, além da geração de empregos, nós teremos também um aumento na receita do município. Então, nós vamos acompanhar isso de perto, e o nosso diálogo sempre estará aberto para as mineradoras. Nós entendemos a importância da mineração para a nossa cidade, e devemos e vamos investir muito bem esses recursos, principalmente para diversificar a economia local”, finalizou Juliano.