- Mariana
Servidores ameaçam greve por tempo indeterminado por reajuste
Decisão sobre continuidade do movimento depende de reunião na Câmara Municipal nesta quarta-feira, com prefeito, vereadores e sindicato

Em estado de greve, centenas de servidores municipais de Mariana protestaram nessa manhã em frente à prefeitura contra o reajuste salarial aprovado na última sexta-feira de apenas 5%. Eles exigem um aumento de 11,02% e o Vale Alimentação de mil reais. Caso a reunião marcada para amanhã na Câmara Municipal, com a presença do prefeito Juliano Duarte, vereadores e sindicato, não resolva o impasse, os servidores prometem fechar a BR na manhã de sexta-feira e iniciar uma greve por tempo indeterminado.
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Servidores reclamam de defasagem salarial e custo de vida alto
Os servidores municipais de Mariana afirmam que os salários estão defasados desde 2016, agravados pelo rompimento da Barragem de Fundão e pela pandemia. Luís Carlos, servidor da saúde há 13 anos, destacou que o reajuste de 5% não cobre os custos crescentes de moradia, alimentação e transporte na cidade. “A arrecadação do município só aumenta, mas os servidores não são contemplados com reajustes adequados“, criticou.
Ele ainda ressaltou que o Executivo impôs o reajuste sem diálogo com os servidores. “O prefeito, o vice e os secretários foram convidados para sentar e negociar, mas nem responderam aos ofícios. Impuseram um reajuste que não condiz com a realidade do município“, afirmou.
Kelly Graciela de Castro, professora da educação infantil, reforçou a insatisfação: “5% é um desrespeito. O custo de vida aqui é extremamente alto, e esse movimento não é só pelo dinheiro, é pela dignidade do servidor público“. Ela também destacou que o movimento é uma resposta ao que chamou de “terrorismo e perseguição” de um governo autoritário no município. “As pessoas estão mostrando a cara, sem medo de perder o emprego ou sofrer represálias. Isso é uma vitória“, disse.
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Reunião na Câmara pode definir rumos do movimento
A assembleia realizada hoje em frente à prefeitura decidiu aguardar o resultado de uma reunião marcada para amanhã, às 8h, na Câmara Municipal. Participarão o prefeito Juliano Duarte, vereadores, representantes do sindicato e servidores. Chico Veterinário, presidente do Sindiserv, explicou que, se não houver uma proposta favorável, os servidores farão uma nova assembleia na sexta-feira, às 6h, no meio da BR, para decidir sobre uma paralisação por tempo indeterminado.
“Estamos abertos ao diálogo, mas se não houver avanços, o movimento vai continuar“, afirmou Chico. Ele ainda detalhou que, caso a reunião de amanhã seja produtiva, os servidores se reunirão novamente para avaliar os próximos passos. “Se houver uma boa proposição, vamos definir o andamento da paralisação. Caso contrário, seguiremos com o movimento“, disse.
Insatisfação dos servidores com a condução da Câmara
Os servidores também criticaram a forma como a reunião da Câmara foi conduzida na última sexta-feira (21), quando o reajuste de 5% foi aprovado. Kelly destacou que o encerramento abrupto da votação, com a interrupção da votação nominal, foi visto como um desrespeito. “Os vereadores colocam a culpa no prefeito, mas eles também poderiam ter votado contra o projeto“, disse.
Ela ainda ressaltou que a forma como a reunião foi encerrada deixou os servidores indignados. “Foi tratorado, encerrado de repente, e a gente se sentiu extremamente desrespeitado“, afirmou. Confira aqui a reportagem da Agência Primaz da última sexta sobre a votação realizada com a presença de centenas de servidores na câmara municipal.
Próximos passos dependem de negociação
Luís Carlos expressou esperança de que o diálogo de amanhã traga avanços. “Acreditamos no diálogo. É o mais sensato, considerando a realidade do município“, afirmou. No entanto, caso não haja acordo, os servidores estão preparados para intensificar o movimento, com o fechamento da rodovia e uma possível greve indefinida.
Kelly reforçou que o movimento vai além da luta por melhores salários. “É sobre dignidade e respeito. Mostramos que não temos mais medo de nos manifestar e que vamos lutar pelos nossos direitos“, disse.
Para os servidores, o protesto de hoje mostrou união e disposição para lutar por melhores condições de trabalho. “Esse movimento só está começando. As pessoas estão mostrando a cara e não têm mais medo“, concluiu Kelly.