- Mariana
Servidores de Mariana levam bolo da prefeitura e mantêm greve
Após reunião cancelada sem aviso, categoria reforça paralisação e acusa prefeitura de descaso; próxima assembleia será na sexta.

Na manhã desta quarta-feira (26), servidores públicos do município de Mariana se reuniram na Casa do Empreendedor para uma assembleia que prometia discutir o reajuste salarial de 5%, considerado insuficiente pela categoria. No entanto, nem representantes da prefeitura nem da câmara municipal compareceram ao local, deixando os servidores e a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDSERV) frustrados.
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Bastidores da reunião
De acordo com Chico Veterinário, presidente do SINDSERV, a reunião foi inicialmente marcada para as 8h na Câmara Municipal, mas foi cancelada pelo prefeito na tarde de terça-feira (25). Horas depois, o sindicato foi informado de que o encontro seria transferido para a Casa do Empreendedor, no mesmo horário. Porém, na manhã de hoje, já no local, os servidores descobriram que a reunião havia sido novamente cancelada.
“O sindicato tomou um bolo, e isso é até uma questão que mostra que não tem uma gestão municipal. Isso mostra a imaturidade de saber o cargo que eles estão ocupando, demonstra a imaturidade do prefeito e também da câmara, sabe?”, afirmou Chico, em entrevista à reportagem. Ele destacou que o sindicato havia proposto a participação de 10 servidores, um de cada categoria, além da diretoria, para evitar aglomerações. “Aí desmarcou. Pode ter sido uma artimanha para tentar desarticular”, completou.
O presidente do sindicato também criticou a postura do prefeito e da câmara, acusando-os de falta de respeito com os servidores. “Respeito não se dá só falando na mídia, na rede social. É sendo presente, tem que ser honesto, tem que ser respeitoso”, disse Chico, reforçando que a categoria não aceitará intimidações ou pressões para encerrar a greve.
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Greve dos servidores por tempo indeterminado
A greve dos servidores foi decretada em assembleia anterior e ratificada na terça-feira (25), após a insatisfação com o reajuste de 5% nos salários, aprovado pela Câmara Municipal. A categoria considera o aumento insuficiente diante da inflação e das dificuldades enfrentadas por trabalhadores de setores essenciais, como limpeza urbana e educação.
Kátia Chaves, pedagoga e professora da Escola Dom Oscar de Oliveira, destacou que a luta vai além do reajuste salarial. “Nós acreditamos na justiça social. Os 5%, talvez, para algumas pessoas seja muita coisa, mas para quem trabalha na limpeza urbana ou como servente de escola, é irrisório”, afirmou. Ela também lamentou a falta de diálogo por parte do executivo. “A gente está frustrado, decepcionado. O diálogo é primordial em uma democracia”, disse.

Próximos passos
O sindicato já marcou uma nova assembleia para sexta-feira (28), às 10h, em frente à Prefeitura. Além disso, uma comissão será formada para buscar diálogo com a vice-prefeita e outros representantes do poder público. O sindicato também pretende recorrer à Justiça para garantir os direitos dos servidores.
“A gente vai procurar o direito coletivo diante da inércia do poder executivo em assumir suas responsabilidades. Que se o prefeito não tem competência, se ele se julga um fraco para conversar com a diretoria do sindicato, que ele mande um representante para conversar com a gente”, afirmou Chico Veterinário. Ele também lembrou que a definição sobre a essencialidade dos serviços cabe ao Judiciário, e não a secretários ou gestores. “Tem que aparecer a cara dele ou de alguém pra conversar”, concluiu.
A reportagem tentou contato com a prefeitura e com a câmara municipal, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.