Dia de Minas

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Aqui nasceu Minas Gerais. No fim do século XVII, as notícias da descoberta de ouro na região conhecida na época como Sertão de Cataguases, atual Minas Gerais, se espalharam pelo Brasil e chegaram a Portugal. Assim, milhares de pessoas vieram em busca de riqueza.

Em 16 de julho de 1696, uma bandeira, vinda de Taubaté, São Paulo, chegou ao leito de um ribeirão rico em ouro, tendo à frente o Coronel Salvador Furtado de Mendonça. O riacho foi denominado Ribeirão do Carmo, por ser esse dia dedicado à Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo assumiria uma função estratégica no jogo de poder determinado pelo ouro. O local se transformou no principal fornecedor deste mineral para Portugal.

Em 1711, o desenvolvimento do arraial já era considerável. Diante disso, um ato do citado governador, em 8 de abril, elevou o povoado à categoria de vila, sob a denominação de Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo de Albuquerque. O nome foi modificado quando Dom João V confirmou o ato, em 14 de abril de 1712, para Vila Leal de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo.

Em 1745, por ordem do rei de Portugal, Dom João V, a vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo foi elevada à cidade com o nome de Mariana – uma homenagem à rainha Maria Ana D’Áustria, sua esposa. Nesse mesmo ano, pela bula “Candor Lucis Aeternae”, o Papa Bento XIV criou a diocese de Mariana, desmembrada do Rio de Janeiro, juntamente com a diocese de São Paulo e as prelazias de Goiás e Cuiabá.

Mariana hoje é chamada de “berço da civilização mineira”, foi a 1ª capital, a 1º vila (1711), a 1ª sede de bispado (1745) e a 1ª cidade de Minas Gerais (1745). Devido ao pioneirismo de Mariana, o dia 16 de julho, marco do seu povoamento, foi escolhido para ser o dia de Minas Gerais.

As iniciativas em Mariana começaram bem antes da promulgação da lei, mais exatamente em 1977, durante a sessão alusiva ao 281º aniversário da cidade. Na época, o professor Roque Camêllo, integrante da Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes, lançou a ideia de instituir o 16 de julho, aniversário da cidade, como data cívica estadual. O projeto recebeu o apoio do então presidente da casa, historiador Waldemar de Moura Santos, acadêmicos, autoridades municipais e comunidade. Na sequência, a proposta foi entregue ao governo estadual e à Assembleia Legislativa.

A criação do Dia de Minas obedeceu duas determinações. De acordo com informações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a criação se deu com a Lei 7.561/1979, de autoria do deputado estadual Domingos Lanna, que se refere também à transferência simbólica da capital para Mariana. A instituição da data ocorreu em 19 de outubro daquele ano, a partir da sanção pelo então governador Francelino Pereira. Em 1980 o prefeito Jadir Macedo institui a “Medalha do Dia de Minas Gerais” conferida a personalidades que tenham contribuído para o desenvolvimento de Mariana e do Estado de Minas.

Assim, desde 1980, a cidade de Mariana volta a ser capital das Minas Gerais em 16 de julho. Várias personalidades brasileiras já passaram pela maravilhosa Praça Minas Gerais e receberam, com bastante orgulho, a comenda do Dia de Minas.

Devemos nos orgulhar muito desta data, devemos valorizar nossa história, nossa cultura e tradições e fazer desta data um ponto de reflexão sobre nosso futuro. Qual cidade queremos? Como conciliar presente e passado?

Em breve teremos eleições: a escolha está nas suas mãos, ou melhor no seu voto!

Parabéns Mariana: 324 anos de História.

(*) Cristiano Casimiro dos Santos é professor e editor da Revista Mariana Histórica e Cultural

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Rua Dom Viçoso, 232 – Centro – Mariana/MG