Plenária discute saúde dos trabalhadores como direito humano

Para além do Plano Plurianual, que é onde o Conselho Municipal de Saúde levará suas reivindicações para estarem na programação anual de saúde, este é também momento em que a sociedade civil e o controle social se reúnem para trazer demandas, serem votadas e serem aplicadas no município. A representante ainda descreve a reunião como um momento de escuta, de acolhimento das vozes que muito muitas vezes são silenciadas. “É o momento de transformar vivências em em projetos e propostas, aliás. É denunciar ações, indignação e mobilização. É, e isso só é possível com a participação de todos os sujeitos envolvidos na luta. As pessoas da cidade, do campo, né, as pessoas que trabalham nas mineradoras, nas escolas públicas e privadas”, pontou. 

O vice-presidente da Câmara de Vereadores, Maurício da Saúde (PSDB), também reforçou a importância do momento e do engajamento da comunidade. “A Câmara Municipal está à disposição para verificar e fiscalizar que as ações aqui discutidas sejam efetivamente concluídas”, destacou.

Para ampliar o debate, a Prof.ª Dr.ª Olívia Maria de Paula Alves Bezerra, professora Titular aposentada pela Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) falou sobre a importância de discutir as relações e limites entre saúde e trabalho. “Não é fácil lidar e discutir a saúde do trabalhador, porque é algo complexo. Quando eu falo complexo, não é necessariamente algo difícil, é algo que exige muitos olhares” destacou a professora.

Ainda segundo Olívia, a saúde vai para além da física, mas para a psicológica. “Nós temos a forma de morrer antiga, né, do trabalhador da construção civil que cai do balão e morre acidentado. E nós temos aqueles que se matam em função de não terem trabalho, se matam às vezes no ambiente de trabalho por uma insatisfação, por um sofrimento, por não ter perspectiva de vida”, pontuou.