Entrevista Primaz - Reitora Cláudia Marliére: "O nosso calendário é o calendário do vírus"
Reitora da UFOP explica projeto de ensino remoto, avalia situação financeira da instituição e comenta disputas territoriais envolvendo o ICHS e o ICSA
- Marcelo Sena
- 10/08/2020
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Cláudia Marliére é professora titular da Escola de Nutrição da UFOP e leciona na instituição desde 1989. Graduada em Nutrição pela UFOP, é especialista em Saúde Materno-infantil pela Universidade de São Paulo/USP e PHD em Avaliação de Impacto Ambiental em Saúde na Universidade de Gales, no Reino Unido. Coordenou programas e projetos de extensão, exercendo o cargo de Pró-Reitora de Extensão da UFOP entre 1993 e 1998. Atuou ainda como Superintendente da Fundação Educativa de Rádio e Televisão de Ouro Preto, foi Chefe de Departamento e Diretora da Escola de Nutrição da UFOP. Cláudia orienta pesquisas no Programa de Mestrado em Saúde e Nutrição da Escola de Nutrição/UFOP e tem experiência na área de nutrição com ênfase em Epidemiologia Nutricional, doenças crônicas, consumo alimentar, saúde do trabalhador e bolsa família.
Desde 2017 ocupa o cargo de Reitora da Universidade Federal de Ouro Preto.
Confira alguns trechos da Entrevista Primaz com a professora Dra. Cláudia Marliére, Reitora da UFOP, a seguir e assista (ou ouça) a íntegra da entrevista acessando os links.
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Eu acredito que o projeto de Ensino Remoto é de extrema importância pois estamos vivendo um momento muito atípico com a pandemia. Existia sim uma demanda muito grande por parte dos discentes. 99,9% dos alunos já foram contatados.
Não temos o objetivo de que esse PLE vá substituir o curso presencial. Pelo contrário, nós estamos oferecendo como parte de um trabalho como forma de interação e manutenção de vínculos, além de ajudar no retorno do presencial. O nosso calendário é o calendário do vírus. Então, quando nós voltarmos, essas disciplinas serão ofertadas presencialmente.
Na UFOP, nós estamos trabalhando com 18 projetos de pesquisa sobre a pandemia, em várias áreas. Nesse sentido, a contribuição das universidades brasileiras tem sido enorme, no sentido de mostrar que nós da universidade pública é que fazemos ciência nesse país.
A pandemia abriu a cortina da universidade para a sociedade brasileira, mostrando o que ela faz e como ela contribui.
A Universidade é um lugar, talvez o único, em que a gente pode e deve ter a liberdade de expressão, de cátedra e de pesquisa. O que não se discute em outras esferas, aqui dentro é permitido. Por isso que talvez incomode tanto. A universidade é um espaço onde a democracia é prevalente.
Nós já tivemos um orçamento de capital para a UFOP por volta de R$ 16 milhões, R$ 18 milhões. Hoje eu trabalho com R$ 1,8 milhão.
Eu nunca me encontrei com o Weintraub. Até porque não adiantava. Mesmo que eu fosse apresentar algum dado, ele nunca era sensível. Ele era contrário às instituições públicas de ensino superior.
Na minha avaliação, nós perdemos aquele processo do ICHS com a Arquidiocese de Mariana, por omissão da universidade à época. A gente podia ter vencido esse problema lá atrás.
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