Celso Cota e Cristiano Vilas Boas oficializam chapa para concorrer à Prefeitura de Mariana
Na disputa por uma vaga na Câmara, nomes conhecidos e promessas de renovação estiveram na convenção do MDB.
- Luiz Loureiro
- Lui Pereira
- Marcelo Sena
- 15/09/20 às 12:37
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A convenção municipal do partido MDB de Mariana, realizada ontem (14), oficializou a candidatura de Celso Cota Neto e Cristiano Vilas Boas como candidatos a prefeito e vice-prefeito de Mariana, respectivamente. O evento foi realizado onde será montado o comitê de campanha da coligação, na Avenida Nossa Senhora do Carmo. Além de personalidades conhecidas da política local, o evento contou com a presença de candidatos jovens e experientes ao cargo de vereador(a) dos partidos MDB, PT, PV e Avante.
O nome de Celso Cota como possível candidato a prefeito de Mariana já circulava nas redes sociais e em veículos de imprensa da região há pelo menos um mês. Enquanto a candidatura era construída, as expectativas quanto à composição da chapa tornavam-se maiores. Do outro lado, a união entre PT, PV e Avante era formada e o Partido dos Trabalhadores vivia um ambiente de divergências internas, entre apoiar Newton Godoy para candidato a prefeito ou lançar uma candidatura própria.
Na noite desta segunda (14), no entanto, essas incertezas tiveram um aparente desfecho. Na convenção municipal do MDB, o nome de Cristiano Vilas Boas, vereador do PT, foi apresentado oficialmente como candidato a vice de Celso. O prenúncio dessa união ocorreu nas convenções municipais de PT e PV, realizadas no dia 13. O apoio à chapa não foi unânime no PT e a maioria foi formada sob muitos questionamentos de militantes do partido.
O ex-prefeito e agora candidato Celso Cota espera convencer a população de que tem capacidade para fazer com que Mariana “volte a crescer”. “Eu acho que vamos conseguir passar para o eleitorado a esperança e, mais do que isso, a confiança de que somos capazes de voltar e fazer com que Mariana volte a crescer, em todas as suas áreas e melhorar a autoestima do nosso povo. A inclusão social em todos os aspectos é a bola da vez. A questão da pandemia ficou muito evidente que tem que se investir em saúde.”
“Nós sabemos que não é tudo que está mal feito. Não estamos falando isso. Mas sabemos que nós precisamos melhorar muito”. (Celso Cota)
“Nós sabemos que não é tudo que está mal feito. Não estamos falando isso. Mas sabemos que nós precisamos melhorar muito. Mariana é uma cidade referência. Aqui é o berço da educação. Toda essa cultura que nós temos aqui, nós precisamos transformá-la, primeiro, em atração turística, fazendo isso nós vamos transformá-la também em geradora de renda e de emprego”, argumentou Celso Cota Neto.
Perguntado sobre a sua situação na Justiça e como tranquilizar o marianense de que a cidade não terá novamente muitas trocas de prefeito em 4 anos, Celso Cota garantiu que tem “segurança jurídica” para concorrer às Eleições 2020. O candidato também disse ser vítima de intensa campanha de difamação na cidade. “Nós estamos com uma segurança jurídica muito boa. E a vida vai nos ensinando também. Em algumas questões do passado foram tomadas decisões erradas como estratégia de defesa. Aqui em Mariana eu enfrento sempre uma quantidade enorme de ataques e injustiça porque é comum. Quando você faz uma pesquisa e tem um candidato sempre muito bem avaliado pelo povo, a tendência dos adversários é usar as ferramentas que tem”.
Pré-candidato a prefeito e agora vice de Celso, Cristiano Vilas Boas explicou que a vice-candidatura foi construída entre o MDB e a frente formada por PT, PV e Avante. “Foi uma construção coletiva. Os partidos da aliança PT-PV-AVANTE formaram uma frente e ouvimos todos os pré-candidatos. O que a gente viu que era mais viável pros partidos, era a coligação com o MDB. Apesar do Celso já ter sido prefeito é um novo grupo. Um grupo mais leve e tenho certeza que será com pessoas mais jovens na política como o pessoal do Avante, do PV, que não tem vereador eleito e o PT que tem uma chapa muito forte e tem a chance de manter o espaço na Câmara”.
Sobre as divergências internas do Partido dos Trabalhadores quanto a essa decisão na coligação majoritária, reforçadas na convenção municipal do partido, o candidato a vice-prefeito reconheceu que a decisão não foi unânime mas que todo o partido acatou o que foi escolhido pela maioria.
Não foi unanimidade, né? O PT tem muitas ideias diferentes, mas isso é uma coisa que fortalece o nosso partido. Mesmo quem votou contra acatou a decisão da maioria do diretório e os pré-candidatos estão muito animados. (Cristiano Vilas Boas)
A convenção também contou com a presença de Thiago Cota, filho de Celso e deputado estadual pelo MDB. O deputado disse estar com “expectativas muito positivas” para a campanha do pai e prometeu que, caso ocorra, seu mandato trabalhará em “extrema sintonia” com o executivo marianense. “Nós conseguimos reunir um grupo bacana, consciente das suas responsabilidades. Eu quero agradecer a todos, lideranças e pré-candidatos, que tenho certeza que irão trilhar um caminho de muito sucesso pro bem da nossa cidade”.
A política desse ano teve o antes e o depois de Celso Cota. A partir do momento que ele disponibilizou o nome dele na rede, procurou a gente, quis conversar e começou nessa construção, a política mudou. (Paulista da PaulistaCel, candidato a vereador pelo PT)
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Promessas de renovação da Câmara
Dos 15 vereadores que hoje ocupam uma cadeira na Câmara de Mariana, é certo que, pelo menos 4 não voltem em 2021. Enquanto Cristiano Vilas Boas e Bruno Mól estão confirmados na disputa pelo Poder Executivo, os vereadores Geraldo Sales (Bambu) e Daniely Alves não serão candidatos em 2020. Hoje (15), a convenção do DEMOCRATAS ainda pode confirmar Deyvson Ribeiro como candidato a prefeito. No evento do Cidadania, Tenente Freitas também deverá ser confirmado candidato a vice-prefeito de Newton Godoy.
Visando ocupar uma dessas cadeiras, o partido Avante adotou a estratégia de não aceitar candidatos que estejam ocupando o cargo de vereador na atual legislatura. A medida foi elogiada por Ademar Moreira que tenta, pela segunda vez, ser eleito vereador. “Nesse formato, a política ficou mais justa. Quando já tem um vereador, é difícil para quem não tem mandato se eleger. Estou tentando pela segunda vez. Na outra fui bem votado, mas não fui eleito por causa de coligação”.
Em sua primeira candidatura ao cargo de vereador, Pedro Chaves (Avante) disse que apostará numa estratégia de comunicação via redes sociais, sem abrir mão do corpo a corpo com o eleitorado. “A gente tem as redes sociais como a nossa maior parceira. Antigamente nós tínhamos os cabos eleitorais, hoje são as redes sociais, que nos levam mais fácil ao eleitor. Mas a gente não pode abrir mão daquela conversa, daquele cafezinho, porque existem eleitores que gostam muito desse contato”.
Pelo PT, um dos interessados em sentar na cadeira hoje ocupada por Cristiano Vilas Boas é Paulista, da Paulista Cel. O candidato defendeu as candidaturas do PT e elogiou a chapa majoritária. “A gente construiu todo um projeto para chegar até aqui e escolher os melhores nomes. Eu acho que Mariana só tem a ganhar com Celso e Cristiano e também com os candidatos a vereador. O PT tem um grupo filé, que vai fazer diferença. A gente pode fazer uma Mariana bem melhor do que a que a gente vive hoje.”
Rostos conhecidos do Poder Legislativo
Apesar da certeza de mudanças na Câmara de Mariana, a legislatura que começa em 2021 pode conter velhos conhecidos do Poder Legislativo. Além de candidatos à reeleição, alguns ex-vereadores tentarão novamente ocupar um lugar na Casa de Leis.
Vereador por dois mandatos, José Jarbas Ramos Filho (Zezé de Nego) conta com o serviço prestado na Câmara para se reeleger em 2020. “Nós vamos procurar a população e apresentar o trabalho feito nesses 8 anos e, se Deus quiser, pedir esse apoio novamente. Porque a população precisa e é isso o que nós vamos demonstrar: o que foi feito e o que precisa ser feito”.
Marcelo Macedo é outro rosto familiar na Câmara Municipal e vai tentar uma nova reeleição mais uma vez e, com sua experiência política, ele vê como natural a construção da coligação com o Partido dos Trabalhadores, tendo como candidato a vice um vereador que, até pouco tempo, integrava a bancada de situação da atual administração municipal. “É normal na política e isso tem sido conversado há dias, e chegamos a um entendimento, a um consenso entre o MDB e os 3 partidos, e é isso que você está vendo aí. Só alegria e, com certeza, estamos muito motivados”, afirma Macedo.
Para o vereador, a “história de Celso [Cota] fala por si, e Mariana precisa realmente de uma mudança”, confiante que os nomes apresentados ao eleitorado como candidatos e candidatas à Câmara fazem com que o partido tenha a expectativa de aumentar o número de representantes no legislativo. “Com certeza, é o 15 outra vez”, finaliza Marcelo Macedo.
Presidente do partido e afastado há 4 anos da militância política efetiva, Raimundo Horta também confia em um bom desempenho do partido nas urnas, embora não arrisque um palpite sobre o tamanho da bancada emedebista na próxima legislatura. A respeito da candidatura de Celso, porém, Raimundo é bastante otimista e elogia o acordo feito. “Não foi nada imposto. O Cristiano foi indicado pelos partidos PT, PV e Avante e vem, com sua juventude, se juntar à experiência de Celso Cota. Mariana está abandonada. Precisa mudar e abandonar essa política de clientelismo, coronelismo e favorecimento, cuidando dos problemas de forma adequada para satisfazer os interesses da população”, conclui Raimundo.
Com assento no Câmara na atual legislatura, Daniely Alves não vai disputar as eleições, entendendo que já deu sua contribuição efetiva à política da cidade, embora ressalte que tomou gosto pela coisa. “A oportunidade que a gente tem de sentar naquela cadeira é única. E falo que eu tenho a grata satisfação de ter sido a única mulher a ser reeleita na Câmara de Mariana e tenho certeza que deixei o meu legado”, afirmou.
Questionada sobre o que fará a partir de janeiro de 2021, Daniely diz que tem tranquilidade em relação a isso: “Eu entendi que é o meu momento de parar, é o momento de assumir as minhas filhas que estão em idade escolar, mais isso não quer dizer que eu vá abandonar a política marianense”, declara a vereadora, revelando que pretende se dedicar aos conselhos da sociedade civil e dedicando-se, nos próximos 60 dias, a incentivar e orientar as candidatas do partido. “Apesar de ter um ótimo relacionamento com os outros 14 vereadores, eu sempre senti falta de mais uma mulher [na Câmara]. Eu sempre fui uma grande motivadora da participação da mulher na política, mas agora tenho que ter um certo cuidado, né? Afinal meu marido também é candidato”, finaliza Daniely aos risos.
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