Uso de álcool em gel, desabastecimento e aumento de preços em Mariana

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Farmácias e supermercados de Mariana não dispõem de estoques de álcool em gel - Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A reportagem da Agência Primaz de Comunicação visitou,nesta sexta-feira (20) vários supermercados e farmácias de Mariana e constatou a escassez de álcool em gel. No único estabelecimento em que o produto estava à venda o valor era correspondente a um aumento de 275% em relação ao menor preço verificado na cidade dois dias antes.

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Em todas as farmácias pesquisadas o produto estava em falta e também não havia previsão de reposição do estoque. Já nos supermercados apurou-se que o abastecimento é irregular e, na maior parte dos casos, em quantidades inferiores aos pedidos apresentados aos fornecedores. Em um deles, a remessa de 100 caixas (1.200 frascos de 500ml) recebida nesta quinta-feira (19) esgotou-se em poucas horas, mesmo com a limitação de 3 unidades por cliente. Neste estabelecimento, que pretende manter o preço do produto sem alteração, existe a possibilidade oferecimento aos clientes a partir do próximo domingo, mas não há certeza quanto ao recebimento do último pedido feito.

Em outro estabelecimento a informação é que o produto deverá estar disponível na próxima segunda-feira (23), mas em quantidade equivalente a apenas 20% do total solicitado. Porém, no terceiro estabelecimento visitado não há previsão de recebimento do álcool em gel, uma vez que o fornecedor apresentou preço 65% superior ao da última aquisição feita. “Eu não teria condições de absorver esse aumento e não quero ser chamado de aproveitador pela população“, declarou o gerente.

Escassez atinge também álcool em forma líquida - Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

No estabelecimento em que foi verificada a existência do produto, restavam poucas caixas dos 3.600 frascos recebidos ainda antes da notificação do 1º caso suspeito em Mariana, mesmo com a limitação de três frascos por cliente. Esse restrição, entretanto, somente foi imposta devido a abusos anteriores, relatados por funcionários do local, quando inicialmente era permitida a aquisição de uma caixa por cliente. Foi ainda observada pouca disponibilidade de álcool em forma líquida em praticamente todos os locais visitados.

Uso do álcool em gel

Considerado eficiente na higienização das mãos, o álcool em gel concentrado a 70% é indicado pelas autoridades sanitárias “apenas para momentos em que não houver água e sabonete disponível“, alertando que o sabão em barra e o sabão de coco também são eficientes, desde que a higienização das mãos seja feita de forma adequada, consistindo em ensaboamento; esfregamento das palmas e dorsos das mãos; limpeza dos polegares e pulsos; enxágue e secagem em toalha limpa ou de papel. O Ministério da Saúde considera que “a prática da higiene frequente e a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares, brinquedos, maçanetas e corrimãos, são indispensáveis para a proteção contra o vírus“, com o álcool em gel mostrando-se mais prático nesse último caso.

Essa situação, lembrada por gerentes de supermercados em Mariana, serve como alerta para as pessoas que estão procurando fazer grandes estoques particulares do produto, privando as demais da possibilidade de obter o produto para os casos em que a higienização com água e sabão não é possível. Mas a população também deve estar atenta à evolução dos preços, buscando informar-se, principalmente por telefone ou via sites de compra online, sobre a disponibilidade e preço do produto, evitando que ocorram aglomerações nos estabelecimentos comerciais e contribuindo para o combate à prática de preços abusivos.

Outra informação importante é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a venda de álcool a 70% nos supermercados e mercearias. Uma resolução anterior proibia essa prática, limitando a oferta direta aos produtos em forma líquida com graduação até 54%. Embora o álcool a 70% na forma líquida tenha alto poder de desinfecção, seu uso deve ser cercado de cuidados, tanto por seu alto poder inflamável, quanto pelo perigo de acidentes domésticos, principalmente envolvendo crianças.

Atualização da pandemia em Mariana

O boletim publicado pela Prefeitura de Mariana no início da noite desta sexta-feira informa que a cidade contabiliza um caso confirmado de contágio, um descartado e nove em investigação. O caso confirmado e o descartado já constavam da comunicação do dia anterior. Portanto, nas últimas 24 horas, o quadro apresentou o acréscimo de um caso suspeito.

Nos dois últimos boletins foi modificada a forma de detalhamento dos casos. Até o boletim da quarta-feira (18), a publicação detalhava as informações referentes a sexo, idade e possível local de contágio para cada caso notificado. A partir do penúltimo boletim as informações foram agrupadas por sexo e faixa etária, o que não permite deduzir as informações relativas à idade e ao histórico do caso confirmado e também do descartado. Por e-mail, a Agência Primaz de Comunicação apresentou ao setor de comunicação da Prefeitura um pedido de esclarecimentos desses pontos, mas não obteve resposta até o horário desta matéria. Pode-se afirmar, entretanto, por comparação com as informações anteriores, que o novo caso em investigação trata-se de um homem, com 24 anos de idade.

O último boletim informa ainda que, “no estado de Minas Gerais, foram notificados 4.122 casos de infecção humana pelo COVID-19. Destes casos, 4.084 estão em investigação como suspeitos e 38 casos foram confirmados“.

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