A Quinta Disciplina - Learning Organizations

“Na construção das organizações que aprendem, não existe um destino final, nem uma situação final, apenas a viagem de toda uma vida”. (Peter Senge)

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “editoriais”

Compartilhe:

[wpusb layout="rounded" items="facebook, twitter, whatsapp, share"]

“Learning Organizations” ou Organizações que Aprendem, é um conceito criado pelo renomado Professor norte americano Peter Senge, do Massachussets Institute of Technology – MIT, autor do best-seller “A Quinta Disciplina”, escrito na década de 90. O conceito preconiza que as organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas investem de forma estratégica e permanente no aprendizado de seus colaboradores, aprimorando continuamente sua capacidade para criar o futuro. Nestes momento pesados de crise, tomar conhecimento deste conceito e colocar em prática, pode ser uma excelente iniciativa para contribuir para a sustentabilidade das organizações.

Peter Senge nos ensina que para incorporar o “learning organization” é preciso ter como base as Cinco Disciplinas descritas a seguir.

A primeira delas é o Domínio Pessoal, que consiste em expandir as competências gerenciais, em um processo contínuo de autodesenvolvimento. Organizações de sucesso são aquelas que investem de maneira estratégica no desenvolvimento de seus colaboradores. Qual foi a última vez que você investiu em um curso ou treinamento para você ou para seus colaboradores? Vale a pena refletir sobre isto!…

A segunda Disciplina está relacionada aos Modelos Mentais ou “Mindset”, que consiste em refletir e rever permanentemente a forma de pensar e agir, em busca de adequação aos novos tempos, Disciplina esta que possui extrema importância para o momento que estamos vivendo. “Prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha ideia formada sobre tudo”, já dizia Raul Seixas.

A terceira Disciplina é a Visão Compartilhada, que prevê um processo estruturado para estimular o engajamento dos colaboradores em relação às mudanças que estão surgindo, elaborando princípios e diretrizes que permitirão o alcance do sucesso. Você já perguntou aos seus colaboradores se eles sabem exatamente, de forma estruturada qual é a visão da sua empresa ou o que você, como gerente, diretor ou proprietário espera deles para o sucesso da sua empresa?  

A quarta Disciplina está relacionada ao Aprendizado em equipe, com base na criação de sinergia, implantando um sistema de gestão compartilhada, gestão com pessoas, com foco em superar a soma dos talentos individuais. Neste sentido, um mais um será sempre maior que dois!

A quinta e última Disciplina é o Pensamento sistêmico, que consiste em analisar e compreender a organização como um sistema integrado, onde todos os departamentos e pessoas são importantes, do “P” ao “P”, ou seja do Porteiro ao Presidente, cada qual com o seu nível de atuação e responsabilidade.

O conceito de “Learning Organizations” vem sendo fortemente reforçado recentemente pelo conceito de “Lifelong Learning” ou educação continuada, que preconiza que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender” e que as pessoas podem e devem estar sempre abertas a novas ideias e investir para que elas floresçam. A educação continuada atira porta afora o axioma de que “não se ensinam novos truques a um cachorro velho”. Tem por princípio que os profissionais não podem mais se contentar simplesmente em dizer que são “formados”, com um diploma de curso superior guardado na gaveta ou estampado na parede, entendendo que não precisam mais estudar. Entende que nem mesmo uma formação acadêmica sólida significa fim de carreira em termos de aprendizado. A busca pelo aprendizado em todos os sentidos ao longo da vida tem que ser permanente e incansável.

Coincidentemente, enquanto escrevo, acabo de ouvir de uma consultora uma ocorrência lamentável que vale a pena compartilhar, visto que exemplifica o quanto ainda estamos muito distantes destes conceitos na prática. Na elaboração final de um relatório elaborado por ela a ser apresentado a uma empresa cliente, a consultora identificou uma série de informações erradas em um documento de base apresentado por um representante de alto escalão da empresa. Quando educadamente alertado pela consultora sobre o problema e os graves riscos envolvidos, ele respondeu a ela secamente através de e-mail que só conversaria a respeito do assunto com os superiores hierárquicos dela! Triste exemplo de “ego extremamente inflado”, “mindset” deturpado, falta de visão compartilhada e espírito de equipe, pensamento não sistêmico, fragmentado e além de tudo, falta de humildade. Reconhecer os próprios erros é sinal de sabedoria! Com certeza, para ele significaria se rebaixar ao reconhecer seus erros diante de um profissional de nível hierárquico inferior ao dele. Certamente muito tempo terá que ser desperdiçado até que o problema seja resolvido, isto é, se der tempo para ser resolvido, antes que uma desgraça aconteça! É por causa de comportamentos semelhantes a este que as barragens se rompem, vírus se espalham e vidas humanas são sacrificadas! Depois fica muito tarde para “chorar o leite derramado”!

Quem tem ouvidos que ouça!

Se você quiser se aprofundar no assunto, faça contato conosco.

(*) Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas

Contatos caesarius@caesarius.com.br www.caesarius.com.br

Veja Mais