Luiz Loureiro/Agência Primaz
A primeira partida da fase final do Campeonato da 1ª Divisão de Mariana foi disputada neste sábado (09), no distrito de Monsenhor Horta. Com o empate em 3 a 3, o Olimpic depende só de uma nova igualdade na partida de volta para conquistar o título de 2019.
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Novidades no campeonato
A Liga Esportiva de Mariana (LEMA) inovou e escalou a equipe de arbitragem com 6 integrantes: o árbitro principal Antônio Crisóstomo; os assistentes Henrique Modesto e Eduardo Rocha; o 4º árbitro Lucas do Carmo e os adicionais, Dênis Gonçalo e Carlos Daniel, posicionados nas linhas de fundo do campo. Outra novidade foi a presença da equipe de esportes da Rádio Montanhesa de Ponte Nova, transmitindo a partida ao vivo com narração de João Paulo Araújo, comentários de Marcos Dias e Adriano Luiz, contando ainda com o repórter de campo Doriva Jr.
Calor, charanga e três gols no 1º tempo
Com sol forte e temperatura de 31ºC, a partida começou com a saída de bola do Olimpic e a barulhenta charanga do São Caetanense posicionada atrás do gol defendido por Elvis. Nos primeiros 10 minutos as equipes fazem algumas tentativas de chutes de fora da área, sem levar perigo efetivo para os goleiros. O Olimpic tenta cadenciar o jogo, com trocas de passes nas intermediárias e boa movimentação dos atacantes Fábio e Zuzu, além do apoio dos laterais Michael e Silas. O time local tem dificuldades para chegar ao ataque, porque a zaga alvirrubra faz forte marcação sobre Dudu e Thiago, mas começam a aparecer oportunidades quando o lateral Matheus chega ao ataque e faz dobradinha com Dudu sobre o lateral direito adversário. A cobertura não se mostra muito efetiva e isso leva o técnico do Olimpic, Joaquim Ricardo, ao desespero, tentando se fazer ouvir em meio ao barulho da charanga.
Aos 13′ acontece o primeiro gol da partida. Fábio recebe a entrada da área, lado esquerdo do ataque do Olimpic, gira o corpo e bate por cobertura, surpreendendo o goleiro do São Caetanense que apenas olha a bola entrar no ângulo esquerdo de sua meta. O São Caetanense tenta a resposta ainda em chutes de fora da área, mas o Olimpic quase amplia aos 13′. Zuzu recebe pela meia-direita e bate forte de esquerda. A bola bate no travessão e sai pela linha de fundo.
Só aos 20′ o São Caetanense, mais organizado em campo, consegue levar perigo ao gol de Elvis. Forçando a jogada pela esquerda, Dudu cruza para a área. Nicolas pega o rebote e bate firme, mas o goleiro do Olimpic cai no canto esquerdo e defende sem dar rebote. A temperatura sobe, chegando aos 33ºC e o árbitro interrompe o jogo para hidratação dos atletas. Na retomada da partida, Michael recebe o primeiro cartão amarelo da partida, depois de fazer falta dura sobre o jogador Matheus, do São Caetanense. Sem encontrar brechas para a penetração, Nicolas (de falta) e Kaíque arriscam de fora da área. Na primeira Elvis espalma para a linha de fundo e na outra defende firme.
A insistência do São Caetanense nas jogadas pela esquerda dá resultado aos 43′. Dudu arranca pela esquerda, aproveita a desatenção de jogadores do Olimpic que reclamam de falta, passa por dois adversários e bate rasteiro no canto esquerdo de Elvis. Jogo empatado e novo ânimo dos jogadores do time local, que passa a forçar mais a defesa adversária.
“Dudu Bala emocionando o torcedor
do São Caetanense! Bala, Bala, Bala neles!
São Caetanense 1, Olimpic 1!”
(João Paulo Araújo/Rádio Montanhesa)
Seguindo a empolgação do narrador, o São Caetanense acredita na virada ainda no 1º tempo e se lança ao ataque, mas o Olimpic responde rápido. Saulo tenta duas vezes de fora da área. Na segunda a bola é interceptada pelo zagueiro com a mão. Saulo cobra com categoria, no canto esquerdo, deslocando o goleiro que cai para o lado oposto. Olimpic novamente comanda o placar ao final do 1º tempo, encerrado aos 52′ corridos, com a compensação da parada técnica (3′) e acréscimos devidos às paralisações (4′).
Intervalo
O técnico do São Caetanense, Adílson de Paula, e seu auxiliar técnico, Roni Bento, tentam tranquilizar seus jogadores e pedem mais capricho nas finalizações, além de recomposição mais rápida. Adílson, tentando não se deixar levar pelas pressões por mudança feitas por torcedores e dirigentes, recusa-se a falar à reportagem da Agência Primaz, mas Roni considera que é o time está bem, apesar da derrota parcial e se mostra otimista. “Precisamos trabalhar ainda mais e tentar virar, pra ficar mais fácil no jogo final. O São Caetanense merece”, afirma. O goleiro Guerreiro comenta a felicidade do chute de Fábio no primeiro gol e explica porque arriscou cair para o canto direito na cobrança do pênalti. “Eu conheço 80% dos atletas do outro time, mas quando você pega um jogador que você não conhece, a forma como ele bate, a forma como ele se posiciona pra bola, você tem que arriscar na sorte, ele [Saulo] foi muito feliz na batida, me deslocando pro lado”, justifica.
Do lado do Olimpic há tranquilidade e os jogadores conversam sobre detalhes para melhorar o desempenho. O técnico Joaquim Ricardo chama a atenção para a marcação e necessidade de cadenciar o jogo. “Uma falha individual de marcação deu o gol deles. Precisamos de mais posse de bola para não deixar o time deles jogar”, pediu.
Mais gols e muitas paralisações no 2º tempo
O sol está encoberto por nuvens, mas a temperatura continua alta quando o árbitro dá início à etapa final do jogo. Os jogadores do Olimpic atendem à solicitação do técnico e valorizam a posse de bola, buscando esfriar o jogo, mas tentando jogadas em profundidade. Com 11 minutos, cresce a pressão de torcedores sobre o técnico Adílson e também sobre o assistente Henrique Modesto, que se sente ameaçado inclusive pelos reservas do São Caetanense. O árbitro chama o capitão para uma conversa, forma-se um bolo de jogadores e integrantes da equipe de arbitragem no centro do campo, e a partida fica interrompida por três minutos.
O jogo recomeça e depois de uma falta cobrada por Valtinho da intermediária, lado direito de ataque, a bola vai alta em direção ao segundo pau, a defesa fica parada e o zagueiro Thalles, sem marcação, coloca a cabeça na bola e amplia o placar. Mas logo na saída de bola o São Caetanense desconta. Magú recebe no meio, dentro da área, e coloca a bola com categoria no ângulo superior direito de Elvis, que estava com a visão encoberta por muitos jogadores.
O gol da novo ânimo à equipe local que se lança ao ataque, mas a conclusão da jogada sai alta. Atendendo a apelos da torcida, Adílson de Paula resolve mudar e coloca Bebeto no lugar de Kaíque. A partida é novamente interrompida e muitas reclamações são feitas pelos reservas e comissão técnica do São Caetanense, devido à demora da reposição de bola. O goleiro reserva, Léo, pega uma bola junto à mesária da partida e dá uma bronca no 4º árbitro e no 1º assistente. O árbitro adverte o jogador com cartão amarelo e novo bate-boca resulta em mais quatro minutos de paralisação. O Olimpic também muda, trocando Saulo por Rato, buscando mais poder de marcação.
O jogo fica tenso, com jogadas ríspidas e muitas reclamações em todas as marcações da arbitragem. Mais uma longa parada é feita para atendimento aos jogadores Thiago (São Caetanense) e Silas (Olimpic), depois de um choque entre eles. Sem poder de ataque, Joaquim coloca Gustavo no lugar de Zuzu, mas a bola não está chegando ao ataque. O São Caetanense pressiona e os responsáveis pela criação no meio de campo do Olimpic não conseguem armar jogadas ou mesmo manter a posse de bola.
Thalles mata um contra-ataque do São Caetanense e recebe cartão amarelo. Aos 37′ um lance inusitado na partida. Guerreiro, goleiro do São Caetanense, sai do gol e segura a bola no alto. Ao invés de fazer a reposição, ele próprio sai jogando e conduzindo a bola em velocidade, atravessa a linha central e tromba com um defensor. A bola sobra para Thiago que tenta cruzar, mas Elvis intercepta o lançamento.
A situação da equipe visitante se torna mais difícil aos 47′ quando Roger e Wdson se chocam. O zagueiro leva a pior, é atendido em campo, mas não tem condição de continuar. Rafael entra em seu lugar e é improvisado na zaga. O jogo fica interrompido por mais quatro minutos. Com 55 minutos corridos desde o início do 2º tempo, ocorre mais uma paralisação, a 4ª na segunda etapa. Elves, que havia entrado no lugar de Thiago, levanta muito o pé e atinge Silas no nariz. Novo tumulto é formado com muita pressão dos jogadores do Olimpic e do São Caetanense sobre o árbitro e seu primeiro assistente.
No tumulto, Elvis (Olimpic) e Bebeto (São Caetanense) são advertidos com cartão amarelo. Joaquim Ricardo tira Vitinho, recuando ainda mais a equipe e recompondo o miolo de zaga com Samuel e Rafael. Na base da garra e superação o São Caetanense chega ao empate aos 59′. Elvis, goleiro do Olimpic, solta uma bola cruzada e e o atacante Elves empurra para as redes. A partida ainda dura mais três minutos e termina com incríveis 62 minutos de tempo corrido.
Equipes
O São Caetanense conseguiu o empate jogando com Guerreiro; Nicolas, Douglas, Edson e Matheus; Victor, Wanderson. Kaíque (Bebeto) e Magú; Dudu e Thiago (Elves). O visitante Olimpic quase ampliou a vantagem, obtida por ter a melhor campanha na fase de classificação, jogando com Elvis; Michael, Thalles, Wdson (Rafael) e Silas; Valtinho, Roger, Saulo (Rato) e Vitinho (Samuel); Zuzu (Gustavo) e Fábio (Iracles).
A equipe alvirrubra precisa só de um empate em casa, na sexta-feira (15), enquanto o São Caetanense precisa vencer, por qualquer diferença de gols, para conquistar o título e conseguir uma inédita conquista, já sendo campeão da categoria juniores em 2019.