Compositores marianenses conquistam 3 vagas entre as 10 finalistas do Canta Mariana – Festival da Canção

Fase semifinal, realizada sexta (16) e sábado (17), apontou as canções que vão disputar R$ 27,5 mil em prêmios no dia 07 de novembro

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Foto: César augusto Ferreira Guimarães - Arte: Mariana Paes/Agência Primaz

A 4ª edição do Canta Mariana – Festival da Canção teve sua fase semifinal realizada de forma inédita, com transmissão online, apresentando os vídeos de 10 músicas na sexta-feira (16) e outras 10 no sábado (17). A transmissão foi feita do Cine Theatro Municipal (ex-Sesi), com a presença dos jurados Bruno Perdigão, Felipe Moreira e João Lucas. Ao final de cada noite foram escolhidas 5 canções para concorrerem aos prémios e troféus oferecidos pela Prefeitura de Mariana, com organização da Secretaria de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo, Esporte e Lazer.

Na sexta-feira, os marianenses Pedro Armond e Letícia Lavínia (À Partida) e Wandrey (Florescer) foram classificados para a final. No dia seguinte foi a vez de Tony Primo e Getúlio Maia (Janelas Abertas #3) conquistarem a vaga. Ao lado dos marianenses, Denny Silva e Soberano (Berço da Saudade, Pinhais/PR); Lula Barbosa e Valéria Pisauro (Canastra, Mairiporã/SP); Mariana Soares (Desconcerto, Campos dos Goytacazes/RJ); Márcia Cherubin (Inteira, Santo André/SP); Joice Terra (Pequena, São Sebastião/SP); Valéria Velho (Sabe-se Lá, Tietê/SP) e Guto Rabello (Violeiro Cantador, Montes Claros/MG) vão em busca dos 3 primeiros lugares na final que será transmitida a partir das 20h, dia 07 de novembro.

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Recorde de inscrições

Amazonas, Piauí, Rondônia e Tocantins foram os estados que não tiveram inscrições de concorrentes para o Canta Mariana. Foram 829 músicas inscritas, sendo 321 de Minas Gerais (38,7%), das quais 45 são de compositores e compositoras marianenses. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro ficaram com os dois lugares seguintes no ranking de maior número de inscrições: 174 (21%) e 91 (11%), respectivamente.

João Lucas, integrante do corpo de jurados do Canta Mariana e da dupla sertaneja João Lucas e Diogo, informou à Agência Primaz que o número de participantes surpreendeu inclusive à organização do festival. “A Prefeitura imaginava ter 300 a 350 inscrições. Mas com a pandemia, as pessoas estão procurando se reinventar, procurando motivações para continuar trabalhando. O projeto Canta Mariana foi remodelado para o formato de live, o que acabou facilitando a participação das pessoas”, declarou. Em relação ao trabalho de selecionar 20 entre tantas músicas inscritas, João Lucas afirmou que “ouvir 829 músicas é realmente cansativo, a gente tem que descansar, ouvindo uma certa quantidade num dia, outra no dia seguinte. Porque senão você começa a não conseguir julgar e selecionar as músicas pela qualidade, começa a achar tudo igual”. Para selecionar as semifinalistas, João e os outros 2 jurados (Bruno Perdigão e Felipe Moreira) formaram um grupo de WhatsApp e buscaram um consenso. “[A gente] foi jogando lá todas as músicas que a gente julgava ter potencial. Eu fiz uma lista, Felipe fez uma lista e o Bruno fez outra. Algumas músicas foram iguais [nessas listas] e as outras a gente foi definindo [em conjunto]. Mas não pensamos, em momento algum, em julgar pelo estilo musical”, esclareceu o jurado, ressaltando o grande número de gêneros musicais das canções inscritas.

João Lucas também ressaltou a qualidade das composições, declarando-se agradavelmente surpreso. “Em alguns casos específicos das músicas finalistas, não surpreende só pela qualidade da música. Quando o compositor é também o intérprete, ele também consegue passar a verdade total da música. Às vezes a interpretação manda muito. E a interpretação de alguns artistas foi sensacional”, revelou. E ainda declarou sua impressão que algumas das finalistas têm “potencial de se tornarem músicas de sucesso no Brasil”.

Informando que recomendou à organização do festival a realização de uma fase anterior à semifinal, porque “nós realmente tivemos que deixar músicas muito boas de fora”, João Lucas disse concordar com a obrigatoriedade da participação de 5 músicas de compositores locais na fase semifinal. “Eu acho que é válida. Nós temos que, realmente, buscar dar atenção para as pratas da casa. É a única forma que existe de incentivar a música e Mariana tem uma história muito grande com a música. E aí, chega na semifinal, a gente não tem a obrigatoriedade de levar a música de Mariana para a final não. E por isso que a gente ficou surpreso com a qualidade, e como os artistas de Mariana buscaram ficar de forma igual com os artistas de fora”, finalizou.

Efraim Rocha, Secretário Municipal de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo, Esporte e Lazer, além de se mostrar satisfeito com o transcorrer do festival e de também ter se surpreendido com a quantidade de inscrições e qualidade das músicas, fez questão de ressaltar a lisura do processo de escolha das músicas apresentadas e selecionadas para a final. “O processo foi totalmente isento. Para você ter uma ideia, eu só ouvi as músicas durante as apresentações das semifinais. Mas fiquei muito impressionado, são todas de altíssimo nível”, declarou Efraim à Agência Primaz.

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Reações de alguns finalistas

A Agência Primaz fez contato com os marianenses Wandrey e Tony Primo; e também com Mariana Soares (Campos dos Goytacazes/RJ) e Denny Silva (Pinhais/PR), compositores que obtiveram classificação de suas músicas para a final do Canta Mariana.

Wandrey estava no Cine Theatro Mariana durante a transmissão da semifinal de sexta-feira. “A minha música foi a última. Até chegar minha música eu já estava ficando doido”, afirmou. Ele contou ainda que ficou um pouco aborrecido com alguns comentários feitos no chat ao vivo da transmissão, quando algumas pessoas criticaram seu estilo musical. “Algumas pessoas no chat ao vivo fizeram umas críticas que eu achei que não tem muito cabimento. Geralmente nesses festivais eles esperam a música mineira, a música com a cara de Minas. E eu nunca tive isso, meu segmento nunca foi esse”, declarou Wandrey, ressaltando que ficou “anestesiado” até ouvir o anúncio de sua classificação. Para o compositor de Florescer, “já é uma vitória estar na final, num festival com 829 inscritos”.

Para o paranaense Denny Silva, parceiro de Soberano na composição de Berço da Saudade, a participação em festivais é uma forma de divulgação do trabalho autoral da dupla, todo baseado em música sertaneja de raiz. “O nosso estilo é música de raiz, bem diferente do estilo mais comum em festivais. Nesses casos a gente nem fica muito na expectativa, nem tem muita esperança de classificar”, declarou. Inscrito na edição de 2018 do Canta Mariana, mas sem conseguir a classificação para a semifinal, Denny diz que o festival com transmissão online facilitou a participação de artistas de vários lugares e falou da emoção diferente ao se ver defendendo sua composição. “Adorei o formato e foi muito emocionante a gente se assistir. Eu não imaginava que fosse assim, acompanhar pelas redes sociais. Tem muitos festivais que a gente quer se inscrever e fica triste por não ter condições de ir”, afirmou o compositor. E ainda revelou sua alegria por estar entre os finalistas em um festival tão eclético como o Canta Mariana. “A gente participou muito de festival de música de raiz e aí é mais fácil ver se a gente tem chance ou não. Normalmente a gente nem consegue classificar em festivais tão ecléticos como o de Mariana. De cada 10 que a gente se inscreve, uns 7 a gente não é selecionado. É muita felicidade, tô muito feliz mesmo com a classificação”, finalizou Denny.

A questão da possibilidade de assistir à própria apresentação também foi um diferencial mencionado por Mariana Soares, compositora e intérprete de Desconcerto. “Eu achava que o nervosismo não iria existir, mas foi muito diferente. Eu ficava andando de um lado pro outro, esperando minha vez, assistindo os outros participantes. A adrenalina parecia como se eu estivesse no palco. Foi uma coisa muito nova mesmo”, revelou Mariana. Ela ainda afirmou que “por outro lado, foi muito interessante porque nos outros festivais que eu tenho participado, em outros estados, as pessoas que trabalham comigo há muito tempo não veem muito o que acontece. Eu geralmente mostro fotos, mostro vídeos, mas as pessoas não participam ali junto. E dessa vez eu consegui convidar as pessoas, familiares, amigos… E eles puderam fazer parte disso”.

Reconhecendo que as composições finalistas são de excelente nível e que a competição está acirrada, Mariana também se mostra satisfeita com a classificação. “Eu vi a semifinal do sábado também e ouvi algumas músicas que eu me identifiquei. E fiquei feliz que eu estava entre pessoas, entre compositores muito bons, com letras e melodias muito boas. Eu fiquei honrada por estar no meio dessa galera. E eu achei as mulheres [Joice Terra, Márcia Cherubin e Valéria Velho] muito fortes”. Mas Mariana já havia deixado aparente uma ponta de esperança, logo no início de nosso contato telefônico: “Eu amei o Canta Mariana, especialmente por ser uma cidade histórica, que eu tenho muita vontade de conhecer, e pela coincidência com o meu nome, né? E eu me senti muito íntima do festival”.

A expectativa e ansiedade também marcaram Tony Primo, parceiro de Getúlio Maia na composição de Janelas Abertas #3, escolhida como finalista no sábado (17). “A pulsação foi a mil, né? O coração quase não resiste. Ainda mais diante de um repertório pesado, com muita qualidade. Como que essa gente não tá no mercado? Como a gente não conhece esses trabalhos? Aí você vê seu trabalho no meio deles, o coração quase que explode”, revela Tony, ainda deixando transparecer sua satisfação pela conquista. “Eu já deixei claro pra mim mesmo. Só de estar no meio dessa galera já é um ganho”, finaliza o compositor.

Vídeos das canções finalistas

Acesse os links abaixo (apresentados em ordem alfabética dos títulos das músicas) e confira os vídeos das 10 finalistas da 4ª edição do Canta Mariana – Festival da Canção:

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