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Hoje é domingo, 6 de outubro de 2024

Roça

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Renato Russo diria: “estamos indo de volta para casa…”!

Não Renato, estamos indo de volta para a roça!

Mal sabíamos, (nós ou todas as pessoas que conheço que nasceram e foram criadas na roça), sonharíamos em 2021, em voltar para roça, mas com os discos dos Noisettes e Pixies! E um computador também, o celular esse não, os celulares eu doaria às trabalhadoras domésticas, as quais as “patroas”, não dão as senhas do wi-fi!

As cidades estão insuportáveis, mais ou menos o que o Lou Reed profetizou, mesmo no melhor momento de Nova Iorque, onde ele viveu toda a intensidade   arte e o amor, mas até mesmo Nova Iorque em 2021 é chata, previsível, intolerante e um lugar absurdamente caro para se morar, todas as cidades do mundo estão abusivamente caras (inflacionadas demasiadamente) para se viver ou sobreviver!

Os meus amigos dizem o tempo todo:

– Vou voltar para a roça!

Sim, quem vive fora do “sistema”, vai voltar para a roça.

Immanuel Kant, o maior filósofo ocidental (o maior de todos para mim pessoalmente), dizia: “Boas pessoas não são felizes!”

É impossível a felicidade para os preguiçosos e para aqueles que desprezam o conhecimento! A filosofia de Kant tem essa premissa, dentre outras.

A cidade traz a preguiça e ostenta a ignorância. Na roça você trabalha o dia todo, e necessariamente precisa saber muita e aprender muita coisa com outras pessoas, trocas de saberes, e sempre foi assim. Na cidade as pessoas se fecham, consomem e destroem não só o meio ambiente, destroem pessoas, 2021 tem sido um ano similar ao de 1936, pouca gente percebeu. (em 1936, as polarizações políticas eram intencionais, genocidas, extremistas e políticas, e desenhava-se neste ano o caos “institucionalizado” de 1940).

A roça não é um lugar tão seguro, nada é seguro enquanto estes tempos estranhos não passarem, mas na roça, ao menos se é feliz com pouco e o muito se consegue com o distanciamento da nossa doentia zona de conforto dos centros urbanos.

Por vezes, pessoas que se divertem dando milhos as galinhas aos domingos são mais felizes que nós que ainda moramos na cidade e nos contentamos com folhetos de ofertas dos supermercados!

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Sarah Tempesta é bióloga e mora em São Lourenço (MG)
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