Os estilos clássicos de liderança e suas consequências nos meios públicos ou privados

O exercício da liderança tem um papel fundamental na condução dos rumos que tomam qualquer organização, quer seja nos meios públicos, quer seja nos meios privados e as consequências podem ser desastrosas se indevidamente utilizado.

Os especialistas em desenvolvimento de pessoas classificam os estilos de liderança em três grandes grupos: Liderança Participativa, Liderança Laisse-Faire e Liderança Autocrática.

O líder participativo, em sua essência, é aquele que tem paixão em trabalhar com pessoas. Tem uma visão estratégica e sistêmica do ambiente onde atua, planeja, sabe ouvir, respeita, delega, toma decisões compartilhadas, é flexível, criativo e emocionalmente equilibrado e assertivo. Ele não usa o poder de forma abusiva e descontrolada para atingir seus objetivos, agredindo com palavras, gestos e atitudes, passando por cima das pessoas. Age de forma equilibrada, é agregador, seu carisma faz com que os liderados o sigam espontaneamente e, como não poderia deixar de ser, os resultados são sempre satisfatórios. Felizes os liderados ou o povo que encontra um líder com essas características.

O líder laisse-faire, no seu caráter maléfico, tem uma atuação omissa, deixando seus liderados sem qualquer forma de monitoramento. Essa forma de atuação é característica profissionais que não possuem as competências necessárias para o exercício da função que lhe foi delegada e deixam o processo funcionar de forma aleatória. Infelizmente, esse tipo de liderança é muito comum na gestão pública, onde, na maioria das vezes, o critério seletivo para distribuir cargos de gestão é meramente político ou parental.

O líder autoritário ou autocrático, com fortes tendências ao autoritarismo, é aquele que trabalha com a filosofia do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Utiliza de forma abusiva do poder, para fins egoísticos e desequilibrados, destituindo as pessoas de valor ou importância. Esse tipo de líder passa por cima das pessoas, da hierarquia, das normas e dos regulamentos para conseguir os seus objetivos, com uma forte tendência a se projetar pessoalmente. Normalmente, é narcísico, tem um comportamento agressivo, é emocionalmente descontrolado e intolerante e, nos meios públicos, utiliza-se sub-repticiamente de conceitos sagrados, como os religiosos e familiares, para manter-se no poder. No seu extremo, veem-se como um enviado de Deus para resgatar os valores divinos que se perderam… Na sua escalada de ascensão ao poder, travestem-se de bonzinhos e de salvadores da pátria. O maior problema é que esse tipo de líder, em nome desse discurso supostamente ético, consegue convencer um bando de pessoas menos avisadas que defendem os seus ideais. No entanto, as suas atitudes demonstram claramente uma enorme incoerência com os valores projetados. Quando contestados pelos adversários ou pelos próprios liderados, são mal educados e utilizam da força e da violência para afastá-los do seu caminho. Defendem regimes ditatoriais e, se não controlados, utilizam maquiavelicamente da opressão e, no extremo, a tortura, ceifando várias vidas humanas em nome de um suposto bem comunitário.

Os líderes autoritários nos regimes ditatoriais são impostos pelo poder da força ou se elegem democraticamente, travestidos de cordeiros em corpos de lobos. Depois de empossados, vão gradativamente colocando para fora seus atributos ferinos até se manifestarem totalmente e aí é muito difícil destituí-los dos tronos onde ficam empossados e as consequências podem ser muito desastrosas!

Infelizmente, a história está cheia de trágicos exemplos lideranças que usaram de autoritarismo para se manterem no poder e dos crimes por eles praticados mas, pelo visto, ainda temos muito que aprender até que saibamos dar poder a quem realmente saiba usá-lo com competência, ponderação e respeito ao ser humano e à sociedade.   

Quem tem ouvidos que ouça!

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