Quanto Vale? Uma nova visão sobre o 11 de setembro na Netflix
Mais novo filme no catálogo da Netflix mostra como foi complexo se chegar a um acordo sobre as indenizações dos atentados que completam 20 anos.
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O dia 11 de setembro é definitivamente uma das datas mais emblemáticas da humanidade. O ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono dos EUA, vitimou muita gente, iniciou a chamada guerra ao terror e trouxe marcas das mais variadas na sociedade mundial.
Muitas delas vêm do cinema, em que filmes e mais filmes são lançados com recorrência trazendo uma abordagem com, pelo menos, um pano de fundo ao ataque terrorista. Quanto Vale? é um deles e recentemente foi lançado na Netflix.
O filme traz a história real do advogado Ken Feinberg e tem como premissa justamente o título em português: quanto vale a vida? É com essa pergunta que o personagem vivido pelo gigante Michaeal Keaton tenta responder (não filosoficamente) para indenizar as mais de 2000 vítimas dos atentados – número que naquela época era difícil chegar. Mais ainda: saber quanto pagar para cada família pela perda dos entes.
Ken chega a uma equação que desagrada boa parte dos familiares e precisa lidar com questões legais e morais para satisfazê-los e, ainda, não estourar uma crise econômica para as companhias aéreas e ao governo Bush.
O que poderia parecer um filme burocrático, na verdade se revela uma obra que mostra o quão complexo é lidar com a vida. Ou melhor, a perda dela. Em um contexto que tem ponto de partida a morte de um familiar para um outro ainda maior que pode afetar seriamente um dos países mais poderosos do mundo. Não se trata de um filme de luto, mas das consequências sob um aspecto legal, juridicamente falando.
A busca pelo equilíbrio feita pelo personagem de Keaton é feita pela frieza dos números como caminho, mas revela questões que os números não se encaixam. E que matemática nenhuma estuda. Frio e sem emoção, o advogado acha que ainda assim essa é a maneira mais certa de encarar as consequências do atentado, mas percebe que não é a mais justa.
O tal equilíbrio necessário que o advogado busca esquece alguns elementos e o principal deles é a humanidade. Quem mostra isso é Charles Wolf, na pele de Stanley Tucci. Um líder comunitário que questiona os métodos de Ken sem nunca atacar diretamente, mas tentando abrir os olhos daquele que precisa “precificar” as vidas das pessoas que morreram nos atentados.
Por isso, não se trata de um filme recheado de juridiquês, de disputas em tribunais. São histórias reais contadas e que, ainda que sem muita profundidade, tirando talvez dois casos, conseguem de algum modo dar novas linhas ao que Ken busca.
O filme poderia ser um longa que mostra quais os critérios usados pelo advogado e sua equipe, como é a equação, o que se levou em conta na hora de formulá-la… Mas nada disso é mostrado e o que tem, de fato, a atenção é a dramatização dos ocorridos.
Por isso, quando você for assistir a Quanto Vale? verá relações pessoais sendo construídas, histórias contadas e talvez uma resposta não necessariamente objetiva ao nome do título em português.
Quanto Vale? vale a pena. Está lá no catálogo da Netflix.