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Hoje é sábado, 5 de outubro de 2024

Inteligência emocional: O caso Will Smith

“As atitudes são mais importantes do que os fatos. Qualquer fato que enfrentamos, por mais penoso que seja, mesmo que pareça irremediável, não será tão importante como nossas atitudes para com este fato. A maneira como você reage, faz a diferença”... (Autor desconhecido)

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Tomou conta da mídia nos últimos dias, o caso ocorrido durante a cerimônia de entrega do Óscar no dia 28/03/22, quando o ator Will Smith, de forma surpreendente, levantou-se do seu assento na plateia, dirigiu-se até o palco onde estava o humorista Chris Rock, apresentando os ganhadores e deu-lhe uma estrondosa bofetada no rosto, por que considerou que o humorista tinha feito uma piada de mau gosto a respeito de sua esposa, a atriz Jada Pinkett-Smith. Jada perdeu os cabelos por sofrer de alopecia, uma doença autoimune que causa a perda total ou parcial do cabelo. O humorista disse: “Jada, adoro-te. Mal posso esperar por ver-te no G. I. Jane 2”. G. I. Jane, citada pelo humorista, é a Tenente O’Neil, interpretada pela atriz Demi Moore, que teve que raspar a cabeça para entrar para o exército, no filme “GI Jane”, de 1997, de Ridley Scott.

Após o ato inusitado, o ator voltou para o seu assento ao lado da esposa e gritou em alto e bom tom: “Mantém o nome da minha mulher fora da merda da tua boca!”. Pouco tempo depois, quando retornou ao palco, agraciado com o Óscar de melhor ator, ele, em lágrimas, pediu desculpas à Academia, tentando justificar o seu comportamento, mas sem falar diretamente da agressão.

O dramaturgo e jornalista brasileiro Nelson Rodrigues, morto em 1980, dizia que o problema do tapa não é o tapa em si, nem a dor que ele provoca, é o barulho que ele provoca… Evidentemente que a dor citada pelo dramaturgo foi potencializada à milésima potência, tendo em vista que a tão famosa e concorrida cerimônia estava sendo assistida por milhões de espectadores do mundo inteiro e o envolvido era o ganhador de um Óscar!

Independentemente de qualquer tipo de julgamento com relação à atitude destemperada do ator, temos aqui o exemplo do que os danos irreparáveis que a carência factual de inteligência emocional pode causar à vida de uma pessoa, tanto como ser humano como profissional. O mais agravante é que o caso não é único; existem diversas ocorrências similares que podem ser citadas envolvendo o mesmo problema.

Há cerca de 15 anos, um Pároco de Ituiutaba foi flagrado agredindo violentamente a murros e tapas uma senhora com problemas mentais, durante a celebração de um batizado, porque ela estava falando alto e perturbando a cerimônia. A turma do “deixa-disso” entrou em cena, mas o estrago já tinha sido feito e o Padre acabou perdendo a Paróquia e, sabe-se lá, se a batina!

Em 2013, o então Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, durante um evento de inauguração de um prédio público, expulsou violentamente a empurrões e aos gritos do local, um humilde senhor que o interrompeu durante o discurso, fazendo alguns questionamentos sobre a deficiência no atendimento do sistema de saúde municipal.

“Vagabundo! Fora daqui! Fora!”, gritou o Prefeito, partindo furiosamente para cima dele. Se seus assessores não entram rapidamente, tentando contê-lo, as consequências teriam sido muito piores!

Outros inúmeros exemplos iguais a esses ou até muito piores, alguns fatais, poderiam ser citados e mesmo estão acontecendo nesse exato momento que escrevo essas palavras, mas prefiro parar por aqui e deixar que os meus caros leitores exercitem um pouco as suas memórias. É só observar as reações no trânsito, no ambiente de trabalho e em outros mais.

Então, o que podemos tirar de aprendizado com isso tudo? Como comentei anteriormente, estamos aqui falando de casos gritantes de falta de inteligência emocional, uma competência muito exigida nos últimos tempos, principalmente aos ocupantes de cargos de liderança. A ira toma conta do indivíduo, ele se deixa dominar pelas emoções e acaba agindo de forma irracional e descontrolada, colocando perigosamente sua vida pessoal e profissional e de outras pessoas em risco, com consequências muitas das vezes irremediáveis!

O conceito de inteligência emocional surgiu na década de 90, impulsionado pelo best-seller do Escritor Daniel Golleman e compreende a capacidade do ser humano de reconhecer, avaliar e estabelecer controle sobre os seus próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros, contribuindo para a criação de um ambiente mais harmônico, saudável e produtivo, onde quer que ele esteja. Segundo o livro “Inteligência Emocional 2.0”, 7 em cada 10 vezes, profissionais com alto Quociente de Inteligência – QI são superados por aqueles que possuem altos níveis de QE – Quociente Emocional. Um estudo da Capgemini Research Institute feito recentemente também revelou que a procura por profissionais com elevado QE deverá ser, pelo menos, 6 vezes maior nos próximos cinco anos.

Certamente, se tivéssemos mais indivíduos emocionalmente inteligentes, não teríamos tantas desgraças espalhadas por aí. Será que você possui um elevado Quociente Emocional?

Se você quiser se aprofundar nesse assunto, faça contato conosco! A Cesarius é especialista nesse estudo!

Cesarius Gestão de Pessoas, investimento permanente no desenvolvimento do ser humano!

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Júlio César Vasconcelos, Mestre em Ciências da Educação, Professor Universitário, Coach, Escritor e Sócio-Proprietário da Cesarius Gestão de Pessoas
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